segunda-feira, 8 de setembro de 2025

A China e os funiculares!

 Tinha planeado escrever sobre a visita do Monteverde - adoptou este novo apelido, depois de se saber que a Solverde era quem lhe garantia as sopas do dia a dia - mas, depois de ouvir a entrevista do Moedas, no telejornal de ontem à noite, decidi continuar com o assunto dos funiculares de Lisboa. Um estampou-se e os outros dois aguardam ordem do presidente da câmara para continuarem a operar. Nem se fala no de Santa Justa que é um elevador vertical (dito normal), mas que todo mundo afirma que está uma sucata a pedir reforma.

O Monteverde alguma coisa foi fazer à China, mas eu não descortino qual possa ser. Confessos inimigos do Comunismo, em geral, e de Putin, em particular, que assunto de conversa pode o nosso PM desenvolver na China? Ainda correm com ele, com um pontapé nos fundilhos das calças, e ficaremos envergonhados perante o mundo e os nossos aliados europeus. E que pensará Zelensky desta visita? Será que acredita que o nosso grande político vai advogar a sua causa? No lo creo!!!

Mas, voltando ao Moedas e ao seu problema, fiquei banzado com a sua afirmação de que é preciso muito tempo para redigir um relatório com pinta de engenheiro - como também eu sou, disse ele - e que um ano não é tempo demais.

Pois, meu caro Moedas, eu também sou engenheiro auto-formado, estudei na Faculdade da Vida, redigi e assinei o meu próprio diploma! E sem conhecer os materiais ou os pormenores do aparelho que carrega os turistas que nos visitam, da Avenida até ao Bairro Alto, sou capaz de indicar uma solução prática e barata para garantir a segurança dos passageiros e a integridade do material circulante.

O tal relatório, muito demorado de redigir e aprovar por diversas cabeças pensantes, eu dispenso, basta-me saber que o cabo de suporte rebentou. O futuro cabo que virá substituir o que se finou neste infeliz desastre e que tirou a vida a 17 pessoas, terá que ser garantido pelo fornecedor que se encarregará de o colocar no sítio e pedir uma vistoria do Gabinete de Engenharia da Universidade de Lisboa, antes de pôr o elevador em serviço.

Essa é a parte mais fácil, desde que haja dinheiro em caixa para o pagar ou capacidade de endividamento se não for o caso. A segunda parte da solução vai obrigar a uma pequena obra de escavação no topo da rampa onde trabalha o elevador. Na imagem acima vê-se, do lado direito uma rodinha pintada de verde que é a polia onde rola o cabo de reboque do elevador.

A escavação, a que me refiro no parágrafo anterior, e que será feita por baixo da polia terá as dimensões de 2x2x2 metros (comprimento, largura e altura)  e terá uma janela de observação de 1,5 metro de largura, pela frente da qual deslizará o cabo em movimento, sempre que o elevador se mexa. Esta janela servirá para um qualquer operador - pode ser alguém só com a quarta classe que saiba escrever no relatório diário que o cabo está em boas condições - se sentar na sua frente e ver o cabo passar, de uma ponta à outra, embora a sua atenção deva incidir sobre a emenda que pode ser feita com solda de aço inox.

E, já agora, se o presidente Moedas quiser aceitar e seguir a minha sugestão, que mande escavar, com a máxima urgência, a tal caixa de 2x2x2 metros no topo da rampa da Bica e da Lavra e eu ofereço-me já para fazer o primeiro turno de observação do cabo, logo que a obra de pedreiro esteja pronta. Fá-lo-ei de borla e até agradeço, pois terei oportunidade e rever Lisboa, coisa que há tempos não faço.

Depois destes dois elevadores retomarem o seu serviço, o que poderá acontecer já no início do próximo mês (para provar que a secção de obras da Câmara, quando o assunto é urgente, sabe trabalhar depressa), será feita uma réplica dessas obras na rampa da Glória. E se houver alguma coisa a melhorar, aproveitar-se-á a experiência da Bica e Lavra para que seja feita.

Mãos à obra, Sr. Eng. Moedas!!!

1 comentário:

  1. Bem ao estilo português agora é o passa culpas que me mete nojo e infelizmente morreu o guarda freios e até poderia ser acusado. Tenham vergonha.
    Beijos e uma boa tarde!

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