sábado, 20 de setembro de 2025

A Palestina

 É apenas um lugar, no Estado de Israel.


Segundo as más-línguas, a Google, grande empresa americana, já apagou a Palestina do Google Maps. A Palestina era a Terra Prometida por Deus aos seus fiéis seguidores. Era a terra onde corria o leite e o mel, segundo palavras da Bíblia, e para aí se dirigiu o Povo de Deus, depois de conseguir libertar-se da escravidão dos faraós egípcios.

Não é segredo para ninguém que a vida está ligada à água e, por consequência, aos rios. Durante a fome que grassou na Síria, no tempo em que Isaque e seus filhos e netos ali viviam, estes refugiaram-se no Egipto para sobreviver. O rio Nilo gerava a abundância que a todos matava a fome.

Passaram-se séculos e os escravizados seguidores de Geová, levados por Moisés, iniciaram o regresso a casa. O seu destino era a Palestina, a Terra Prometida, e não a Síria de onde eles eram originários. Se aí houve um erro teremos que apontá-lo a Deus, pois os tristes viajantes do deserto do Sinai queriam apenas um lugar onde pudessem parar, descansar o esqueleto e criar umas quantas cabras e ovelhas que ajudassem a matar-lhes a fome.

Essa terra que lhes foi prometida teria que ter um rio, pois sem água não há vida, e esse rio foi o Jordão. Claro que não foi uma vida fácil a que tiveram, pois já ali viviam outros povos que não ficaram nada felizes com a chegada dos descendentes de Abraão. Foi preciso lutar e defender aquelas terras que reclamaram como suas (oferecidas pelo seu Deus) e uma das doze tribos de Israel foi destinada para essa função.

E passaram-se muitos mais séculos, até que a Inglaterra e a França dividiram entre si toda a Ásia Menor e até o Egipto. No tempo da ocupação europeia deixou de ouvir-se falar de judeus e palestinos, aliás, árabes, sendo uns mais comerciantes e os outros mais pastores nómadas. E então, para piorar as coisas, sobreveio a II Guerra Mundial que transformou toda aquela zona numa barafunda total.

Depois da guerra, os europeus acharam que era chegada a hora de entregarem aquelas terras a quem lá sempre viveu e regressar à sua origem. E foi aí que meteram água, muita água, dando terras a quem não tinha direito a elas e reservando um espaço para os judeus que os árabes não queriam por perto.

Já Cristo tinha vindo ao mundo e a religião católica estava implantada, tanto no velho (Europa), como no novo (América) continente. E o Cristianismo transformou-se na nova religião do Povo de Deus com o seu trono em Roma, deixando os judeus à margem, pois estes se tinham rebelado contra o seu Deus e lhe mataram o filho enviado a este mundo para corrigir o que estava mal.

Estava mal, antes de Cristo, e ficou ainda pior depois e franceses e ingleses terem repartido as suas antigas possessões entre árabes e judeus. Por azar, havia um grupo de gente, nem judeu nem árabe, mas que seguia a religião muçulmana, que não foi considerado nesta partilha, os Palestinos. Eles não eram oriundos daquelas terras, eram uma espécie de nómadas ciganos que, nos tempos da ocupação europeia, se foram arrumando naquele pedaço de terra, situado na margem ocidental do rio Jordão.

Ora, tinha sido que naquele lugar que Deus decidira trazer o seu filho ao mundo e os seus seguidores mandaram construir o Templo de Salomão, fazendo com que aqueles lugares, Jerusalém, Belém e Nazaré, se tornassem sagrados e de culto para todos os cristãos. Ora, não sendo cristãos, os palestinos - vamos chamar-lhes assim para facilitar as coisas - deveriam ter-se afastado para lugares que considerassem mais apropriado para o seu culto, já que em vez de Cristo preferiram aderir aos seguidores de Maomé.

Entretanto, durante a Idade Média, o Cristianismo conheceu tempos difíceis e aquela zona do mundo foi dominada pelo Império Otomano, período em que ocorreram várias mudanças importantes nos monumentos antigos, herdados de judeus e árabes. A Mesquita AL Aqsa instalada contra os muros dos templos cristãos, no século VIII e renovada no século X, tornou-se no templo sagrado de quem seguia a religião muçulmana e veio criar um dos maiores problemas que subsiste até aos dias de hoje, a partilha de um mesmo lugar por duas religiões antagónicas.

Nem os Cruzados que lutaram por reaver a Terra Santa que os infiéis ocupavam, há séculos, foram capazes de separar as águas, como poderemos nós, passados tantos anos, fazer aquilo que eles não conseguiram? Seria preciso demolir a mesquita dos muçulmanos e e construí-la noutro lado, onde não embaraçasse a vida dos cristãos, judeus ou não. Mas, infelizmente, não é essa a única razão que dificulta a vida dos actuais palestinos que são, eles também, arrivistas e mal-queridos pelos árabes.

Ou seja, fazer aquilo que um grupo de países europeus, Portugal incluído, decidiram fazer, reconhecendo a Palestina como um estado independente, não vai resolver nada nem facilitar a vida aos judeus a quem foi garantida a propriedade do Estado de Israel, em 14 de Maio de 1948. Um estado a funcionar dentro de outro estado, sem fronteiras com qualquer outro, além daquele em que vive aprisionado, nunca dará certo. Se problemas houve no passado, continuará tudo na mesma, ou pior, enveredando por essa política.

Não me interessa o que outros portugueses possam fazer, eu voto contra essa decisão!

Al Aqsa

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