terça-feira, 9 de setembro de 2025

Uma mensagem do Além!

 Quem conta um conto acrescenta um ponto, diz um velho ditado. Não é, todavia, um conto que vos vou contar, é antes a conclusão de um emaranhado de pensamentos que me ocupam a cabeça, desde o dia em que me dediquei à Genealogia. Estudar quem foram os nossos antepassados pode levar-nos a lugares ou situações nunca antes imaginadas.

Augusto é um adjectivo pouco utilizado entre nós e que só César, o imperador de Roma, teve direito a adicionar ao seu nome próprio. Ia escrever "nome cristão", mas isso seria uma mentira, pois Cristo e a sua religião nasceram depois de César. Também não posso usar a expressão "nome de baptismo", pois S. João Baptista, primo direito de Jesus Cristo, foi quem o inventou e também este nasceu algum tempo depois de César ter governado Roma.

Entretanto, o adjectivo virou substantivo e nome próprio. Há por aí centenas, senão milhares, de Augustos e também Augustas, na forma feminina. Tanto assim que uma das minhas bisavós paternas, avó do meu paizinho António, se chamava Augusta Maria. Pensando bem no nome dela a palavra augusta poderia continuar a ser um adjectivo, algo do género, Maria, a augusta. Mas o nome por que ficou conhecida foi Augusta e fiquemo-nos por aí.

Por infelicidade para ela, nunca soube nem suspeitou quem fossem os seus pais. Nasceu, despejaram-na na Roda de Guimarães e ... ponto final. E quem nasceu infeliz bem pode continuar infeliz até morrer, pois a felicidade não se compra nem vende e mesmo que assim fosse, duvido que a minha bisavó tivesse dinheiro para a comprar. Digo isto, porque ela, em vez de arranjar um bom marido que a ajudasse a procurar a dita felicidade, arranjou um "cafajeste", como dizem os brasileiros, que só a ajudou a carregar a sua infelicidade pela vida fora, engravidando-a e deixando-a para trás como farrapo usado e sem qualquer serventia.

O fruto dessa gravidez foi uma menina a quem deram o nome de Ana e que viria a ser a avó paterna deste que, agora, vos conta a sua história. Sem pai nem avós de qualquer lado, a minha avó não tinha qualquer apelido que pudesse juntar ao seu nome de baptismo, mas a sua mãe Augusta (lembrem-se que o adjectivo augusto significa sublime) teve uma ideia que eu considero ter sido uma mensagem para quem, no futuro, estudasse a sua história familiar.

E fui eu o receptor dessa mensagem, quase dois séculos depois. Ela registou a sua filha como Ana Maria de Oliveira, nome que eu tomo como uma mensagem vinda do Além para me fazer saber quem era o pai da sua filha única. Sigam o meu raciocínio, Ana, como nome próprio, Maria que era o nome da sua mãe e Oliveira que, cada vez estou mais convencido, era o nome do pai que não deu as caras para reconhecer a sua filha.

Tem toda a lógica não tem? Se eu fosse um crente do Espiritismo iria já à procura de um médium que me pusesse em contacto com o Além e falaria com a minha bisavó para que ela me confirmasse esta "teoria", pois sem confirmação nunca poderá passar disso mesmo! 

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