terça-feira, 23 de setembro de 2025

O 23 de Setembro!



Como muitas outras datas vai ficar na História. Não posso ainda prever se por bons ou maus motivos. Já disse que sou contra o reconhecimento da Palestina e não é por ser teimoso ou aprovar aquilo que o «rei dos judeus» está a fazer em Gaza, muito pelo contrário. Se estivesse nas minhas mãos, eu pararia a guerra neste mesmo momento e daria de comer a quem tem fome, mas as coisas não são assim tão simples.

Os criminosos que, há décadas, aterrorizam Israel e matam inocentes têm que ser isolados e castigados. Tenho bem vivas na memória as imagens de autocarros, carregados de pessoas inocentes, explodidos em nome de Alá. Eu nasci um bocadinho antes de Israel, 4 anos, 2 meses e 5 dias, e acompanhei a evolução deste novo estado durante os melhores e mais jovens anos da minha existência. Entre outro eventos de menor importância, vejam abaixo os acontecimentos e respectivas datas a que me refiro.


I - Parte

A guerra árabe-israelense de 1948, também conhecida como a "guerra de independência" ou como "a catástrofe", começou após a retirada britânica e com a declaração do Estado de Israel a 14 de Maio de 1948.

Os árabes rejeitaram o plano de partilha da Palestina (Resolução 181 de 29 de Novembro de 1947 da Assembleia Geral das Nações Unidas), que propunha o estabelecimento de um estado árabe e outro judaico na região da Palestina. Milícias árabes começaram campanhas com vista ao controle de territórios dentro e fora das fronteiras estabelecidas.

II - Parte

A Guerra do Suez, de 1956, foi uma operação conjunta de Israel, Reino Unido e França, na qual Israel invadiu a Península do Sinai e as forças francesas e britânicas ocuparam o porto de Suez para ostensivamente separar as partes conflituosas, apesar de a real motivação destes dois últimos países ter sido a de proteger os interesses dos investidores no Canal do Suez. Esses interesses tinham sido afetados devido à decisão do presidente egípcio, Gamal Abdel Nasser de nacionalizar o canal.

III - Parte

No início da década de 1960, os estados árabes estabeleceram a OLP. O artigo 24º da carta (ou pacto) de fundação da OLP, de 1964 [6] estabelecia: "Esta Organização não exerce qualquer soberania territorial sobre a Cisjordânia, sobre a Faixa de Gaza e sobre a Área de Himmah."

IV - Parte

A Guerra dos Seis Dias decorreu entre 5 e 10 de Junho de 1967. Foi desencadeada por Israel contra o Egito e a Jordânia nos termos de uma guerra preventiva, já que o estado israelita sentia-se ameaçado pela política pan-árabe do presidente egípcio Nasser (que se traduziu em alianças militares com a Síria e a Jordânia) e pela partida de forças das Nações Unidas presentes no Sinai desde 1956. Alegando um iminente ataque do Egito e da Jordânia, Israel antecipou-se, atacando preventivamente. Reconhece-se atualmente, entretanto, que não havia quaisquer intenções agressivas dos países árabes atacados antes da guerra.

Em consequência da guerra, Israel expandiu-se territorialmente, ocupando a Cisjordânia (conquistada à Jordânia), a Faixa de Gaza e a Península do Sinai (conquistadas ao Egito) e os Montes Golã (conquistados à Síria). A parte da Cidade Antiga de Jerusalém (também chamada Jerusalém Oriental), tomada a 7 de junho por Israel à Jordânia, seria reunificada por Israel com a Cidade Nova, formando um único município sob jurisdição israelita.

V - Parte

A Guerra do Yom Kippur (1973) começou quando Egito e Síria lançaram um ataque surpresa em conjunto, no dia do jejum judeu, no Sinai e nas Colinas de Golã. Os egípcios e sírios avançaram durante as primeiras 48 horas, após o que o conflito começou a balançar em favor de Israel. Na segunda semana da guerra, os sírios foram completamente expulsos das Colinas de Golã. No Sinai ao sul, os israelitas atacaram o ponto de encontro de dois exércitos egípcios invasores, cruzaram o Canal de Suez (antiga linha de cessar-fogo), e cortaram todo o exército egípcio assim que um cessar-fogo das Nações Unidas entrou em vigor. As tropas israelitas finalmente retiraram-se da região oeste do canal e os egípcios mantiveram as suas posições sobre uma estreita faixa no leste permitindo-lhes a reabrir o Canal de Suez e clamar a vitória.

VI - Parte

A Guerra do Líbano de 1982 começou quando Israel atacou o Líbano, justificada por Israel como uma tentativa de remover os militantes Fatah liderados por Yasser Arafat do sul do Líbano, onde tinham estabelecido, durante a guerra civil do país, um enclave semi-independente utilizado para lançar ataques terroristas a civis israelenses.

A invasão, que levou à morte de 20 mil libaneses, foi amplamente criticada tanto dentro como fora de Israel, especialmente após o ataque da milícia cristã a civis palestinos da região, no episódio que ficou conhecido como massacre de Sabra e Shatila.

VII - Parte

A Primeira Intifada (1987-1993) começou como uma revolta dos palestinos, em particular os jovens, contra a ocupação militar israelense na Cisjordânia e Faixa de Gaza. Líderes da OLP exilados na Tunísia rapidamente assumiram o controle, mas a revolta também trouxe um aumento da importância dos movimentos nacionais palestinos e islâmicos.

VIII - Parte

A Intifada de Al-Aqsa começou no fim de setembro de 2000, na época em que o líder da oposição israelense Ariel Sharon e um grande contingente de guardas armados visitaram o complexo Monte do Templo/Al-Haram As-Sharif em Jerusalém e declararam a área território eterno israelita. Amplos motins e ataques eclodiram em Jerusalém e em muitas das grandes cidades israelenses, e se espalharam por toda a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Um grupo israelense de direitos humanos, B'Tselem, estimou o número de mortos em 3 396 palestinos e 994 israelenses, embora esse número seja criticado por não mostrar toda a imagem, e não distinguir entre combatentes e civis (terroristas suicidas, por exemplo, são contados entre os mortos).

IX - Parte

E, em 7 de Outubro de 2023, já todos sabem o que aconteceu e não tem perdão possível.

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Tenho pena de ver um português, António Guterres, metido nesta alhada e ainda mais de ver o governo de Montenegro mandatar o seu ministro dos negócios estrangeiros ir a Nova Iorque levar a nossa decisão de apoiar a causa palestiniana. Isso parece ser uma atitude humanista que todo o mundo civilizado apoiará e até aplaudirá, mas o problema ficará por resolver. Onde meter os palestinianos? Como garantir-lhe autonomia?

Os palestinianos são uns párias e ninguém os quer por perto, nem judeus nem árabes. Assim não será fácil resolver o seu problema e ir para Nova Iorque apoiar a atitude (errada) de Guterres não ajuda nada. A Palestina deve ser criada como um enclave, dentro de Israel e sujeito às suas leis e a primeira coisa determinar as fronteiras desse enclave. Não será, de modo algum, possível manter a situação de Gaza, pelo que eu apoio a posição do governo de Israel, esse território é de Israel e não poderá lá viver quem se rebele contra as ordens desse país.

Portanto, a grande questão, em que ninguém quis pegar até agora é que território deve constituir esse futuro enclave. Nem os judeus querem pensar nisso, pois construíram tantos colunatos na Cisjordânia e que não querem abandonar que não sabem como resolver o problema. Se me perguntarem a mim, eu que tenho a mania de meter o bedelho em tudo, eu diria que alguns quilómetros quadrados a norte e outros tantos a sul da Cisjordânia deveriam ser dados em troca da Faixa e assim os deslocados teriam para onde ir.

Esta solução permitiria que a futura Palestina ficasse com fronteiras tanto com judeus como com árabes (com o rio Jordão a separá-los) e teriam hipótese de escolher com quem se dariam melhor e em função de quem conseguiriam levar uma vida livre de problemas. Isto porque os palestinos nunca serão auto-suficientes e precisarão dos seus vizinhos para comerciar ou pedir/oferecer emprego.

Levem a minha opinião ao Guterres com o pedido para discutir isso na Assembleia Geral da ONU, em vez de se meter por caminhos sem saída. E lembrem bem das palavras de Netamyahu que eu faço minhas: - There will never be a state of Palestine!

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