Na CNN afirmaram que o ataque do Irão a Israel seria durante a noite passada, de 5 para 6 de Agosto. Fiquei na minha sala de estar, a noite inteira, à espera de ouvir o tocar as sirenes e os rastos de mísseis no céu da Terra Prometida.
Nada, não aconteceu nada e eu fiquei, com cara de parvo, a recordar aquela paródia do Raul Solnado e a sua ida à guerra. Está lá? É do inimigo? Podiam chamá-lo?
De manhã, informaram-me que nem Israel nem o Irão querem a guerra, os iranianos querem apenas mostrar aos judeus que não aceitam que alguém vá até â sua capital eliminar um inimigo, mesmo não sendo ele um cidadão daquele país. Pior que isso, ele era - pois já não é - um dos que não aceita Jesus Cristo como o verdadeiro e único profeta. Tudo o que o Irão quer é aplicar um castigo aos judeus para aprenderem a comportar-se e não andar por aí a matar gente, como se essa gente o merecesse.
Sozinho, em frente à TV e sem que nada acontecesse, comecei a pensar nos tempos em que eu, de G3 na mão, andava pelas matas do Niassa a participar numa guerra que ninguém queria ou beneficiava com o desfecho da mesma.
Um dia em que fomos mandados para o mato, sem qualquer missão definida, perguntei ao meu chefe, por piada chamava-se Patrão e nós, os seus comandados, usávamos esse nome em vez de chefe, quando nos dirigíamos a ele, o que andávamos ali a fazer. Para ser vistos pelo inimigo e obrigá-lo a pôr-se a milhas, respondeu ele.
O Patrão (já falecido) fez uma carreira com sucesso, chegou a Capitão Tenente, o que não está ao alcance de todos. Mas ele gostava pouco de mandar e delegava em mim a responsabilidade de guiar os membros do nosso pelotão. Eu punha a minha esquadra na frente a abrir caminho e ele fechava a coluna, dizendo que era para ter uma visão completa da sua "Unidade".
Uma vez disse-lhe: - olhe que os Turras têm por hábito deixar a nossa coluna passar, sem se manifestarem, e depois disparar nas nossas costas, o que faz de si o primeiro alvo. Seja o que Deus quiser, respondia-me ele, se estiver escrito que vou morrer aqui não vale de nada andar a esconde-me!
E tinha razão, viria a morrer, quando chegou a hora dele, sossegadinho, numa cama de hospital na cidade grande e não no meio do capim africano. Os muçulmanos do Médio Oriente consideram-se mártires e acham que terão um lugar especial, junto ao Pai, quando morrem em defesa da sua Fé. O que eu vejo é apenas a imagem de uma explosão e deles não sobra nem o rasto!
Cada um com a sua guerra. A minha já foi há muito tempo, agora luto apenas contra as dores que me atormentam e me fazem perder o amor e apego à vida e me oferecem intermináveis noites de insónia!
Que Deus proteja o Estado de Israel. Sem ele os Povos de Matriz Judaica-Cristã estão feitos ao bife. Todos sabemos o que se passa na velha Inglaterra. Que sirva de lição aos portugueses que inocentemente ou não tem votado nas ideologias CRIMINOSAS da esquerda.
ResponderEliminarTome uns analgésicos que lhe minimizem as dores e para dormir aconselho-o a tomar - de vez em quando - o mesmo que eu.
ResponderEliminarRivotril. A insónia é algo terrível que nos tolda até o raciocínio.
Um bom dia.
Na minha recruta em 68 o sargento da Comp. chamava-se Patrão. Provavelmente era o mesmo.
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