Desgosto de amor é coisa que custa muito a ultrapassar. Uma namorada em quem depositamos toda a confiança e que nos troca por outro, sem uma razão visível que o justifique, deixa marcas profundas e talvez nunca se apague da nossa memória.
Como o meu amor é o Benfica, cada vez que ele perde dá-me um desgosto, mas nunca tão grande que me leve a mudar de amor. Gostar de um clube de futebol é para a vida, mais marcante, embora diferente, do que o amor por qualquer mulher.
Aliás, falando disso quero contar-vos algo que podem considerar sem qualquer valor ou ponta de verdade, mas que eu garanto ser uma verdade indesmentível. Eu tive muitas namoradas, ao longo da minha vida (até depois de casado) e no auge da minha paixão eu achava a nova muito melhor do que a antiga. O meu azar é que essa sensação durava pouco e no fim acabava por perceber que nem a actual nem a antiga mereciam o que sentia por elas e era obrigado a partir para outra aventura.
De algumas dessas namoradas fui obrigado a separar-me pela força das circunstâncias, mudança de residência, ora na Europa ora na África, ora no norte ora no sul. Algumas deixaram-me saudades, mas nada tão forte que me fizesse mudar de vida e ira atrás delas. O primeiro caso deu-se com a minha mulata sul-africana com quem estive convencido a casar, sair da Marinha e ficar a viver na África do Sul. Mas um choque de realidade, a existência do Apartheid, fez-me cair na real.
Com pouco mais de 1 ano de casado já estava arrependido de ter dado esse passo e migrando para a Alemanha aproveitei para arranjar nova namorada e fui viver com ela, ou melhor dizendo, trouxe-a para morar comigo. Ao fim de 1 ano de relacionamento e já com uma filha nos braços, lembro que tinha deixado outra para trás, também ela com uma filha nos braços, fui obrigado a tomar uma decisão que foi a que mais me custou em toda a minha vida. Como não queria nem podia viver em bigamia, fui obrigado a considerar todos os prós e contras de optar por uma ou pela outra e optei pelo mal menor, ou seja, ficar com aquela com quem estava casado e virar as costas à emigração que reconhecia não ser a vida que tinha idealizado para mim. O coração ficou a sangrar, mas todos os males têm cura, só a morte é que não.
A nossa vida é mesmo assim, alicerçada em decisões que tomámos como pilares de sustentação do prédio com vários andares de altura que ela tem. Os filhos, os sucessos, as conquistas, assim como os desgostos e desilusões são a argamassa que compacta a obra em que se tornou a nossa vida. Nada fica de fora, das vitórias fica a alegria, dos insucessos fica a tristeza, mas também a vontade de continuar a luta e virar as coisas a nosso favor.
No futebol e no caso particular do meu amor pelo Benfica, a coisa funciona de forma parecida, descontam-se os desgostos às alegrias vividas e vê-se o saldo que é altamente positivo. Desde os meus 11 anos, em que comecei os estudos do liceu e decidi eleger o Benfica como meu amor primeiro, até hoje tive mais alegrias que tristezas. Embora nos últimos 40 anos tenha surgido uma figura sinistra que me tem agoirado a vida, o ex-presidente do FCP que, neste ano de 2024, foi destronado e tenho que esquecer (por todos os séculos dos séculos).
Que a história amorosa dos dois amores - só não diz se uma era loura e a outra morena - só pode ser verdadeira, pois é a segunda vez que aqui a leio, não ponho em dúvida
ResponderEliminarE a outra, a da paixão pelos pontapés na bola, também não. Um amor que vem desde os onze anos sempre leal, até nos desgostos, é para toda a vida.
Isso de ser volúvel, foi e muito, nas coisas do coração.
Diz-se que no coração ninguém manda e que quando o amor é verdadeiro se assume e não se olha a conveniências, mas pronto, cada um sabe de si e ninguém diga: desta água não beberei...por vezes a sede é tanta, que até se bebe o que não se deve....
Seria bonito se as duas irmãs, provavelmente quase da mesma idade se conhecessem. Muito bonito, mesmo.
Já com as respectivas mães não creio que isso fosse fácil...
Desculpe meter a foice em seara alheia, mas saiu-me, quase sem querer.
Bom fim de semana
As duas já se encontraram, mas os ciúmes são tantos que a coisa não deu certo! As mães também têm a sua história, talvez um dia me disponha a contá-la!
EliminarParece ser normal na terceira idade que histórias da juventude apareçam de vez em quando 'no computador'... Houve um camarada que o filho de uma cidadã do Reino do Eswatini - logo a seguir à Namaacha - lhe veio bater à porta!!!
ResponderEliminarQuando estava em Moçambique mandaram-me dizer que a namorada que deixara no Barreiro estava grávida. Fiquei à espera de ser chamado ao comandante para responder por isso, mas nunca aconteceu. Quando regressei à Escola, ela estava casada com outro fuzileiro que ocupou o meu lugar!
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