O Tempo nunca para!

 Quer tenhas o relógio a andar ou parado é sempre a mesma coisa, o tempo não para. Ainda ontem era sexta-feira - de que vos falei, mas ninguém parece ter ligado - e hoje já é sábado. Dessa sexta-feira 24 nada resta, passou e não volta mais. E para nós o importante é o amanhã, há uma decisão importante a tomar no Jamor, e outra na ilha da Madeira.

No Jamor vamos assistir ao enterro do Pinto da Costa e com o SCP a fazer a guarda de honra ao (quase) morto que se recusou a arrumar as botas, saindo pela porta grande. Assim, vai sair de gatas pela porta pequena e se o Varandas cumprir a sua palavra, ainda por cima, com uma tremenda derrota na Taça de Portugal. Mesmo na hipótese de o FCP ganhar, o enterro segue na mesma, só que acompanhado pelas danças e gargalhadas dos poucos super-dragões que foram autorizados a participar na festa.

No Funchal a festa é outra. Desde que o 25 de Abril garantiu a liberdade de voto, a ilha mais florida do mundo foi assaltada pelo PSD e corrompida até ao mais íntimo do seu ser. O Sr. Alberto João merece uma estátua 5 vezes maior que a do Ronaldo, pois dele só restam as grandes obras que deixou para trás e dos meios usados para isso ninguém quer saber. Se calhar, o Sr. Ricardo Salgado deu uma ajudinha, mas nem vale a pena perguntar-lhe, pois ele esqueceu todo o seu passado. Amanhã, saberemos se a rebaldaria continua, ou se os madeirenses vão preferir arriscar uma mudança para a outra banda da barricada, a dos socialistas que tantos desgostos nos deram, aqui no continente.

O Albuquerque está a contas com a Justiça, mas não foi impedido de concorrer. Se vier a provar-se a sua culpa terá que renunciar ao cargo, caso venha a ser eleito, mas não o vejo nada preocupado com essa possibilidade. Ontem, vi-o a saltar e danças em frente dos seus apoiantes. A "Liberdade" é muito linda, as pessoas escolhem quem querem que as governe e mais nada. E o Povo vive feliz e ceguinho, ceguinho!

Que lhe havemos de fazer? As pessoas batem palmas e estão prontas para o carregar num andor, tanto ao cromo decrépito das Antas, como ao tresloucado do Funchal que talvez pudesse encerrar a sua carreira de político com alguma glória, mas se arrisca a ir ver o sol nascer aos quadradinhos e morrer no anonimato. O mundo é assim mesmo, um poço de contradições!

E quem me manda a mim preocupar-me com isso? Eu estou a correr a última etapa da maratona que começou, lá longe, em 1944, e quer saia vencedor ou derrotado, vou acabar feliz por ter participado em tão importante prova. Encontrei muitos obstáculos pelo caminho, saltei por cima de alguns, esbarrei-me contra muitos outros, mas levantei-me sempre e esfregando os joelhos magoados segui na corrida. Agora, vou mais em estilo marcha, a arrastar os pés, que corrida, mas a única coisa que importa é chegar à meta. E isso está-me garantido, desde que eu abri os olhos para este mundo.

Haja Deus !!!