Por agora, terminou, volta em Agosto. E que volte melhor, com mais artistas da bola e bons treinadores! Os menos bafejados pela sorte, mal treinados ou mal dirigidos por quem manda nos clubes, pois tudo isto conta para o resultado final, são os que podem ver na tabela que se segue.
Do outro lado, ocupando os primeiros lugares da classificação e, por conseguinte, com direito a repartir entre si vários prémios, pecuniários e outros, ficam os mais bafejados pela sorte (ou pelos árbitros e pelo VAR), ou aqueles que deram no duro desde o primeiro ao último dia da competição.
O SCP - Sporting Clube de Portugal, nome pomposo que pretende ser o clube de todos os portugueses, por oposição ao FCP que é apenas o clube de quem mora no Porto, ou ao Benfica, segundo afirmam as más-línguas é apenas de um bairro de Lisboa, foi o melhor (sem dúvida) e ganhou o título e o troféu da competição. A mim resta-me a alegria de poder dizer que foi treinado por um grande benfiquista e cabe-nos, portanto, um pouco da glória alcançada.
Quanto ao SLB, pensava eu que tínhamos deixado para trás os tempos conturbados do passado, do Vieira e do JJ que tantos desgostos me deram, mas parece não ser assim. O Rui Costa, actual presidente do Glorioso, é um produto dessa época de trafulhices em que os dirigentes do meu clube decidiram combater a predominância do FCP usando as mesmas armas que foram usadas pelo Pinto da Costa, nos últimos trinta e tal anos.
Armas essas que passavam por comprar todas as pessoas ligadas à estrutura do futebol nacional e corromper quem fosse preciso para atingir os seus fins. Todas as cabeças que mandam no futebol foram formatadas no Porto e sempre obedeceram ao cacique que mandava no mundo dos morcões do norte. Urge alterar esse estado de coisas, mas não será fácil, pois as pessoas em causa gostam do que conseguiram e estão agarradas ao seu lugar, como lapas nos rochedos à beira-mar.
O Vieira marcou alguns pontos nessa luta, mas não escapou ileso. Se tivesse aprendido as tácticas usadas pelo mestre da trafulhice não teria caído nas garras da Justiça, como veio a acontecer. O Rui Costa que vinha a ser preparado para tomar o lugar do Vieira, mas deixando este na sombra a manejar os cordelinhos, não terminou o curso e talvez não esteja no seu carácter transformar-se numa espécie de Al Capone do futebol luso.
Estamos um pouco como estávamos em 1557, quando morreu D. João III e não havia um sucessor à altura para tomar as rédeas do governo. Foi preciso esperar que o jovem D. Sebastião chegasse aos 14 anos para assumir o pesado cargo de dirigir o Império Português do Ultramar, que nesses tempos ia, de facto, do Minho até Timor, fazendo um grande desvio para ocidente para englobar o Brasil. Mas durou muito pouco esse reinado, pois as suas aventuras, ou desventuras, levaram-no a Marrocos, onde morreu (ou desapareceu), em 1578, com apenas 24 anos. Como resultado ficamos nas mãos dos castelhanos, durante 60 longos anos.
Houve, depois, um D. João que resgatou o país das mãos dos Filipes e voltamos a ser livres e mandar na nossa própria casa. Quem será o D. João que virá fazer o mesmo pelo Benfica? O Rui Costa tem muito poucas hipóteses de continuar no cargo, a seguir às próximas eleições e não se vê no horizonte um grande candidato que nos possa dar esperanças num futuro melhor.
Esta saga do treinador alemão que caíu em desgraça vai dar que falar e vai enterrar mais o presidente que já não goza de muita popularidade. Quer o despeça ou o mantenha vai sair todo chamuscado deste lamentável episódio. A asneira cometida ao aumentar a validade do contrato de 2 para 4 anos, com substancial aumento do valor pago pelos seus serviços, é da sua inteira responsabilidade e vai ser isso que conta no fim.
Com o Rui, o Manel ou o João, o Benfica continuará a ser o maior clube de Portugal, reconhecido no mundo inteiro. E eu não deixarei de ser benfiquista nem que "chovam picaretas em lume", expressão usada pelo povo para significar a maior catástrofe que possa cair sobre nós. Por isso, continuarei a gritar:
C A R R E G A B E N F I C A !!!