Devido ao meu imobilismo, sou um consumidor compulsivo de notícias, passo cerca de 12 horas por dia em frente ao televisor e as notícias, sejam elas quais forem, são o meu prato favorito. Andar de canal em canal, à procuras das últimas, é o meu passatempo. Os 4 canais portugueses, o 5+6+7+8 na grelha da NOS, repetem todas as notícias de meia em meia hora, é raro introduzir algo de novo. Imaginem as vezes que eu ouço ou vejo a mesma chachada, pois não merece outro nome o modo como nos dão as notícias. Dou uma corridinha pelos estrangeiros, CNN, Sky, Al Jazeera, France 24, TV da Galiza e até a culinária para desintoxicar. De vez em quando vejo um filme, por vezes há futebol - ontem vi o Benfica, o Gil, o Braga e o Al Nassr do CR7 - e pelo meio tiro uns cochilos. Verdadeira vida de velho reformado.
Mas o que me faz escrever esta publicação é, verdadeiramente, o modo como os jornalistas, ou aprendizes de jornalismo, usam para as seleccionar e transmitir. A guerra é uma coisa má e que só traz o mal ao mundo, mas por vezes, não há modo de a evitar. Veja-se o caso da Ucrânia ou , mais recentemente de Israel. Ninguém pediu aquela guerra, mas alguém a provocou e terá que pagar um preço pelo seu acto. Assim pensa o Netanyahu e eu também. O número de 10 mortos por cada um que foi assassinado no dia 7 de Outubro parece-me ainda pouco e vai aumentar com o decorrer do tempo.
Hipoteticamente, há duas maneiras de parar aquela loucura e nenhuma delas inclui o cessar fogo ou dar tempo ao Hamas para se reorganizar e fazer outro morticínio noutro lugar qualquer. A primeira seria os responsáveis reconhecerem o seu erro e renderem-se dando uma chance de os judeus recuperarem os reféns e assim acabar com o pandemónio de destruição e morte que assola Gaza. A segunda seria a população que se não revê nos actos dos terroristas denunciá-los aos militares judeus e ajudar a castigar os culpados.
Talvez vocês digam que nenhuma das duas será aceite pelos palestinos, azar o deles, assim vão pagar com língua de palmo por encobrir os actos de terror praticados por alguém que se diz da sua família (de raça e religião).
Mas voltando à vaca fria, o que eu queria dizer mesmo é que há vários modos de dar uma notícia e os jornalistas preferem pôr em evidência aquilo que menos interessa, ou mais bem dito, interessa a uma das partes em conflito. Passar o dia a exibir imagens de palestinos a remexer o entulho e retirar de lá mortos ou feridos, ou insistir no número de crianças que já morreram nesta guerra e mostrar imagens das ditas cheias de sangue ou mortas e embrulhadas para irem a enterrar, faz parte de uma guerra de comunicação que é orientada a favor de um e contra o outro contendente.
E encher horas de notícias com imagens de explosões que mandam os prédios de Gaza pelo ar também não recolhem a minha aprovação. Se não têm nada melhor, preencham o espaço com um filme de desenhos animados. O Tom e o Jerry serve perfeitamente, eles lá têm a sua guerra, mas essa faz-me rir e ficar bem disposto.
Bom dia
ResponderEliminarNem um jornalista da CMTV diria melhor.
Bom domingo amigo.
JR
Até parece!! Doze horas a ver TV - quatro na Net, outras quatro a dormir e mais quatro para se alimentar? Não passeia, não vai à feira nem trata das couves?
ResponderEliminarDe vez em quando! E dar milho às galinhas também!
Eliminar