domingo, 8 de outubro de 2023

Jorge Amado!

 Não sou grande conhecedor da Literatura Brasileira, mas daquilo que conheço o Jorge Amado ocupa o primeiro lugar. Há tempos que pensava dedicar-lhe uma publicação, mas ficava sempre a pensar no que devia escrever sobre ele. Que nasceu no mesmo ano que o meu pai? Que teve uma longevidade igual a ele? Que foi um comunista ferrenho? Que todos os seus irmãos tinham, como ele, um nome começado por J? Dos livros que escreveu e que alguns foram transformados em telenovelas pela Globo? Dos lugares onde viveu?

Tudo isso era pouco para um escritor desta envergadura e, hoje, qualquer cristão pode consultar a Wikipédia e ficar a saber muito mais do que eu poderia contar. Precisava de um toque específico que desse algum valor à minha publicação. E, de repente, lembrei-me de um pormenor, era uma sua filha que fazia a revisão dos textos antes de irem para o prelo.


O último livro dele que li foi «Tocaia Grande», um romance típico da vida dos brasileiros do sertão, de onde ele era também originário. Nesse romance a linguagem usada pelo autor é pouco menos que pornográfica e conforme o ia lendo ia pensando nas frases que a revisora ia censurando ou deixando passar.

Eu também tenho uma filha (que raramente lê o que eu escrevo) e ficava a pensar que não gostaria de a ver a rever o que escrevo e riscar as palavras que achasse menos próprias. O Jorge Amado era um senhor escritor e talvez a filha achasse que aquela maneira de se dirigir aos seus leitores era o que agradava aos leitores e, por conseguinte, não cortava nada, deixava passar tudo, talvez se preocupasse apenas com o aspecto gramatical do texto que estava a rever.

Lembro-me que o primeiro livro dele que me chegou às mãos, no tempo de fazia parte do Círculo de Leitores, foi «Capitães de Areia» de que gostei bastante e me fez adoptar o Jorge Amado como um dos meus escritores favoritos. Mais tarde, influenciado pela TV, fui procurando os livros que estavam na base de muitas das telenovelas trazidas até nossa casa pela SIC. Gabriela Cravo e Canela, Dona Flor e os seus Maridos, Tieta do Agreste e alguns outros de que já nem o nome recordo.

Tocaia Grande foi publicado, mais ou menos, na data em que morreu e foi o último que li. Foi uma espécie de adeus ao autor que tinha acompanhado durante alguns anos. Li mais livros dele que dos grandes escritores portugueses, como Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Júlio Diniz ou Guerra Junqueiro. Os escritores portugueses não me tentam (nem um pouquinho), antes prefiro o Daniel Silva! 

3 comentários:

  1. Bom dia
    Os livros que li de Jorge Amado formam mesmo a "Gabriela " e " Tieta "

    JR

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  2. E eu, sem pretender ser mais papista que o Papa, começo este comentário (que gostaria fosse longo porque o escritor merece,) mas a hora não me o permite, dizendo que a boa Literatura é Universal, Jorge Amado traduzido em inúmeros idiomas é conhecido mundialmente.

    É um escritor brasileiro, isso sim. Isso de dar nacionalidade à Literatura - com letra maiúscula - não me soa bem... :)
    Li muitos livros seus, curiosamente, não li os que foram adaptados às novelas. De todos, o que mais me cativou foi "Capitães da Areia" justamente o que Amado escreveu primeiro.
    Suponho que esse que refere seja o último.

    Zélia Gattai, sua companheira, não sendo crente, teve uma frase que correu mundo.
    "Sou anarquista, graças a Deus". Parafraseando uma suposta frase de Carlos Magno: "Sou ateu graças a Deus".
    Sei que estou a fazer uma salgalhada, mas as ideias surgem...

    Boa noite!

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  3. Antigamente comprava livros do Jorge Amado num quiosque que havia no Largo de Sapadores. Mais tarde vim a descobrir o cenário das suas escritas - a Bahia. Bom, mas isso foi antes de saber que tal como o vizinho Pablo Neruda eram komunas. Do Brasil prefiro o Paulo Coelho.

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