Chuva é ouro líquido!

 Com a chegada de mais uma depressão, desta vez batizada pelo Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA) como Bernard, a semana de 23 a 29 de outubro será “tipicamente de outono”. Segundo o organismo, as temperaturas máximas deverão descer até terça-feira, mantendo-se, depois, “sem grandes oscilações. A chuva, contudo, será “acima dos valores usuais para a época”.

 

Se começasse a chover notas de 10 euros, vocês acham que o pessoal ia parar para as apanhar ou, pelo contrário, se queixaria que o valor era pequeno de mais para dobrarem a espinha (na minha terra chama-se assim à coluna vertebral)?

Dizem os entendidos que a água será a riqueza do futuro, feliz de quem a tiver e desgraçado daquele que tiver falta dela. Eu devo morrer antes de ver o mundo chegar até esse extremo, portanto não vou preocupar-me em excesso. Enquanto um garrafão de 5 litros custar perto de 0,75€, eu não vou preocupar-me, o aumento que o Kosta me vai dar, em Janeiro, chega e sobra para pagar isso e ficar a rir-me.

Mas quem governa tem de começar a prever e acautelar o futuro dos cidadãos desta pátria de ladrões em que cada um só não rouba o que não está ao seu alcance - veja-se o que aconteceu no Ministério da Defesa, em tempos recentes - e já deveria estar em campo a avisar a gente para reter, de qualquer maneira, a água que o S. Pedro nos tem mandado com fartura. Podem pôr bacias e baldes a apanhá-la para guardar para as épocas de seca, ou investir as suas economias num tanque (cisterna) para a guardar em maior quantidade.

Fazer o transvase dos rios, levando a água que sobra a norte para o sul, onde ela faz falta é uma solução, mas custa muito dinheiro e levará muitos anos a concretizar-se. Mas por algum lado será preciso começar e aceitam-se ideias que ajudem a resolver o problema. É uma dor de alma ver tanta água a cair do céu e só servir para aumentar o volume dos oceanos.

Há dias, vi umas fotos no Facebook que mostravam água a correr pelas ruas, na zona de Évora, e acredito que toda aquela água, de um modo ou de outro acabará no Alqueva. Mas aí já temos água que chegue e ainda temos que dividi-la com nuestros hermanos que moram do outro lado da fronteira. Eu aconselharia a criar outra represa, mais para o centro de Portugal, e desviar para lá toda a água que puderem. Todos os rios e ribeiros que correm a sul do Tejo deveriam ser canalizados, desde já, para uma «Madre de Água» que, em tempos de seca. serviria para alimentar os que estão mais a sul.

Mas quem sou eu para estar aqui a mandar bitaites a que ninguém liga a ponta de um corno? Eu tenho um pequeno poço, em casa, onde nunca falta a água por mais seco que esteja o tempo. Vivo na orla marítima, cerca de 1 a 2 metros acima do nível do mar, onde basta escavar um buraco com 1 metro de fundo e logo se enche de água. Se a falta de água se agravar como dizem, o meu poço vai ser uma espécie de conta-poupança no banco, vou sentar-me ao pé dele a vender água ao copo.

Para os judeus, hoje, é segunda-feira, mas para nós é domingo e há que ir à igreja agradecer ao S. Pedro por esta água que nos manda, por vezes em demasia, para não morrermos à sede!