domingo, 29 de outubro de 2023

A «Testa de Ponte»!

 


No meu curso de Fuzileiro havia uma disciplina sobre tácticas miltares. Como os fuzileiros são uma força de desembarque a palavra «testa de ponte»  - posição de apoio criada pelos primeiro grupo a chegar a terra - era ouvida muitas vezes. E depois íamos para a Serra da Arrábida e outros lugares treinar essas tácticas que nos serviriam de muito na guerra, em África, para onde estávamos a ser enviados, à razão de 2 DFE's e 2 CF's por ano.

Na minha comissão na CF8 fiz algumas testas de ponte para ajudar  os camaradas do DFE5 DFE8 a desembarcar e embarcar em segurança. Agora que penso nisso, todas essas operações foram entre Meponda e Metangula e nunca a norte. Ao contrário do que tinha acontecido no tempo da CF2, em que todas as operações aconteceram entre o Cobué e a fronteira do Tanganika. Isso deve ter a ver com a deslocação da guerrilha, em direcção a sul e também das ainda poucas forças do Exército a prestar serviço no Niassa, na primeira fase da guerra.

Vem isto a propósito de, nos comentários, feitos por militares de alta patente, sobre as guerras da Ucrânia e Israel, falarem muito de uma «Cabeça de Ponte» que me mexe com o bichinho do ouvido. Sempre que isso acontece, apetece-me saltar da cadeira e gritar:

- Não é cabeça, Sr. General, é testa!

Será que os fuzileiros estudaram num manual diferente daquele que usou o Exército! Ou é mesmo falta de testa dos comentadores?

Ai o que isto me irrita !!! 

1 comentário: