sábado, 6 de janeiro de 2018

Planos e projectos para 2018 !

Nesta idade a que eu já cheguei, quase a fazer 74, já não se fazem planos nem há projectos a realizar. Acordar vivo a cada manhã e viver um dia de cada vez, é o único plano a que tenho direito. Já todos sabemos que para continuar vivo temos que andar com uma saca de medicamentos atrás de nós e deixar metade da reforma na farmácia todos os meses. Felizmente, com a chegada dos genéricos a conta diminuiu bastante, o que é de louvar.
Há dias, li que um medicamento para tratamento do cancro custa 60€ e o genérico da mesma droga apenas 2€. Custa-me a crer que haja tamanha ladroagem no mundo das farmacêuticas. Se o governo não abrir os olhos e forçar esses "gringos" a pôr cá fora o genérico de cada medicamento que é usado para o tratamento das doenças crónicas, estaremos bem arranjados.
Hoje, de manhã, estava plantado em frente à televisão a ver as notícias sobre o nevão que assola os Estados Unidos e o temporal que se abateu sobre a costa da Europa, a norte do Golfo da Biscaia, sem esquecer o nevão que está a cair nos Alpes dificultando a vida de franceses, suíços e italianos. E a pensar na sorte que nós temos, a viver sossegadinhos, neste jardim à beira-mar, a gozar de um sol que já faz sonhar com a Primavera.
Neste mundo, por aquilo que me é dado ver, está tudo mal repartido. Umas poucas centenas de sortudos têm tanta riqueza como o resto da humanidade. A uns sobra a comida, nem os cães a aproveitam (comem ração) e outros continuam a morrer à fome, por esse mundo fora. Se a uns faz falta a chuva, outros morrem nas avalanches de lama provocadas por chuvas torrenciais. Há quem sonhe ver a neve cair e percorra centenas de quilómetros para realizar esse sonho, enquanto que outros bem dispensavam o sacrifício de, a cada manhã, abrir à pazada um carreiro para poder sair de casa. Ou olhar para o automóvel que ficou preso debaixo da neve e ir para o trabalho a calcantes.


Costuma dizer-se que este é um mundo cão, significando que é difícil viver nele e sofrer como um cão. Olho para o meu cão, deitado a meu lado e a fazer asneiras como de costume (desta vez apanhou o fato do Pai Natal e resolveu fazê-lo em tiras) e não me parece que a vida dele seja muito má. De vez em quando leva um par de chibatadas, para aprender a comportar-se, mas tirando isso leva uma vida de rei.
Ah, e também ele não faz planos para coisa nenhuma. Depois de encher a barriguinha só tem que esperar pela próxima refeição!

2 comentários:

  1. Há cães com sorte,
    o teu é um deles
    habitante do Norte
    não é como aqueles
    que morrem à fome!

    Não precisa de trabalhar,
    volta e meia está deitado
    sem ter de contas prestar
    nem reclamar do patronato!

    De certeza que não ladra,
    o teu cão quando está dormindo
    o fumo do tabaco te incomodava
    se ele fumasse de cachimbo!

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  2. bom dia
    ja dizia Antonio Aleixo
    O pão que sobra á riqueza
    distribuído pela razão
    matava a fome á pobreza
    e ainda sobrava pão

    continuação de um bom domingo
    JAFR

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