segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

De volta a Lourenço Marques !

Lourenço Marques, em 1544, acompanhado por António Caldeira, comandou expedições na costa de Moçambique, andava em exploração da costa e chegou ao Rio Limpopo, onde tomaram trato com os indígenas. Dali, foram ao Rio Umbeluzi, animados sempre na ânsia de comerciar e enriquecer. Depois, vindo do Rio Maputo, desceram para o mar, e deram na Baía que já antes fora visitada e à qual alguns chamaram "da Boa Morte" e António do Campo chamara "da Lagoa" - e daqui a denominação Inglesa "Delagoa Bay" -, na área hoje denominada Baía de Maputo. Pensaram os dois aventureiros estabelecer ali um grande mercado de produtos do interior, e ali se instalaram, dedicando-se, de início, ao resgate do marfim.


Dei-me ao trabalho de transcrever, da Wikipédia, o pequeno texto com que começo esta publicação. Isto, porque sei que há muito boa gente que fala de Lourenço Marques e até já por lá passou, sem fazer a menor ideia de quem era o homem que lhe deu o nome.
Quando a cidade não passava de uma dúzia de palhotas, à beira da água, na parte norte da baía, os nativos chamavam-lhe "Xilunguine", ou seja, o sítio onde vivia a gente que falava português. Mas isso foi há muitos anos atrás. Durante perto de três séculos, aquele lugar perdeu grande parte do interesse inicial e os portugueses só ali iam para se abastecer na ida e regresso da Índia. Em meados do Século XIX as coisas começaram a aquecer e nunca mais parou, até hoje. E o Xilunguine que depois se chamou Lourenço Marques, foi renomeado como Maputo, depois da descolonização.
A Avenida do Trabalho, assim como a Avenida de Angola, o bairro de Chamanculo ou do Xipamanine foram os sítios onde gastei boa parte do meu tempo, quando não eatava dentro das redes de arame farpado da Estação Radionaval da Machava. Tudo isto me passou pela mente, esta manhã, quando olhei para esta foto (que podem ver acima) que ilustra um mercado típico de África (por mero acaso, em Angola).
Quem andou por lá, como eu andei, sabe que, fora das vias principais, não há ruas por onde possam transitar carros, mas apenas a pé, de bicicleta ou de mota e, neste último caso, devagar e com redobrados cuidados. Pois, cá este rapaz conduzia uma Java 175 e não havia caminho nem carreiro por onde não se metesse. E no bairro do Xipamanine havia um mercado parecido com o da foto que aos sábados à noite virava salão de dança, ou batuque, se lhe quiserem chamar.
O Xilunguine que no meu tempo já se chamava Rua Araújo, também era caminho aberto para a minha Java, de maneira que a cidade que o tal Lourenço Marques ali fundou, no Século XVI, não tinha canto nem esquina que eu não conhecesse. Passei ali os melhores anos da minha vida, mas há uma razão primordial para isso, eu tinha apenas 20 anos!

5 comentários:

  1. Ainda bem que deste conhecimento da Wikipédia sobre Lourenço Marques, que por distração não acompanhou o vídeo do meu post de hoje no "Figueira Minha"! OBRIGADO.

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  2. Os artistas da Frelimo encarregaram-se de mudar para pior a nossa LM... Mais gente, mais lixo, nomes marxistas e uma nova polícia que actua à base 'de refrescos'... Os arredores de LM estão irreconhecíveis e o problema 'da segurança & refrescos' tiram a vontade de deambular por aqueles lugares que teimaram até agora ficar até nas nossas memórias...

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  3. Ó! Maputo que tão longe estás,
    quem foi que te baptizou Maputo
    os teus habitantes vivam em paz
    do que precisam tenham de tudo!

    Portugueses aventureiros foram para aí,
    à procura do que não tinham no seu país
    ai construíram barragens, estradas eu vi
    também cidades, onde habitava gente feliz!

    Com condenações, agora,
    as empresas portuguesas
    não têm lugar em Angola
    dizem os barrigas cheias!

    Essa da "Boa Morte"
    será que ela existe
    azar não sendo sorte
    porque a descobriste?

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  4. O meu maisquetudo também estava na Machava. Nós moramos na baixa e depois fomos morar lá para cima, perto do jardim zoológico, já não me lembro como se chamava o bairro.
    Um abraço e uma boa semana

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  5. Falas de tudo e mais alguma coisa, o qual vai sendo alimento para os nossos cérebros semi-gastos! É giro! É fixe! É "challenging", diria antes, desafiante! Quanto ao que me toca; nas palavras da mulher e cunhados, sou um "fala barato do caraças" e aí, ninguém me vira...! Cada qual é como cada um e cada é como (...) Deus o fez! (Ía para dizer outra coisa mas passei ao lado. Falo..., falo..., e, falo de tudo com ar presunçoso e estilo professorial. Será isso defeito ou qualidade não sei. Contudo gosto do que faz senso e tu aqui o bem sabes fazer, Cheers! História venha ela porque adoro! Sempre me questionei sobre o porquê de Lourenço Marques se chamar LM?! agora já sei, não tive que espiolhar na NET ou, recorrer à palavra escrita. Mas espera aí; consegui dois coelhos com cajadada só(!); é que Maputo é nome autóctone de rio, algures lá perto. Claro que está na 'menina do olho' que, tudo o que cheirasse a colono iria à vida, e foi. Mas porra que aquela merda é mesmo bonito/a! Ah isso é...! Xoxos

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