O jornalista moçambicano Guilherme de Melo escreveu a história de Gungunhana a pedido de Samora Machel, segundo ele contou. Se foi assim ou não foi, a mim tanto se me dá como deu, parece que o bicho não era boa rês e, por isso, deixa para lá.
Falo nisto agora, porque estive a ler um relato de alguém que foi, há alguns anos, até Marracuene, onde reside um descendente do Gungunhana para comemorar o aniversário da batalha travada entre as tropas portuguesas e os súbditos deste chefe Vátua, acontecida no dia 2 de Fevereiro de 1895. E esse alguém lembrou que faltam apenas alguns dias para um novo aniversário, a comemorar no próximo dia 2 de Fevereiro e que muita gente voltará lá numa autêntica romaria.
Na mata da Estação Radionaval da Machava havia muitas árvores iguais a esta que podeis ver na imagem. Esta árvore dava uns frutos de cor amarelada, do tamanho de ovos de pomba, com umas sementes grandes dentro e que nós não comíamos (talvez porque nunca vimos os indígenas comê-los).
Soube agora que o fruto se chama canhú e a árvore canhoeiro e que dele se faz uma bebida (que se diz afrodisíaca) muito apreciada pelos naturais da região sul de Moçambique. Pelo que estive a ler, o canhú é a bebida tradicional que serve para comemorar a tal batalha de Marracuene entre portugueses e seguidores de Gungunhana. A fermentação da bebida demora dois a três dias, conforme se goste dela com mais ou menos álcool, e como só faltam 6 dias para a festa, eu imagino a azáfama que vai pela zona da Machava a apanhar e espremer canhús para fazer mais uns litros de bebida. Diz quem sabe que são precisos 75 kilos de canhú para fazer 15 litros de bebida, dose necessária para emborrachar uma família inteira e alguns amigos.
E ninguém se responsabiliza se aparecer muita mulher grávida depois da festa. E não é demais lembrar que também é tradição as mulheres casadas trocarem de homem nessas alturas.
P.S. - Se houver alguém interessado em ler o livro de Guilherme de Melo, este chama-se «Os leões não dormem esta noite» e foi publicado em 1989.
P.S. - Se houver alguém interessado em ler o livro de Guilherme de Melo, este chama-se «Os leões não dormem esta noite» e foi publicado em 1989.
Que engraçado, (lendo e aprendendo), eu sempre andei convencido que se chamava cajú e a árvore cajueiro, mas devia ser na língua indígena, ou a árvore não é a mesma?
ResponderEliminarHoje como tu e o Eduardo estão em África, eu fico na Figueira da Foz, está sol por todos os cantos.
O cajú e o cajueiro são completamente diferentes, mas também são usados para fazer bebida. Na sanzala onde morava a Joana usavam os bidões de gasóleo depois de vazios para ferver essa bebida a que chamavam cafreal.
EliminarEsse chefe Gungunhana,
ResponderEliminarele tinha quantas queria
mulheres, com elas na cama
gozava de noite e de dia
e todas diziam porreiro.
Se calhar até à sombra
de um velho imbondeiro
eles e elas dançava o samba.
Mas que grande putaria
depois de beberes a bebida
feita do fruto do canhoeiro
irá acontecer nessa romaria
no próximo dia 2 de Fevereiro!
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ResponderEliminarCanhú afrodisíaco ?
Eh pá,nada que se compare,com o potentissimo PAU DE CABINDA, produto natural,nem o Viagra lhe deve chegar aos calcanhares !!!
Tem um excelente fim de semana.
Já que vamos na onda dos frutos tropicais; lembram-se de um fruto que existia na mata da Machava do tamanho das bolas de vidro que jogávamos, quando miúdos, para as ondas e que as mesmas nos traziam de volta. Nós ao parti-las tinha uma polpa castanha comestível de sabor agradável! Pergunto: -alguém sabe qual o seu nome se, se lembram, claro? Penso que lhe dava-mos o nome de "Massálas".
ResponderEliminarO nome desse fruto é "massala" e acrescento que era o meu alvo favorito quando havia ordens para dar ao gatilho da G3.
Eliminar.
EliminarSó agora "dei de caras" com esta novidade, ao estilo ALA !
Desperdício de munições para alvejar frutos ???
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-Quem dava essa ordem,ou estava carimbado,ou era ganda básico !!!
-Casa da rata com ele !!
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