O comentário do Manuel Ladeira fez-me ir à procura desta lenda e não é que corresponde quase palavra por palavra à do Senhor de Matosinhos! Só troca a data por uma mais moderna e o Nicodemos pela rainha. O Mar Mediterrâneo não é mencionado, mas para o efeito tanto dá.
No séc. XVI houve uma revolta contra a igreja católica. Nessa altura a rainha mandou encaixotar todas as imagens que estavam nas igrejas e deitá-las ao mar.
Arrastados pelas correntes os caixotes foram levados mar fora e foram ter aos sítios mais diversos. Um deles veio ter à praia de Sesimbra.
Estavam alguns pescadores à beira mar quando viram aquele caixote a boiar junto à pedra que fica do lado nascente da fortaleza.
Trouxeram-no para a praia, abriram-no e viram uma imagem de Jesus Cristo e ficaram muito admirados sem saberem o que fazer com ela.
Pensaram um pouco e trouxeram-no para o terreiro da Misericórdia, onde hoje em dia é um jardim, mas não tinham sítio onde o colocar. A imagem não ia ficar no chão, nem à chuva nem ao vento, por isso resolveram levantar uma tenda e fingir que aquilo era uma pequena capela, pois um dia fazer-se-ia uma a sério.
Todos repararam que faltava um braço à imagem, mas também sabiam que no caixote não estava. E a imagem continuou assim na pequena capela improvisada onde toda a gente ia venerá-la. Ora era costume, e ainda hoje há quem o faça, ir à praia buscar lenha para levarem para a lareira. Naquele dia, uma velhinha apanhava uns pequenos troncos na praia. Ao chegar a casa colocou os troncos no braseiro e sentou-se ali ao pé para se aquecer.
Começou a reparar que toda a madeira ardia menos aquele tronco mais grosso. A ele nem o lume chegava perto.
Intrigada pegou nele e mirou-o com atenção. Viu, então, que aquele pedaço de madeira tinha a forma de um braço.
Correu até à capela, mostrou-o ao padre e concluíram que aquele tronco especial era realmente o braço da imagem do Senhor Jesus.
«In site da Câmara Municipal de Sesimbra»
Uma lenda muito bonita. Também segundo a lenda, o Bom Jesus do Carvalhal, foi encontrado num caixote na praia de Peniche, por um homem que por ali andava. Diz-se que apesar do tamanho do caixote, ele nada pesava, pelo que o homem o pôs às costas e o levou até à ermida de S. Pedro. Aí chegado o caixote tornou-se repentinamente tão pesado que sem poder dar mais um passo, o homem o poisou e foi chamar o padre para abrirem o caixote. Depararam então com a imagem de Jesus que foi exposta e venerada. Anos mais tarde, a paróquia de S. Pedro, passou a chamar-se do Bom Jesus e S. Pedro.
ResponderEliminarUm abraço
Enquanto vivendo,
ResponderEliminaras que o mundo tem
as lendas vamos lendo
escritas por alguém!
Vale mais do que política,
saúde e paz, é o melhor bem
com esperança quem acredita
nalgumas eu acredito também!
Não há fumo sem fogo,
será essa a realidade
não sendo a vida um jogo
comentadores boa tarde!
Há no mundo tantas lendas,
ao dispor de todos os gostos
são de todas as melhores prendas
viver sem dores e sem desgostos!
O Senhor Jesus das Chagas é muito venerado em Sesimbra. Aliás, os homens do mar desta vila piscatória, não sendo frequentadores assíduos da Igreja, são, no dia da festa da sua padroeira, os mais empenhados na organização e participando na procissão (no mar e em terra) com todo o fervor religioso.
ResponderEliminarHá imensas lendas destas em que os católicos acreditam sejam verdadeiras, mas os que não acreditam nestas têm as suas, que os fazem acreditar até para praticar o mal! Assim vai o mundo.
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