segunda-feira, 1 de maio de 2017

A Maia e o Mastro !

Há mil e uma tradições a respeito do 1º de Maio, umas mais credíveis que outras, assim como algumas com piada e outras sem piada nenhuma. Quando se escolhe falar sobre um assunto como este é preciso explicar aos menos atentos que o advento da religião católica levou a um clima de guerra tendente a acabar com as tradições consideradas pouco cristãs. Assim aconteceu com a tradição das «Maias» que começou a ser ligada ao nascimento de Jesus, a matança dos santos inocentes e a fuga para o Egipto. Nada disso, continuem a ler e aprendam que eu não duro para sempre.
Esta tradição tinha a ver com a fertilidade da natureza, a da Terra e a do o Homem.
Quanto à Terra, o inverno é uma estação fria e pouco própria à produção agrícola, ao contrário do verão em que a natureza se põe ao serviço do homem para lhe encher o celeiro. O mês de Maio representa o início do ciclo fértil e como tal era festejado por todos os povos, desde os tempos da Pré-História. Daí advém o costume, mantido ainda em algumas zonas rurais do nosso país, de enfeitar com flores de giesta todas as alfaias agrícolas, cancelas e portas de currais ou celeiros, pedindo aos deuses protecção para as suas colheitas e animais, agradecendo antecipadamente a fertilidade da Terra que lhes permita escapar da fome, o maior flagelo dos velhos tempos.
Quanto ao Homem, também o mês de Maio, como prenúncio dos calores de verão, foi eleito como o mês mais propício para celebrar e agradecer a fertilidade do Homem ou, melhor dizendo, da Mulher por ser ela o garante da continuação da espécie humana. Toda a mulher, antes de despertar para a vida (leia-se, antes do advento das regras menstruais) é tão infértil como a natureza no inverno. Mas logo que se transformava numa mulher completa e pronta para dar o seu contributo à manutenção da espécie, era como o verão quente, fértil e pronto para receber a semente da vida. Daí o costume de enfeitar a porta de casa com ramos ou coroas de flores, para marcar o lugar onde havia moça casadoira.
Velhos costumes como «o leilão das donzelas», em que as melhores valiam fortunas e as piores tinham que pagar a quem as levasse, ou «levar as virgens ao bosque» para que os faunos da natureza as livrassem do fardo da virgindade, são também referidos em muitos relatos que podem ler-se por aí.
Não posso deixar de referir aqui a outra celebração, para todos os efeitos ligada a esta da fertilidade feminina, que é a «Festa do Mastro». Com todas as moças casadoiras à espera que eles se mostrassem capazes de cumprir o seu dever, foi instituído o costume de levantar o mastro no terreiro da aldeia, costume que, com muito custo, diga-se, ainda se vai mantendo nalgumas terras. O procedimento era o seguinte e comemora-se no dia 25 de Julho:


Todos os pretendentes a tomar mulher se juntavam no largo da aldeia e partiam para o bosque à procura da maior árvore que eles se julgassem capazes de transportar às costas e, mais tarde, levantar ao alto para provar a sua virilidade. Acredito que muitas vezes os rapazes tiveram mais olhos que barriga e passaram vergonhas para cumprir a tarefa. Mas isso são outros quinhentos!

6 comentários:

  1. As coisas que tu sabes! Todos esses costumes e divertimentos existiram no tempo em que, ainda, não havia televisão, telemóveis nem computadores. As moças eram vigiadas pelos pais de noite e de dia. Não tinham liberdade como têm hoje. Num monte lá no Alentejo, ouvi dizer que havia uma bela moça, que todas as noites ia fazer xixi à rua. Porque as casas-montes, das pessoas mais pobres não tinham, retrete e algumas nem penico tinham. Ela sempre acompanhada pelo pai, para evitar algum encontro não autorizado. Mas, a espertalhona, antes combinou com o namorado como é que haviam de fazer sem o pai se apercebe. Numa noite escura de céu limpo bem se podiam ver as estrelas a brilhar. Atrás duma moita o rapazão deitado com o mastro bem levantado, ela agachou-se com a bichana sobre ele. Quando o estava sentindo a fazer-lhe cócegas no grelo. Dizia olha pai são tão lindas as estrelas no céu a brilhar! Respondia o pai são sim filha, despacha-te, está bem pai, espera só mais um bocadinho, está quase!...

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  2. A história do camarada Eduardo está 5*

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    1. O pai da moça distraído,
      vendo as estrelas a brilhar
      daqui obrigado eu te digo
      camarada amigo Valdemar!

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  3. Eu levantei o mastro várias vezes em África e na Europa, mas só convidava mais uma pessoa já rachada mas que o levantava em três tempos! Foste remexer o passado e o nosso poeta lembrou-se logo de uma à alentejana! Vós sois todos uns bons malandros.

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  4. Boas
    um bom fim de tarde para todos os bem humorados.
    JAFR

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