quarta-feira, 10 de maio de 2017

E continuando !

Depois de ter metido uma farpa no Supremo Tribunal de Justiça, pelo modo pouco sério como gere o seu orçamento, continuo com mais uma notícia também ligada à Justiça. Queixa-se o Sócrates e os seus advogados que as notícias escarrapachadas nos jornais de ontem são uma infâmia e tendentes a enterrá-lo mais do que já está. Quem tem razão e quem não tem? Eu não sei, nem é sobre isso que a minha dissertação de hoje vai versar. Podemos dizer que este é um assunto chato, uma grande chatice, de que ninguém aguenta já ouvir falar.


Ao fim de setenta e tal anos vividos, um homem cruzou-se com muitas pessoas, umas de quem se lembra, por boas ou más razões, e outras que se desvaneceram na bruma dos tempos sem deixar rasto. Da mesma forma há ditos que ouvimos da boca de uns e de outros que nos ficaram no ouvido e que, volta e meia, nos vêm à cabeça. Vem isto a propósito das palavras "chato" e "chatice" que usei no parágrafo anterior.
No meu último emprego, onde passei 32 anos, antes de me reformar, eu tinha um grande contacto com o exterior. Atendia clientes, recebia fornecedores, fazia entrevistas, respondia a questionários de empresas, consultores e organismos oficiais, enfim, desempenhava uma tarefa que me obrigava a ser bom, tanto a falar como a escrever a Língua de Camões.
Nessa função recebia no meu gabinete, regularmente, um cavalheiro muito bem educado, a fazer lembrar os fidalgos do tempo da Monarquia, que me interpelava sempre que eu usava uma das palavras que mencionei acima.
- Sr. Silva, não use essa palavra, por favor!
- E porquê?
- Porque é uma palavra muito feia e nem sequer deveria constar do nosso dicionário.
Acredito que a palavra lhe fizesse lembrar qualquer coisa que nunca me confessou, nem tive o desplante de lhe perguntar. Há coisas que respeitam apenas a cada um e têm a importância que cada um lhes dá. Assim o entendo eu e fazia os possíveis por fugir dessas palavras, sempre que tinha o respeitável cavalheiro na minha frente. 
Há dias assim! É chato? Coça!

2 comentários:

  1. Se na espiga do centeio,
    chocho estivesse o bago
    não estava um em cada lado
    para defender o do meio.

    Cheira-lhe a dinheiro desviado,
    será que se evaporou no céu?
    Não é ilibado, nem condenado
    sem provas beneficiado é o réu!

    A justiça deixa passar o tempo,
    o suposto réu fazendo-se vitima
    de que não é culpado, dizendo
    para quem na mentira acredita!

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  2. Há cavalheiros que em vez de lhe meterem os microfones na frente, deviam-lhe meter um juiz com tomates maduros e resolverem os assuntos de vez para não termos que o continuar a gramar, a não ser que o banco suíço esteja a ser comprado para ir adiando as informações que o entalam, cá para mim já não há ninguém que consiga acabar com esta bandalheira da justiça de deixar andar corruptos, pedófilos e assassinos à solta.

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