quarta-feira, 24 de maio de 2017

A falta que ela faz!


Andei o inverno todo a arengar que não chovia, que ia ser um desastre, que ninguém queria saber e agora aí está o resultado. Eu até descrevi em pormenor uma peregrinação que foi organizada pelos párocos de várias freguesias do Minho, a minha incluída, pedindo a Deus e aos santos que mandasse chuva, pois sem ela não haveria pão nem vinho, nem vegetais na horta e nem forragem para os animais.
Agora ninguém sabe rezar, preferem correr para o Algarve para tostar a pele e se rezam é, exactamente, para que não chova. A coisa está a ficar preta e em breve vão ter que escolher entre duas soluções, qual delas a pior. Ou rezam para que chova no verão, o que nem é mau de todo, ou começam a abastecer-se de água em garrafões, pois ela pode deixar de pingar da torneira. Em vez do banho diário, de que alguns não querem abdicar, a solução vai ser passar um paninho húmido nas partes mais sujeitas a cheiros desagradáveis e micoses. Os cientistas já previam esta situação, lá para meados deste século, mas a coisa parece estar a acelerar.
Ora vejam o que diz a Agência Portuguesa do Ambiente:

Em articulação com as câmaras municipais, a APA sugere a diminuição de regas em hortas e jardins, e executá-las em "horários apropriados", reduzir ou até mesmo proibir enchimento de piscinas e lavagem de carros, diminuir para "rega de sobrevivência" os espaços verdes e encerrar fontes decorativas.
"Em termos de garantia das utilizações, as situações mais críticas são na Bacia do Sado, com particular destaque para as utilizações da albufeira do Monte da Rocha, que não tem ainda ligação ao sistema Alqueva, e ainda as albufeiras de Divor, Vieiros, Fonte Serne, Odivelas, Roxo, Vigia, Campilhas, Pego do Altar e Abrilongo", lê-se no comunicado de hoje.

3 comentários:

  1. Sem água há menos vinho,
    sem forragem não há leite
    mais poeira há no caminho
    sem azeitonas não há azeite
    mais lixado está o Zé Povinho!

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  2. Lá me fazes ir ao dicionário ver o que andaste a arengar!
    De qualquer modo estas mudanças bruscas de temperaturas dão que pensar e ao mesmo tempo assustar!
    O meu poço lá vai dando para meter de vez em quando a moto-bomba a trabalhar e regar a minha pequena horta, mas temos que ter em atenção as recomendações da Agência Portuguesa do Ambiente, mesmo vivendo à beira-rio.

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