Quando o treinador tem pouco a dizer!

Há dias, por causa de um jogo de futebol, falei-vos da cidade de Regensburg, do rio Danúbio e da minha vontade de fazer um cruzeiro até ao Mar Negro. Ontem, havia uma batelada de milhões em jogo no Euromilhões e convencido que era desta que seria eu o felizardo e poderia assim realizar o sonho de conhecer Regensburg e ali embarcar no tal cruzeiro dos meus sonhos, gastei uma nota preta em apostas, mas tudo o que acertei foi num único número, apenas um, em todas as apostas. Sonho adiado, portanto.

Hoje, quero falar-vos de novo desse famoso jogo, melhor dizendo, da segunda mão dessa disputa que confirmaria a descida à III Liga, ou a salvaria dela, a equipa treinada por Vitor Pereira, o famoso adjunto que deu dois campeonatos seguidos ao Porto, os últimos antes de o Benfica tomar conta da coisa. Pois é como vos conto, o Regensburg jogou e ganhou e o Vitor Pereira nada pôde fazer para o evitar.

Qualquer treinador que vá para o Porto arrisca-se a ser campeão, era uma afirmação ouvida a cada passo da boca dos comentadores desportivos. Pois foi isso, exactamente, que aconteceu com o Vitor Pereira. O treinador principal fugiu, seduzido por melhor oferta financeira vinda de outro lado, e o adjunto teve que tomar o seu lugar para manter a máquina em movimento. O FCP de Pinto da Costa era uma máquina bem oleada e pronta para ganhar campeonatos, sem nada nem niguém que se lhe conseguisse opor. Foi sem saber como nem porquê que o Vitor Pereira, ao comando das hostes portistas, ganhou dois campeonatos seguidos.

Só que no München 1860 não há Pinto da Costa que faça os milagres como este que cá temos e assim o Vitor deu com os burros na água e sai da II Liga Alemâ de orelha murcha e consciente, espero eu, que o grande feito conseguido no Porto não se deveu, afinal, aos seus grandes méritos como treinador. Como ele há-os para aí às carradas!