sábado, 18 de fevereiro de 2017

Afinal, quem ganha com isso?


Muitas vozes se levantam contra as três barragens que estão a ser construídas na bacia do Alto-Tâmega. A questão, afinal, é muito simples, quem ganha com isso. No imediato, alguns trabalhadores daquela área vão arranjar emprego para os próximos dois ou três anos e todo o resto pouco lhes interessa. Os (perto de) 1,5 Gigawatts produzidos em cada hora vão encher o bolso de alguém e só tenho pena que seja uma empresa espanhola. No rio deixa de haver trutas e passa a haver achigãs na albufeira. Quem se importa com isso?
Ontem, escolhi falar sobre o Tua e os problemas que a construção da barragem provocou, hoje, é a vez do Tâmega, rio que conheço bem desde Chaves, onde em tempo de cheias causa graves problemas, até Amarante, cidade bonita que era um dos meus destinos de passeio domingueiro, quando os meus filhos eram crianças. Vila Pouca de Aguiar, capital do granito, ou Ribeira de Pena, terra adoptiva de Camilo, ou ainda Cabeceiras de Basto foram e são ainda, embora mais raramente, destinos que gosto de escolher quando quero sair da beira-mar e todos são vizinhos do Tâmega.


No esquema acima aparece a indicação de IP3 na estrada que segue para norte, em direcção a Chaves. Se o mapa fosse actual deveria marcar A24 e ter também Vila Pouca de Aguiar ali mencionada, porque além de Chaves (que fica mais para norte) é a povoação mais importante daquela zona. Com as novas albufeiras que ali vão nascer, acredito que o turismo vai também levar algum desenvolvimento àquela zona de Portugal que, hoje, é uma espécie de cu do mundo. No verão passado fiz uma viagem de Boticas a Cabeceiras, usando a estrada que segue o curso do rio e vi-me perdido várias vezes, tão grande é o abandono daquela via. Diria que nem o padeiro por lá passa.
Para concluir, tirando o facto de não me alegrar ver os lucros do negócio irem para os accionistas da Iberdrola, entre os quais não me conto, não vejo nada de assim tão negativo nesta obra. Os ambientalistas lá terão as suas razões, mas aposto que não conseguem viver sem os seus electrodomésticos. Essa é que é essa!

2 comentários:

  1. Essa é que é essa,
    porque, tens toda a razão
    quem na vida tem depressa
    de tanto estrebuchar não sossega
    mais depressa se cansa o coração.

    Quem o bem estar estorve,
    de outrem será desprivilégio
    porque só mesmo para a morte
    é que, ainda, não há remédio.

    Poderão haver contra tempos,
    mas, serão mais os benefícios
    desde que sejam os inventos
    aproveitados sem desperdícios.

    Só quererão os ambientalistas,
    os seus postos de trabalho preservar
    andam, eles, por ai vender cantigas
    mas, só para quem as quer comprar!

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