A notícia que hoje me chamou a atenção foi que a Administração do Porto de Leixões se candidatou a uma verba de 59 milhões de euros, vinda de Bruxelas, para correcção e melhoramentos do canal navegável do Douro, assim como das 5 eclusas que o servem.
Acho muito bem que alguém se preocupe com isso e mais ainda que haja em Bruxelas quem reconheça o interesse em melhorar os caminhos para levar mais turistas até ao Alto Douro. Sim, porque o tal «Portugal profundo» (leia-se abandonado) existe mesmo e se não for através do turismo nunca conseguiremos repovoá-lo e fazê-lo reviver, o que seria uma pena e uma perda irreparável.
Há dois anos estive em Barca de Alva e mesmo no pino do verão aquilo é um deserto. Para lá chegar é preciso percorrer quilómetros e quilómetros de más estradas e pelo rio, além de bastante caro, não são muitas as oportunidades. Poucos navios se aventuram a subir o rio até lá, suponho que pela falta de clientes para fazer uma tal viagem que além de cara é impossível de fazer, ida e regresso, num só dia.
Com melhores condições, mais navios de cruzeiro e mais clientes a seguir essa rota, poderiam construir-se pequenas unidades hoteleiras que em colaboração com os agentes turísticos dariam oportunidade aos turistas de parar, pernoitar, gozar a paisagem e gastronomia e seguir viagem quando lhes apetecesse. Do porto até à Régua já existe qualquer coisa desse género, mas da Régua para cima é um autêntico deserto.
Se algum dia me sair a taluda no Euromilhões, prometo construir um pequeno hotel na zona do Pocinho e ir viver para lá (com quem me quiser seguir). Pocinho, Foz do Sabor, Freixo de Numão até à Barragem da Valeira é zona que eu conheço relativamente bem e bem gostaria de andar por lá mais vezes, mas fica longe da Póvoa p'ra burro e nem sempre há pachorra para fazer aquela estrada.
Esta imagem poderia ter uma legenda do género - a água encontra sempre o caminho do mar - devido ao trajecto do rio Douro aqui representado. De Miranda do Douro até Barca de Alva o rio corre de norte para sul e depois vira para o poente, a 90 graus, em direcção ao Pocinho. Aí chegado vira para norte, outra vez para o poente e de novo para norte, até à Foz do Sabor. Aí consegue encontrar caminho entre montanhas para dar uma volta de 180 graus e tomar, definitivamente, o rumo do Oceano Atlântico, onde vai desaguar.
Assim como em sonhos, imagino-me a descer esse troço do rio, desde o Pocinho até à Barragem da Valeira, num pequeno barco a remos deixando-o deslizar ao sabor da corrente, enquanto deito um anzol à água para ver se algum lúcio distraído se pendura nele.
Acabou-se o sonho, está na hora de ir até à horta podar as macieiras!
Enquanto os portugueses não se convencerem,
ResponderEliminarde que Portugal não é só Lisboa e o Porto
existem riquezas que alguns ainda desconhecem
navegando, por esse Rio Douro, acima tão torto!
Ainda bem que me avisas, falta-me fazer a subida do Douro, Pinhão-Barca- d´ Alva, mas pelo que dizes estou quase a desistir, mas não desisto de ser teu sócio no Hotel!
ResponderEliminarDizes que vais podar macieiras, mas percebes da poda, ou vais ver o podador? As minhas foram podadas em janeiro.
A estrada é difícil mas o panorama compensa. Bom só a fiz uma vez, já uns anitos, não sei se hoje está melhor, ou pior.
ResponderEliminarAbraço
Tem uma doca nova e um cafézito com WC para verter àguas... a 2 Kms da fronteira pareceu-me uma small village sem interesse. O barco não deu tempo para fazer uma válida apreciação do local.
ResponderEliminarÉ disso que eu também me queixo. Só com o aumento exponencial do movimento as coisas poderão começar a mudar. Se os espanhóis começassem a vir até ao Porto, pelo rio Douro abaixo, talvez as coisas andassem mais depressa, mas isso depende do interesse dos operadores turísticos que nem sempre puxam para o mesmo lado.
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