terça-feira, 30 de setembro de 2025

Não sei se fale de futebol, do Benfica, de Mourinho ...!


 Farto de Trump e das suas trumpalhadas e mais um Netanyahu a dizer amen a tudo o que ele diz e faz, acho boa ideia virar-me para a bola que é redonda, por mais que a maltratem e dêem pontapés, e por vezes entra na baliza certa.

Eu sou mais Manchester que Londres, devido à minha carreira profissional no mundo dos trapos e o Mourinho, para me ganhar a corrida, foi feliz em qualquer dessas cidades. Mais numa que noutra, mas isso talvez se deva ao Sr. Abramovich que lhe depositou na conta muitos milhões de libras esterlinas.

O Benfica é vermelho e grande como o Manchester United, embora isso sejam prerrogativas de tempos já passados que um e outro clube gostariam de ver de volta. Por casualidade, ambos são hoje treinados por portugueses, treinadores com créditos firmados que ninguém se atreve a pôr em questão. Se me perguntassem qual destes dois treinadores eu acreditava que viria a treinar o meu Benfica, eu responderia, sem hesitar, Rúben Amorim. E, como vêem, estava redondamente enganado.

A minha aposta centrava-se nas dificuldades que o Rúben enfrenta, em Manchester, e na necessidade absoluta de substituir o Lage que, opinião minha, não tem pedalada para voos desta grandeza, é e será sempre um treinador de segunda linha. Logo que corressem com o Rúben do Man United ele cairia direitinho na Luz. As eleições e a candidatura do Rui Costa precipitaram as coisas. Ele tenta dar o golpe da sua vida e ganhar as eleições trazendo o Mourinho para a Luz esperando que ele retire o Benfica do Limbo, onde caiu.

Se vai dar certo ou não ninguém sabe, mas depois do jogo de hoje à noite saberemos mais sobre esse assunto. Ele foi o Special One em Stamford Bridge.

E poderá voltar a sê-lo, hoje, mas desta vez pela razão contrária, derrotando a equipa que já foi de Abramovich e dando a vitória a quem lhe paga o salário, agora. Aliás, ele precisa tanto desta vitória como o Benfica, porque depois de passar pelo Chelsea e Man United, nunca mais teve verdadeiro sucesso. Tanto como no Totenham, Roma ou Fenerbache a carreira do treinador português foi sempre ladeira abaixo. Só um êxito retumbante no Benfica o traria, novamente, para a ribalta.

O SLB contratou uma mão cheia de craques a peso de ouro, gastando dinheiro que não tem, e eles não provam em campo o estatuto que levou à sua contratação. Uns dizem que é cansaço, outros que são os jogadores a "fazer a folha" ao treinador e ainda há quem pense, eu incluído, que os olheiros do Benfica meteram água e, tanto o Lage como o Rui Costa, provaram não perceber nada da poda deixando-se enganar ao contratá-los.

Depois do jogo de hoje ficaremos mais elucidados sobre esta questão (espero eu) e talvez possamos começar a pensar num futuro menos cinzento para o Benfica. Ou sim ou sopas, se é do treinador ou dos jogadores a solução será substituí-los. É capaz de custar caro, mas continuar nesta senda de maus resultados também tem custos para o Benfica que é uma grande empresa (cotada na Bolsa) e como tal tem que ser gerida (doa a quem doer)!

A camisola do Benfica dá pelo nome de "Manto Sagrado" e pode mostrar-se pesada demais para alguns jogadores. Esses há que localizá-los e retirar-lhes a hipótese de a voltarem a vestir, de outro modo não vamos a lado nenhum!

Carrega, B E N F I C A !!!

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

A caixinha das surpresas!

 A televisão, melhor dizendo, o televisor é verdadeiramente uma caixinha de surpresas que traz até nós as mais diversas coisas, umas boas, outras más e outras surpreendentes. Ouvimos os grandes actores internacionais, como o Putin, o Trump, o Erdogan, o Zelensky, etc. a debitar citações para todos ouvirem e ninguém acreditar. Pelo menos é o que a mim parece pelo que resulta dos acontecimentos que se seguem. Quando parece que a paz está ali ao virar da esquina cai o Carmo e a Trindade com centenas de drones e mísseis que voam de um lado para o outro ou prédios que voam em estilhas (com gente lá dentro).

A escada-rolante da ONU parou e fez o Trump subir os degraus um a um, como uma demonstração do poder que afinal ele não tem, nem na sua terra consegue que as coisas funcionem e as pessoas lhe obedeçam, como haveria de consegui-lo lá fora, em Moscovo, Pequim ou Teerão? Diz ele acreditar que estamos quase, quase a atingir um acordo para acabar com a guerra e o seu "amigo" Putin dispara milhares de mísseis sobre a Ucrânia.

Ouvi, na CNN, a entrevista feita a um líder do Hamas que me deixou estarrecido. Ele diz que nunca o Hamas esteve tão bem (credível) e que os mil e tal mortos, em 7 de Outubro, mais os 250 reféns que levaram para Gaza e ainda os sessenta e tal mil mortos palestinos foram um preço baixo pelo resultado conseguido para a "Causa Palestiniana". O Hamas está vivo e continuará a ser a força que regulará o destino dos seus irmãos na Cisjordânia.

O Erdogan recebeu muitos cumprimentos e palmadinhas nas costas, como se dependesse dele o futuro e o destino de russos e ucranianos, de palestinos e judeus. Qual será o segredo ou o poder deste homem que é, ao fim e ao cabo, outro ditador como Putin, em Moscovo, ou Assad, em Damasco? Será pelos pipe-lines que atravessam a Turquia e ligam o Mediterrâneo até meio caminho do Oceano Pacífico? O medo de morrer gelado num inverno que está aí à porta?

E juntaram-se todos em Nova Iorque, na sede da ONU, com Guterres a representar o papel de maestro de uma orquestra que não consegue afinar o som dos seus instrumentos. O Putin e o Lavrov ameaçam fazer pagar caro a quem lhe abater os drones, o Netanyahu diz que só para, quando em Gaza não restar pedra sobre pedra. E até o presidente da Bielorrússia, o gigante Lucashenko, diz que não brinquem com o seu país, pois quem o fizer se arrependerá.

A Europa, na voz dos seu líderes que desapareceram da ribalta, está cada vez mais sem saber como dar a volta ao texto. É uma boa ideia aumentar o fabrico de armas e munições, em vez de as comprar aos EUA, e com isso beneficiar os níveis de emprego na União e contribuir para o aumento do PIB. Mas vê-se obrigada a prometer a Trump que continuará a comprar essas mesmas armas na América para que lhe sejam perdoadas as tarifas de exportação dos seus automóveis e outros produtos que precisam de vender do lado de lá do Atlântico. Uma equação difícil de resolver!

Nem quero lembrar do caso do nosso PM a prometer que vai dar um bónus para ajudar a pagar as rendas até 2.300€. Aquela senhora que o confrontou na rua quase o comia! Então os portugueses, cujo salário mínimo, ainda não chegou aos 1.000€ e o médio ainda está longe dos 2.000€ vão pagar rendas desse valor para terem direito a um bónus? E quem recebe as rendas? Ah. é aí que reside o busílis da questão, os ricaços dos senhorios que pertencem ao grupo dos felizardos para quem o Montenegro governa. Alguém tem que defender os interesses desse senhores, ou não?

Quando vivi em Lourenço Marques, nos idos de 1965/1966/1967, foi inaugurado, na Avenida 24 de Julho, o cinema Manuel Rodrigues (não sei quem foi este senhor que deu o nome ao cinema, mas prometo investigar, logo que acabe esta minha crónica), onde me lembro de ir ver 2 filmes de grande impacto. O primeiro foi um musical que ficou famoso, «Música no coração», e o segundo foi «O Mundo-cão» uma sátira sobre quem regula este mundo em que vivemos.

O mundo, tal como está hoje, é o verdadeiro mundo cão, onde manda quem tiver os dentes mais fortes para cortar a jugular dos seus inimigos e os fazer esvair em sangue. Esses dentes são, hoje, os drones que voam de uma lado para o outro e estraçalham tudo que encontram pela frente. Coitados daqueles que sem qualquer culpa no cartório vêem entrar-lhes pela janela dentro um drone que faz tudo em estilhas.

E tudo pela ambição de mais uns dólares na conta bancária !!!


domingo, 28 de setembro de 2025

Honte, la seule chose que je n'ai pas!

 Uma vez, estava eu de conversa com um senhor já velhote que era italiano, mas morava em Barcelona. Ele era vendedor (caixeiro viajante, em linguagem antiga) de têxteis e a nossa conversa era meramente profissional. Ao lado dele sentava-se a sua mulher a quem ele tratava por "Gioia". A conversa fluía fácil num inglês que ambos dominávamos a mais de 50% (mais não se pode pedir a um estrangeiro).  

De repente, virou-se para mim e disse: -se ambos somos latinos, porque estamos a falar inglês? Francês eu ainda compreenderia, pois é língua irmã da nossa, agora inglês com todas aquelas particularidades e expressões idiomáticas (acredito que ele queria dizer idiotas) sou contra. Podemos falar italiano, castelhano ou português, ou até uma mistura de tudo isso e eu serei um homem feliz!

Vem isto a propósito de eu ter acordado a pensar em inglês e recordar um colega de trabalho que cometia sempre o mesmo erro, embora eu já o tivesse chamado a atenção para isso mais que uma vez, usando aquilo que é proibido, a dupla negativa. Eu não tenho nada com isso, dizemos nós na Língua de Camões, mas na de William Shakespeare no e nothing não jogam juntos. I don't have nothing against it, dizia ele e eu bufava no meu canto pensando, lá está ele outra ve a meter a pata na poça!


A Língua de Albert Camus ou Victor Hugo é, de facto, mais compreensível para nós que partilhamos a raiz latina. Li alguns romances deste autor, mas sempre traduzidos em português, não sabia é que ele também se dedicava à poesia. Ora vejam esta ode ao amor:

Demain, dès l'aube, à l'heure où blanchit la campagne,
Je partirai. Vois-tu, je sais que tu m'attends.
J'irai par la forêt, j'irai par la montagne.
Je ne puis demeurer loin de toi plus longtemps.

Je marcherai les yeux fixés sur mes pensées,
Sans rien voir au dehors, sans entendre aucun bruit,
Seul, inconnu, le dos courbé, les mains croisées,
Triste, et le jour pour moi sera comme la nuit.

Je ne regarderai ni l'or du soir qui tombe,
Ni les voiles au loin descendant vers Harfleur,
Et quand j'arriverai, je mettrai sur ta tombe
Un bouquet de houx vert et de bruyère en fleur.

Tinha razão o caixeiro viajante que morava em Barcelona, mas era italiano e tratava a sua mulher, tão velha quanto ele, por Gioia. Nunca soube o nome dela e tanto à chegada como á partida, eu limitava-me a dizer signora, comme va ou ariverdeci. Ambos reconhecemos que seria mais lógico falar francês do que inglês, mas nunca pronunciámos uma única palavra nessa Língua.

Há uma coisa que me desagrada no Francês, o biquinho que é preciso fazer com os lábios para pronunciar o "U". Se calhar é por isso que fujo de falar francês, quando me surge essa possibilidade. E vem-me sempre à memória os brasileiros que não conseguem pronunciar o "THE" ou aspirar o "H" e dizem Rell em vez de Hell!

Bem, desliguemos o complicómetro e voltemos a falar português que nesta não há truques que nós não consigamos dominar. Tenham todos um bom domingo e preparem.se para mais uns dias de sol que virão logo que o ciclone vá chatear os nossos vizinhos espanholes!!!

sábado, 27 de setembro de 2025

Uma sexta-feira diferente!

 


Ontem, foi dia de convívio dos «Fuzos Poveiros» e eu não quis faltar. À hora do jantar jogava o Benfica e ainda pensei em não ir, mas como o restaurante escolhido fica no meu bairro, a menos de 500 metros da minha casa, acho que o organizador iria levar a mal a minha falta. Havia um pequeno televisor num canto da sala e, talvez a contra-gosto, ligaram-no e pude ver algumas imagens do jogo e ir seguindo o resultado.

No grupo dos fuzos, cá da terra, eu sou o mais antigo - na Marinha diz-se que antiguidade é um posto - por isso a pessoa mais respeitável que estava presente. Eu sou do tempo em que não havia barras no nosso número de matrícula, moda que começou na primeira incorporação de 1964. Só esteve presente outro camarada cuja matrícula não tem barra, todos os outros pertencem às barras. O mais antigo é barra 71 (salvo erro) e o mais marreta barra 85.

Este barra 85 era oficial e gaba-se de não ter número de matrícula, pois os alunos da Escola Naval eram, identificados pelo nome e número do curso (número sequencial dado pela escola a cada curso que começava), mas quando ficam no quadro recebem um número como toda a gente. No tempo da Guerra Colonial todos eram obrigados a ficar pelo menos 7 anos, 4 de curso e depois mais o tempo de comissão e alguns acrescentos, agora fazem 2 anos de serviço obrigatório, depois do curso, e por vezes nem isso.

Quando me casei e fiquei a viver cá na minha rua, esse rapaz tinha apenas 4 anos e lembro-me de o ver brincar com os putos da idade dele. Nunca soube que ele tinha ido para a Escola Naval e muito menos que foi obrigado a ir para o Curso de Fuzileiros. Foi, portanto, com grande surpresa que o vi entrar e sentar-se no lugar à minha frente. E parece que tinha engolido um gravador, desde que ele entrou mais ninguém teve vez para falar. E num tom de voz que desafiava os ouvidos mais sensíveis.

Mas isso pouco interessa, o jantarzinho estava bom, ementa à Ponte de Lima, e a conversa sobre os velhos tempos e memórias navais de cada um são um alimento para a alma. A maioria já não passou pela comissão em África, mas há sempre umas aventuras a relatar e a recordação de alguns camaradas que foram autênticos cromos e ficaram na memória de todos serve para preencher o tempo.

E, no fim, comentou-se o jogo do Glorioso que nem com o Mourinho consegue encontrar o seu caminho. Não se entende como jogadores que o Benfica pagou a peso de ouro não são capazes de fazer um jogo que agrade aos adeptos. Como sou sócio e simpatizante do Gil Vicente, acabaria sempre por festejar a vitória de um ou do outro, embora a derrota do Benfica tenha outras consequências, já que é aspirante a campeão em cada época que começa.

Como o meu lema é «a ganhar ou a perder sou Benfica até morrer» fiquei contente com a vitória, embora seja obrigado a aceitar que a não mereceram !!! 

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

A impotência de uns!

 E a prepotência de outros fazem deste mundo um lugar onde é difícil, para não dizer impossível, viver!

O presidente Trump senta-se numa posição que parece estar na sanita! E a sanita é o lugar onde se faz aquilo que ele tem feito, desde que foi eleito, ou seja, merda!

Esta semana foi à ONU e, entre outras coisas, disse que a guerra pode estar por dias. Faz parecer que com um estalar de dedos ele pode parar a guerra de Gaza. E sobre a Ucrânia que ele tão mal tem tratado, afirma agora que o presidente Zelensky poderá recuperar o território ocupado (ilegalmente) pelos russos. Seria tão bom se assim fosse!

Quanto a Gaza, acredito que ele terá o poder de manejar o PM de Israel como quiser, já que a dependência é tanta que não restará outra opção aos judeus senão obedecer à voz do seu dono. No entanto, na Ucrânia, a realidade é outra muito diferente, há um enorme interesse económico em jogo e Putin não largará a sua presa a não ser em troca de qualquer outra coisa que lhe desperte o mesmo interesse.

Eu daria tudo para saber, exactamente, o que eles os dois discutiram durante o encontro no Alaska. Aquelas palmadinhas nas costas da mão de Putin levam-me a crer que há algo que eles partilham em que nós nem sonhámos. Dizem os comentadores da alta finança que o Elon Musk já é, ou será, em breve, o primeiro trilionário do mundo e que a fortuna de Trump teve um crescimento exponencial, depois da sua eleição para este mandato.

O negócio da compra (ou controlo) do Tik-Tok ronda os 14 biliões de dólares e será o Trump a selar esse negócio, o que pode render-lhe um grande retorno. Aquilo é como nadar no meio de um enorme cardume de salmões, com possibilidades de apanhar os que quiser, e todos sabemos a como corre o preço do salmão. É peixe que só entra em casa de ricos!

Por alguma razão eles se juntaram os dois, durante a campanha. Ambos tinham a ganhar e muito com o assalto ao poder. Um domina as tecnologias e o outro assina as ordens presidenciais para fazer aquilo que mais jeito lhes der. Quando penso que até os drones que os ucranianos fazem voar contra os russos são guiados pelas ferramentas electrónicas do Musk e que ele pode ligar ou desligar, quando lhe der na real gana, até sinto suores frios!

Vivemos num autêntico mundo-cão em que só sobrevive quem tiver os dentes mais fortes. Parar a guerra em Gaza e acabar com aquela vergonha que vemos passar nos ecrans dos nossos televisores 24 horas por dia, seria uma obra de caridade e está nas mãos de Trump fazê-lo. Mas que ganharei eu com isso, deve ele questionar-se?

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

A alegria da minha juventude!

 Ontem, saí tão cedo de casa que nem liguei o computador e cheguei tão tarde que nem seria bom pensar nisso! Um dia de folga!


Mas aconteceu, ontem, algo que me teria feito escrever qualquer coisa, umas palavras bonitas, para servirem de adeus a uma artista que partiu para o além, Claudia Cardinali, uma actriz de quem gostei muito mais que da Gina (Lollobrigida) ou da Sofia (Loren).

Vi centenas de filmes, mais barretes que bons filmes, com toda a certeza, mas há filmes em que gostamos de quem lá está dentro, mesmo que a história não valha um pataco, como era o caso com filmes onde esta menina entrava, ora mais sérios, ora mais hilariantes. Ela valia pela sua figura, pela sua beleza e pela maneira como se entregava ao papel que representava.

Vi muitos, de alguns nem o nome lembro, quando olho para a longa lista de títulos publicada. Ela contracenou com grandes nomes do cinema e teve a companhia de muitas colegas bonitas como ela, vi vários filmes com ela e a Mónica Vitti, por exemplo. E foi dirigida por milhentos realizadores que a escolheram como primeira figura dos seus enredos.


Ela era mais velha que eu uma meia dúzia de anos e estava na sua melhor forma quando eu andava na casa dos 20 anos. Nos tempos da Marinha não vi muitos filmes, a vida e o salário que recebia não davam para grande coisa, mas depois de me casar, enquanto a mulher se entretinha a criar os filhos, eu zarpava para o cinema e ia ver a Claudia. Belos tempos esses !!! 

Agora ela foi para junto de S. Pedro e ficará à minha espera até eu lá chegar. Ente tanta gente famosa e tantos artistas de reconhecido mérito, espero ser capaz de a reconhecer e reapreciar a sua beleza tipicamente latina, uma morena capaz de fazer parar o trânsito !

terça-feira, 23 de setembro de 2025

O 23 de Setembro!



Como muitas outras datas vai ficar na História. Não posso ainda prever se por bons ou maus motivos. Já disse que sou contra o reconhecimento da Palestina e não é por ser teimoso ou aprovar aquilo que o «rei dos judeus» está a fazer em Gaza, muito pelo contrário. Se estivesse nas minhas mãos, eu pararia a guerra neste mesmo momento e daria de comer a quem tem fome, mas as coisas não são assim tão simples.

Os criminosos que, há décadas, aterrorizam Israel e matam inocentes têm que ser isolados e castigados. Tenho bem vivas na memória as imagens de autocarros, carregados de pessoas inocentes, explodidos em nome de Alá. Eu nasci um bocadinho antes de Israel, 4 anos, 2 meses e 5 dias, e acompanhei a evolução deste novo estado durante os melhores e mais jovens anos da minha existência. Entre outro eventos de menor importância, vejam abaixo os acontecimentos e respectivas datas a que me refiro.


I - Parte

A guerra árabe-israelense de 1948, também conhecida como a "guerra de independência" ou como "a catástrofe", começou após a retirada britânica e com a declaração do Estado de Israel a 14 de Maio de 1948.

Os árabes rejeitaram o plano de partilha da Palestina (Resolução 181 de 29 de Novembro de 1947 da Assembleia Geral das Nações Unidas), que propunha o estabelecimento de um estado árabe e outro judaico na região da Palestina. Milícias árabes começaram campanhas com vista ao controle de territórios dentro e fora das fronteiras estabelecidas.

II - Parte

A Guerra do Suez, de 1956, foi uma operação conjunta de Israel, Reino Unido e França, na qual Israel invadiu a Península do Sinai e as forças francesas e britânicas ocuparam o porto de Suez para ostensivamente separar as partes conflituosas, apesar de a real motivação destes dois últimos países ter sido a de proteger os interesses dos investidores no Canal do Suez. Esses interesses tinham sido afetados devido à decisão do presidente egípcio, Gamal Abdel Nasser de nacionalizar o canal.

III - Parte

No início da década de 1960, os estados árabes estabeleceram a OLP. O artigo 24º da carta (ou pacto) de fundação da OLP, de 1964 [6] estabelecia: "Esta Organização não exerce qualquer soberania territorial sobre a Cisjordânia, sobre a Faixa de Gaza e sobre a Área de Himmah."

IV - Parte

A Guerra dos Seis Dias decorreu entre 5 e 10 de Junho de 1967. Foi desencadeada por Israel contra o Egito e a Jordânia nos termos de uma guerra preventiva, já que o estado israelita sentia-se ameaçado pela política pan-árabe do presidente egípcio Nasser (que se traduziu em alianças militares com a Síria e a Jordânia) e pela partida de forças das Nações Unidas presentes no Sinai desde 1956. Alegando um iminente ataque do Egito e da Jordânia, Israel antecipou-se, atacando preventivamente. Reconhece-se atualmente, entretanto, que não havia quaisquer intenções agressivas dos países árabes atacados antes da guerra.

Em consequência da guerra, Israel expandiu-se territorialmente, ocupando a Cisjordânia (conquistada à Jordânia), a Faixa de Gaza e a Península do Sinai (conquistadas ao Egito) e os Montes Golã (conquistados à Síria). A parte da Cidade Antiga de Jerusalém (também chamada Jerusalém Oriental), tomada a 7 de junho por Israel à Jordânia, seria reunificada por Israel com a Cidade Nova, formando um único município sob jurisdição israelita.

V - Parte

A Guerra do Yom Kippur (1973) começou quando Egito e Síria lançaram um ataque surpresa em conjunto, no dia do jejum judeu, no Sinai e nas Colinas de Golã. Os egípcios e sírios avançaram durante as primeiras 48 horas, após o que o conflito começou a balançar em favor de Israel. Na segunda semana da guerra, os sírios foram completamente expulsos das Colinas de Golã. No Sinai ao sul, os israelitas atacaram o ponto de encontro de dois exércitos egípcios invasores, cruzaram o Canal de Suez (antiga linha de cessar-fogo), e cortaram todo o exército egípcio assim que um cessar-fogo das Nações Unidas entrou em vigor. As tropas israelitas finalmente retiraram-se da região oeste do canal e os egípcios mantiveram as suas posições sobre uma estreita faixa no leste permitindo-lhes a reabrir o Canal de Suez e clamar a vitória.

VI - Parte

A Guerra do Líbano de 1982 começou quando Israel atacou o Líbano, justificada por Israel como uma tentativa de remover os militantes Fatah liderados por Yasser Arafat do sul do Líbano, onde tinham estabelecido, durante a guerra civil do país, um enclave semi-independente utilizado para lançar ataques terroristas a civis israelenses.

A invasão, que levou à morte de 20 mil libaneses, foi amplamente criticada tanto dentro como fora de Israel, especialmente após o ataque da milícia cristã a civis palestinos da região, no episódio que ficou conhecido como massacre de Sabra e Shatila.

VII - Parte

A Primeira Intifada (1987-1993) começou como uma revolta dos palestinos, em particular os jovens, contra a ocupação militar israelense na Cisjordânia e Faixa de Gaza. Líderes da OLP exilados na Tunísia rapidamente assumiram o controle, mas a revolta também trouxe um aumento da importância dos movimentos nacionais palestinos e islâmicos.

VIII - Parte

A Intifada de Al-Aqsa começou no fim de setembro de 2000, na época em que o líder da oposição israelense Ariel Sharon e um grande contingente de guardas armados visitaram o complexo Monte do Templo/Al-Haram As-Sharif em Jerusalém e declararam a área território eterno israelita. Amplos motins e ataques eclodiram em Jerusalém e em muitas das grandes cidades israelenses, e se espalharam por toda a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Um grupo israelense de direitos humanos, B'Tselem, estimou o número de mortos em 3 396 palestinos e 994 israelenses, embora esse número seja criticado por não mostrar toda a imagem, e não distinguir entre combatentes e civis (terroristas suicidas, por exemplo, são contados entre os mortos).

IX - Parte

E, em 7 de Outubro de 2023, já todos sabem o que aconteceu e não tem perdão possível.

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Tenho pena de ver um português, António Guterres, metido nesta alhada e ainda mais de ver o governo de Montenegro mandatar o seu ministro dos negócios estrangeiros ir a Nova Iorque levar a nossa decisão de apoiar a causa palestiniana. Isso parece ser uma atitude humanista que todo o mundo civilizado apoiará e até aplaudirá, mas o problema ficará por resolver. Onde meter os palestinianos? Como garantir-lhe autonomia?

Os palestinianos são uns párias e ninguém os quer por perto, nem judeus nem árabes. Assim não será fácil resolver o seu problema e ir para Nova Iorque apoiar a atitude (errada) de Guterres não ajuda nada. A Palestina deve ser criada como um enclave, dentro de Israel e sujeito às suas leis e a primeira coisa determinar as fronteiras desse enclave. Não será, de modo algum, possível manter a situação de Gaza, pelo que eu apoio a posição do governo de Israel, esse território é de Israel e não poderá lá viver quem se rebele contra as ordens desse país.

Portanto, a grande questão, em que ninguém quis pegar até agora é que território deve constituir esse futuro enclave. Nem os judeus querem pensar nisso, pois construíram tantos colunatos na Cisjordânia e que não querem abandonar que não sabem como resolver o problema. Se me perguntarem a mim, eu que tenho a mania de meter o bedelho em tudo, eu diria que alguns quilómetros quadrados a norte e outros tantos a sul da Cisjordânia deveriam ser dados em troca da Faixa e assim os deslocados teriam para onde ir.

Esta solução permitiria que a futura Palestina ficasse com fronteiras tanto com judeus como com árabes (com o rio Jordão a separá-los) e teriam hipótese de escolher com quem se dariam melhor e em função de quem conseguiriam levar uma vida livre de problemas. Isto porque os palestinos nunca serão auto-suficientes e precisarão dos seus vizinhos para comerciar ou pedir/oferecer emprego.

Levem a minha opinião ao Guterres com o pedido para discutir isso na Assembleia Geral da ONU, em vez de se meter por caminhos sem saída. E lembrem bem das palavras de Netamyahu que eu faço minhas: - There will never be a state of Palestine!

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

É segunda-feira!

 Dia de olhar para trás e ver o que foi, como correu, o fim de semana desportivo. Os meus dois clubes ambos ganharam, o Benfica ao aspirante AFS (Aves Futebol Sad) que regressou ao convívio dos grandes e ali quer permanecer, o Gil ao osso duro de roer que é o velho Estoril Praia, já nosso conhecido Ou seja, um e outro subiram mais um degrau na escada para o pódio, onde só caberão os melhores.

Grande mudança do lado do Benfica, com a saída de Lage e a contratação de Mourinho. E uma vitória por 3 a 0, no Minho, que tanto poderia acontecer com um ou outro treinador a acompanhar a equipa. Não seria por aí que o gato nos iria às filhós. A vida não é só gravar videos ou fazer fotos para encher as redes sociais e os jogadores precisam de alguém com mão firme para lhes fazer ver a realidade.

Nos próximos 15 dias, além de disputar o jogo que tem em atraso, o Benfica terá que ir a Londres defrontar o Chelsea e receber o Bayer Leverkusen na Luz e aí veremos se os rapazes escolhidos pelo Rui Costa com aprovação do Lage terão qualidade para dar conta do recado. Há o prestígio do Glorioso e muitos milhões em jogo e é aí que o Mourinho pode fazer a diferença. Ele conhece toda essa gente de ginjeira e está habituado a grandes palcos, se ele não conseguir fazer os nossos atletas darem o litro ninguém conseguirá.

No grupo dos primeiros 7 falta jogar o Sporting e Moreirense, mas isso não alterará, grandemente, a classificação, pois ambos permanecerão neste grupo restrito. Aliás eles estavam empatados, com 4 vitórias e uma derrota, e o jogo que se disputará logo à noite, servirá para os desempatar. Isto digo eu, mas só no fim do jogo saberemos se se confirma, o Sporting tem uma equipa muito superior, mas por vezes entra o diabo em cena e muda tudo.

N.B. - Em relação ao assunto de ontem, foi sem surpresa que ouvi um grande número de comentadores internacionais partilharem a minha opinião sobre a Palestina, o reconhecimento deste território como um estado independente não levará a nada, pois não é exequível, não há a mais remota esperança de o levar à prática!

domingo, 21 de setembro de 2025

O que se compra e onde!

 Poderia falar-vos de pronto-a-vestir que foi o meu mundo, durante muitos anos. Poderia falar-vos de muitas outras coisas que se vendem e compram, em qualquer lado, desde que haja dinheiro para isso. Até sexo, para ir ao fundo da questão. Mas não é nada disso que me motiva a dar ao dedo e transmitir-vos o que me passa pela cabeça.

O assunto não é senão a continuação daquilo que escrevi, ontem, o reconhecimento da Palestina como um estado independente. Independente de quem? Dependente de todo o mundo, a começar pelos árabes (muçulmanos) que os rodeiam e pretendem manter como inimigos figadais dos judeus que vivem e mandam em Israel. Nunca, em tempo algum, conseguirão os palestinos viver em paz!

A ideia partiu do Macron, francês que vê o seu futuro comprometido pelo avanço da direita em todos os países europeus. Ele é muito novo para ir para a reforma e todos garantem que não terá lugar num futuro governo. Vai daí, inventou esta de liderar uma cambada de impreparados para lutar contra o Netanyahu e dar palco aos que lutam contra os judeus. Má escolha, diria eu, pois os judeus detém o combustível que faz girar o mundo. Não é o petróleo, não senhor, é o dinheiro, a mola real da vida.

A França, por qualquer razão que me escapa, foi sempre o país de onde nasceram as grandes mudanças na sociedade. A Revolução Francesa não trouxe apenas o fim da Monarquia e a implantação da República, como nova forma de governar os povos, trouxe também uma nova forma de pensar a sociedade em que passaríamos a viver depois desses acontecimentos que puseram toda a Europa em polvorosa.

Montaigne, Descartes e Voltaire já eram pensadores que todo o europeu ligado à cultura conhecia, mas depois das revoluções francesas Paris passou a ser o centro do mundo, no que à Filosofia dizia respeito. Os pensadores modernos seguiam todos as ideias vindas de Paris e qualquer aluno dessa área tinha que passar por Paris, antes de se poder considerar formado na matéria. Mas, depois de Napoleão ter aberto a Caixa de Pandora, começaram a aparecer outros pensadores que mudaram o mundo, tais como Jean Paul Sartre, Simone de Beauvoir ou Albert Camus, entre outros.

Isto para dizer que, ao longo dos últimos séculos temos vivido de ideias vindas de Paris. Será que a ideia de Macron, discutida e implementada durante este fim de semana, virá a motivar uma grande viragem na política mundial? Uma nova ordem, na qual os Estados Unidos deixam de ter importância e ditar aquilo que se pode ou não fazer no mundo? E substituídos por quem? Pelos árabes do petróleo ou pelos chineses que só reconhecem Buda e Confúcio e nem sabem quem foi, ou que importância teve o profeta Maomé?

Bem, de pensador para pensador, parece-me que a ideia de Macron não dará em nada e da França ficaremos apenas com as "francesinhas" que são, actualmente, a moda, aqui pelo norte de Portugal, em especial na Póvoa de Varzim. Os palestinos são e serão sempre uma espécie de ciganos que ninguém quer ver por perto, mas, por razões humanitárias, teremos que aturar!

E esta veio de lá, mas não foi ideia do Macron

sábado, 20 de setembro de 2025

A Palestina

 É apenas um lugar, no Estado de Israel.


Segundo as más-línguas, a Google, grande empresa americana, já apagou a Palestina do Google Maps. A Palestina era a Terra Prometida por Deus aos seus fiéis seguidores. Era a terra onde corria o leite e o mel, segundo palavras da Bíblia, e para aí se dirigiu o Povo de Deus, depois de conseguir libertar-se da escravidão dos faraós egípcios.

Não é segredo para ninguém que a vida está ligada à água e, por consequência, aos rios. Durante a fome que grassou na Síria, no tempo em que Isaque e seus filhos e netos ali viviam, estes refugiaram-se no Egipto para sobreviver. O rio Nilo gerava a abundância que a todos matava a fome.

Passaram-se séculos e os escravizados seguidores de Geová, levados por Moisés, iniciaram o regresso a casa. O seu destino era a Palestina, a Terra Prometida, e não a Síria de onde eles eram originários. Se aí houve um erro teremos que apontá-lo a Deus, pois os tristes viajantes do deserto do Sinai queriam apenas um lugar onde pudessem parar, descansar o esqueleto e criar umas quantas cabras e ovelhas que ajudassem a matar-lhes a fome.

Essa terra que lhes foi prometida teria que ter um rio, pois sem água não há vida, e esse rio foi o Jordão. Claro que não foi uma vida fácil a que tiveram, pois já ali viviam outros povos que não ficaram nada felizes com a chegada dos descendentes de Abraão. Foi preciso lutar e defender aquelas terras que reclamaram como suas (oferecidas pelo seu Deus) e uma das doze tribos de Israel foi destinada para essa função.

E passaram-se muitos mais séculos, até que a Inglaterra e a França dividiram entre si toda a Ásia Menor e até o Egipto. No tempo da ocupação europeia deixou de ouvir-se falar de judeus e palestinos, aliás, árabes, sendo uns mais comerciantes e os outros mais pastores nómadas. E então, para piorar as coisas, sobreveio a II Guerra Mundial que transformou toda aquela zona numa barafunda total.

Depois da guerra, os europeus acharam que era chegada a hora de entregarem aquelas terras a quem lá sempre viveu e regressar à sua origem. E foi aí que meteram água, muita água, dando terras a quem não tinha direito a elas e reservando um espaço para os judeus que os árabes não queriam por perto.

Já Cristo tinha vindo ao mundo e a religião católica estava implantada, tanto no velho (Europa), como no novo (América) continente. E o Cristianismo transformou-se na nova religião do Povo de Deus com o seu trono em Roma, deixando os judeus à margem, pois estes se tinham rebelado contra o seu Deus e lhe mataram o filho enviado a este mundo para corrigir o que estava mal.

Estava mal, antes de Cristo, e ficou ainda pior depois e franceses e ingleses terem repartido as suas antigas possessões entre árabes e judeus. Por azar, havia um grupo de gente, nem judeu nem árabe, mas que seguia a religião muçulmana, que não foi considerado nesta partilha, os Palestinos. Eles não eram oriundos daquelas terras, eram uma espécie de nómadas ciganos que, nos tempos da ocupação europeia, se foram arrumando naquele pedaço de terra, situado na margem ocidental do rio Jordão.

Ora, tinha sido ali que Deus decidira trazer o seu filho ao mundo e, mais tarde, os seus seguidores mandaram construir o Templo de Salomão, fazendo com que aqueles lugares, Jerusalém, Belém e Nazaré, se tornassem sagrados e de culto para todos os cristãos. Não sendo cristãos, os palestinos - vamos chamar-lhes assim para facilitar as coisas - deveriam ter-se afastado para lugares que considerassem mais apropriado para o seu culto, já que em vez de Cristo preferiram aderir aos seguidores de Maomé.

Entretanto, durante a Idade Média, o Cristianismo conheceu tempos difíceis e aquela zona do mundo foi dominada pelo Império Otomano, período em que ocorreram várias mudanças importantes nos monumentos antigos, herdados de judeus e árabes. A Mesquita AL Aqsa instalada contra os muros dos templos cristãos, no século VIII e renovada no século X, tornou-se no templo sagrado de quem seguia a religião muçulmana e veio criar um dos maiores problemas que subsiste até aos dias de hoje, a partilha de um mesmo lugar por duas religiões antagónicas.

Nem os Cruzados que lutaram por reaver a Terra Santa que os infiéis ocupavam, há séculos, foram capazes de separar as águas, como poderemos nós, passados tantos anos, fazer aquilo que eles não conseguiram? Seria preciso demolir a mesquita dos muçulmanos e e construí-la noutro lado, onde não embaraçasse a vida dos cristãos, judeus ou não. Mas, infelizmente, não é essa a única razão que dificulta a vida dos actuais palestinos que são, eles também, arrivistas e mal-queridos pelos árabes.

Ou seja, fazer aquilo que um grupo de países europeus, Portugal incluído, decidiram fazer, reconhecendo a Palestina como um estado independente, não vai resolver nada nem facilitar a vida aos judeus a quem foi garantida a propriedade do Estado de Israel, em 14 de Maio de 1948. Um estado a funcionar dentro de outro estado, sem fronteiras com qualquer outro, além daquele em que vive aprisionado, nunca dará certo. Se problemas houve no passado, continuará tudo na mesma, ou pior, enveredando por essa política.

Não me interessa o que outros portugueses possam fazer, eu voto contra essa decisão!

Al Aqsa

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Os 3 dias da esperança!

 Ontem, foi celebrado o contrato com o Mourinho!

Hoje, vai ser feito o diagnóstico do plantel por quem percebe da poda!

Amanhã, vão todos à Vila das Aves com o credo na boca, pois precisam de uma vitória a sério para mostrar que o Benfica seguirá por outros caminhos, a partir de agora!


quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Será que Trump gostaria de ser rei?

 


Enquanto chineses e russos, sem esquecer os norte-coreanos, fazem paradas para mostrar o seu poderio militar, com grandes máquinas de guerra que impressionam os mais temerosos, os britânicos organizam um passeio com carroças e cavalos que deixam o mundo de boca aberta. Será que aquilo existe mesmo, depois de decorrido já um quarto do século XXI? Só na cabeça dos ingleses, diria eu, pois até os vizinhos escoceses, irlandeses e galeses já deitem aquilo pelos olhos!

Um grande coche, puxado por muitos e lindos cavalos, com a coroa do rei em cima, onde o rei e o seu convidado desfilam perante o povo sempre curioso. Atrás, numa carroça mais humilde, também encimada pela coroa da rainha consorte, seguem as senhoras dos dois mandantes de um e outro lado do Atlântico. Cavalos e cavaleiros, uniformes e librés, sempre foram os maiores nestas andanças, os ingleses!

Não sei explicar porquê, mas diria que o Trump adora isto, ser o foco das atenções de meio mundo. O outro meio deve estar a espreitar cheio de inveja por não poder fazer o mesmo, já que só pelo terror conseguem impor a sua presença aos que comandam. Se ele pudesse mudar a lei nos States para ficar no cargo até que a morte o leve e deixar o lugar de herança ao seu filho, seria o homem mais feliz do mundo!

Nós, por cá, temos que nos contentar com o Mourinho, o Rui Costa ou, em alternativa, o André Ventura que são as figuras mais destacadas na nossa pequenês de país do fado e do futebol. Todo o resto é demais para nós, 3 refeições por dia e um tecto para nos abrigar da chuva é o máximo das nossas ambições. Com uma tarde domingueira  animada por um jogo de futebol é tudo que um tuga precisa (ou tem direito a sonhar).

O melhor que podemos fazer é alhearmo-nos das políticas e guerra que vão por esse mundo fora, pois não temos arcaboiço para nos metermos nisso. Deixemos essas coisas para russos e chineses e mais quem queira meter-se com eles, os americanos tratam disso por nós, enquanto aguentarem. E quando não aguentaram uma nova ordem surgirá, mas isso a mim não interessa, pois já cá não estarei para ter voto na matéria!

Como diz o ditado, quem viver verá !!!



 

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Sobrevoando Varsóvia!

 Não conheço a vista, nunca voei para lá da fronteira alemã. Os russos também não conhecem muito bem, senão não enviariam os seus drones para fiscalizar a área. A menos que estejam mesmo a provocar a Polónia para ver se ela reage. Sinceramente, não sei se é melhor fazer de conta que não demos por isso, porque de contrário teríamos que mandar-lhes uma carga pesada como resposta e depois seria um Deus nos acuda com metralha a voar de um lado para o outro.

Que Deus nos livre de mais guerras, mas o filho de uma grande Putina está mesmo a pedi-las. Não sei por quanto mais tempo a NATO poderá ficar sem reagir. Pela diplomacia parece-me que já não vamos a lado nenhum e a Europa está cada vez mais desunida. Não bastava o Reino Unido ter saído da União, agora é a Hungria e a Eslováquia a desafiar a Srª Von der Leyen, mesmo a pedir para serem escorraçados do convívio daqueles que não gostam da Rússia nem das atitudes do seu líder.

Viver em paz seria muito melhor para todos, em especial para os russos que teriam o mundo aberto à sua frente, mas há uns quantos que não pensam assim e compete-lhes a eles resolver o problema. Mas começa a ser difícil aguentarmos tanta provocação, por vezes pergunto-me se os dois amigos, Trump e Putin, não estarão feitos um com o outro para nos obrigar a ir pelo caminho que querem.

Eles são homens de negócios e só pensam no lucro que podem conseguir em todas as situações e a guerra serve a um e outro para aumentar a despesa com a defesa. Fabricar armas, à doida, gastando biliões de dólares, de maneira manter o inimigo quedo e mudo com medo de um dia provocar um cataclismo nuclear. E o Trump a esfregar as mãos de contente, pois esses dólares iriam parar às suas mãos, em grande parte.

Não quero nem pensar nisso, felizmente, não tenho qualquer responsabilidade na governação de qualquer parcela de terra deste planeta. Prefiro virar-me para o futebol que também é uma guerra, mas com menor risco de haver mortos e feridos. Até o Sr. Google está atento a estas coisas, vejam como abre a página deles no dia de hoje,


E depois, temos ainda a desgraça do meu clube do coração a participar nesta guerra e todos esperamos que não nos acertem um tiro no coração, logo no dia de abertura das hostilidades.
Carrega BENFICA !!!

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Olha a Bola!!!

 

O Porto e o Sporting lá ganharam os seus joguinhos, sem mostrar grande brilho, mas o suficiente para somar os 3 pontinhos necessários para se manterem na frente corrida.

Como já sabemos, o Benfica que foi o primeiro a entrar em campo, por causa do jogo de amanhã com o Qarabag do Azerbeijão para a Liga dos Campeões, espalhou-se e empatou o seu jogo, mesmo tendo jogado toda a segunda parte contra 10 jogadores do Santa Clara. Já dei a minha opinião sobre isso e não voltarei a dar para esse peditório.

Espero que o Rui Costa não ganhe as eleições e quem ficar no lugar dele mande o Lage passear. A conversa dele enerva-me, parece que só ele é que sabe da poda e depois não apresenta resultados no relvado. O Benfica gastou quase 100 milhões para reformular o plantel e o resultado é este? Ponham os olhos no treinador do Gil Vicente, meu clube da terra natal, que ontem foi a Braga derrotar o 4º grande e ficar em 5º lugar ex-aequo com o Benfica e o Famalicão.

Amanhã teremos o primeiro jogo para determinar o campeão dos campeões, em que o Benfica não terá a mínima hipótese de brilhar. O segredo será ganhar um joguinho ou outro e trazer mais uns cobres para casa. Este jogo com o Qarabag é o mais fácil de todos, com o adversário mais fraquinho do nosso grupo. Pelo resultado poderemos adivinhar qual será a vida do Benfica nesta prova que é só para quem joga a sério. 

domingo, 14 de setembro de 2025

A fajã de baixo!

 De vez em quando recordo os filhos da escola açorianos com quem convivi na Marinha. Na minha recruta havia dois voluntários, um no meu pelotão, o do Sargento Bicho, e outro no 1º pelotão, o do Sargento Pastor. Os nomes destes sargentos mais o do Sargento Lagarto deram muito que falar e originaram muitas anedotas, enquanto durou o período de instrução. Na minha segunda comissão, na CF8 em Moçambique, houve mais dois, o Pepe que era um grande compincha para a borga (nada de confusões com o Padre Borga que é um homem sério) e o Natalino que, agora é um dos meus fiéis amigos do Facebook e regressou à sua ilha do Faial.

Para começar pelo fim que é o caminho mais fácil, o Pepe acabou a comissão, saiu da Marinha e emigrou para os Estados Unidos, onde se mantém ainda (creio eu). Os dois que fizeram a recruta comigo separaram-se de mim para frequentar o Curso de Fuzileiro Especial e seguiram ambos para Angola, incorporados da CFE4. O que pertencia ao meu pelotão já faleceu, há anos, vítima de cancro. O outro - o primeiro dos 3 famosos Agostinhos, Maduro, Seco e Verde) - emigrou para o Canadá e por lá se mantém com a sua querida esposa que não lhe deu qualquer filho. Sobra-lhes a oportunidade de cuidarem um do outro até que a morte os separe.

Por estranho que vos possa parecer, nunca consegui memorizar os 9 nomes das ilhas dos Açores. Sei que são nove e se dividem em 3 grupos, pela sua posição geográfica, os grupos ocidental e oriental com 2 ilhas cada e o central com as restantes 5. As maiores e, suponho eu, mais habitadas são a São Miguel e Terceira, assim como as mais famosas são a do Pico, pela sua elevação que ultrapassa a da Serra da Estrela e é, portanto, a maior de Portugal e a Ilha de S. Jorge pelas famosas fajãs.

Um dia, quando andava ainda à procura dos meus desaparecidos filhos da escola, disseram-me que um deles morava na «Fajã de Baixo» da Ilha de S. Miguel. Como nunca tinha ouvido pronunciar essa palavra, fajã, perguntei o que queria dizer isso. Para um português dos Açores é estranho alguém não saber o que é uma fajã, do mesmo modo que para um do continente usarem lá um termo que aqui, no continente, nós não usamos.

A Língua Portuguesa tem destas coisas, chamam-se regionalismos, e o mais que temos que fazer é aprendê-los e memorizá-los, para não fazer figura de parvos.

Fajã da caldeira do Santo Cristo

Fajãs são pequenas parcelas de terra, nas zonas mais baixas da ilha, entre as ondas do mar e os escarpas das montanhas vulcânica que formam todas as ilhas do arquipélago dos Açores. Aqui chamar-lhe-íamos hortas, leiras ou lameiros, mas não podemos criticar os açorianos por terem escolhido outro termo. Há quem diga que deriva do Latim "fascia" que significa faixa. Pode ser ou não ser, eu aceito essa explicação, já que aquilo são pequenas faixas de terreno, onde o povo das ilhas cultiva aquilo que come.


Atrações turísticas são a Ilha do Pico - deveria escrever o pico da ilha, mas soa-me estranho - a Lagoa das 7 cidades, na ilha de S. Miguel, as baleias que passam ali ao largo, a caminho de águas mais frias a norte, além das fajãs de S. Jorge, como já escrevi acima. Eu tinha planeado lá ir, mas fui adiando, adiando, e agora é tarde demais, pois não tenho pernas para dar mais que dez passos e de cadeira de rodas não quero ir.

sábado, 13 de setembro de 2025

Assim não!

 O Benfica empatou em casa, ontem à noite, com os açorianos do Santa Clara. Não vi o jogo, pois o acordo feito com a Sport TV, por Luís Filipe Vieira, não permite a transmissão. Ainda gostaria de saber por quanto tempo os sócios do Benfica vão permitir que isto continue. Mas pelos comentários que vejo nas redes sociais não deu uma para a caixa.

De qualquer modo, segundo a minha interpretação, esse miserável empate a 1 bola corresponde a uma derrota por 3 a 0. São 3 as razões que me levam a dizer isso. Em primeiro lugar, por estarem a jogar em casa, perante muitos milhares de adeptos benfiquistas. Em segundo lugar, por defrontarem uma equipa que labuta na segunda metade da tabela classificativa. E em terceiro e último lugar, por terem jogado contra 10, desde os 37 minutos de jogo.

Portanto, 3 a 0 e sem espinhas! Eu advoguei que o Otamendi deveria ter acompanhado o Di Maria no seu regresso a casa. Pode ser bom, mas está velho demais para estas corridas. Há por aí centrais a dar com um pau e por menos de metade do que ele ganha, pelo que não entendo a insistência do Benfica em fazer do clube um asilo de velhos craques. Aquele "enterranço" que protagonizou, ontem, apaga todos os pontos positivos que pudessem justificar a sua inclusão no plantel.

Cristiano Ronaldo só há um e ninguém que se lhe compare, está mais do que velho para avançado, mas continua a marcar golos e ajudar a sua equipa a andar para a frente, tanto na Selecção como no seu clube. Só ele e mais nenhum que eu conheça. Os Cavanis, Di Marias, Bellotis e Otamendis que vieram, ou eram para vir, ajudar o Benfica a ser campeão foram o maior barrete que o Rui Costa enfiou e que ficará gravado no seu historial como presidente de um grande clube de futebol. Como jogador foi bom, como presidente um desastre.

No próximo mês de Outubro, haverá eleições no meu Benfica, espero bem que não repitam o erro de o reeleger. Se foi mau o tempo de Vieira, o de Rui Costa quero esquecer e fazer de conta que nunca existiu. Pelo modo como está a jogar o FCP vaticino que vão ser os morcões do Porto a levantar a taça de campeões, este ano, e vou passar um ano inteirinho a carpir as minhas mágoas e esperar que uma nova época comece para permitir ao Benfica sonhar com o título.

Ah, já ia dar por encerrado este assunto, mas faltou-me dizer uma coisa. Arranjem um treinador a sério, pois com o Bruno Lage não vamos a lado nenhum. Se ele fosse bom teria ficado em Inglaterra, quando lá foi tentar a sua sorte, Ele á uma espécie de bombeiro que o Benfica pode manter às suas ordens para apagar qualquer foco de perturbação que surja em qualquer dos plantéis, seja nos juniores, nos seniores, ou até na ala feminina!

Esforço que provou ser um falhanço

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

O dia seguinte!

 Como seria o dia 12 de Setembro de 2001, em Nova Iorque? Com o caos instalado na cidade e centenas de mortos ou desaparecidos o clima teria que ser, obviamente, de tristeza. Tristeza pela morte e destruição causadas por um ódio ao modo de viver ocidental que os seguidores do profeta nascido no século VI da nossa era, não conseguem aceitar.

Quando um grupo de pessoas segue por um caminho diferente daquele por onde vão os outros, isso não quer dizer que estejam erradas, mas apenas que procuram um destino diferente. No entanto, os muçulmanos que dedicam a sua vida a lutar, em nome do profeta, contra os americanos e o seu modo de vida, esses sim estão errados.

Amor com amor se paga e o mesmo serve para o ódio. Quanto mais odiares um pessoa mais odiado serás. O mundo muçulmano vive em guerra com toda a gente e não é apenas contra aqueles a quem chamam infiéis, há ódios maiores entre vizinhos e irmãos na religião. Sunitas e xiitas, curdos ou palestinianos todos se matam uns aos outros e dizem-se mártires quando são mortos nessas lutas.

Gostaria de saber como Maomé divide os seus crentes, lá em cima, depois de morrerem. Mártires à direita e os outros à esquerda, como párias que não ganharam o direito a ir para o céu e receber as 7 virgens como prémio da sua dedicação? Nós, os católicos, temos o céu para os bons e o inferno para os maus e é o S. Pedro que trata dessa triagem, depois de entregarmos a alma ao Criador. S. Pedro abre o Livro da Vida e consulta as colunas do Deve e Haver de cada nova alma que ali chega e indica-lhe a porta da esquerda ou da direita, conforme o caso e a extensão das boas e más obras registadas nesse livro.

Os muçulmanos dividem-se, hoje, em muito ricos e muito pobres, não existe um meio termo. Antigamente, a riqueza era medida pela quantidade de cabeças do seu rebanho, fossem cavalos ou burros, cabras ou ovelhas e até camelos. Hoje não é assim, os muito ricos são os donos das explorações petrolíferas e todos outros alinham no grupo dos pobres, uns mais outros menos, mas todos longe da riqueza que o petróleo trouxe ao mundo, maioritariamente, muçulmano.

Diz-se por aí que o petróleo terá um fim, ou por se ter esgotado a reserva que se foi criando ao longo de muitos milhões de anos que o nosso planeta já leva de vida, ou por ser posto de lado pela humanidade que, cada vez mais, reconhece os malefícios dos combustíveis fósseis. Se isso acontecer voltarão à vida nómada seguindo os seus rebanhos que vagueiam pela natureza em busca de alimento. E serão, de novo, todos pobres, embora uns mais que os outros.


Dando um salto para a modernidade e aterrando no ano de 73 do século XX, confrontámo-nos com o ditador Pinochet, militar de alta patente que à frente das tropas que chefiava resolveu instaurar uma «Ditadura Militar» no Chile, país da América do Sul e ex-colónia espanhola. Desde o início do Século XIX, em que os chilenos se livraram do domínio espanhol, se viveram diversos tipos de governo, ainda à procura da estabilidade política. Enquanto que a Europa já se tinha livrado de todos os seus ditadores (Hitler, Mussolini, Salazar e Franco) começou a América Latina a trilhar esse caminho.

Salvador Allende que assume o governo em 3 de novembro de 1970, tenta construir uma nova sociedade baseada no socialismo através da democracia, uma experiência até então única no mundo. Entre suas primeiras medidas, continua o processo de reforma agrária e inicia-se um processo de estatização de empresas consideradas chave para a economia chilena. A partir de certos resquícios legais, baseados em um decreto-lei de 1932, se uma empresa detivesse certo mercado sua produção poderia sofrer intervenção do Estado, o que faz o governo da Unidade Popular incitar aos trabalhadores que detenham suas atividades e assim estatizar as empresas.

Duraria muito pouco esta fase da História do Chile, pois em 11 de Setembro de 1973, Augusto Pinochet, chefe do estado maior das forças armadas derruba o governo de Allende, levando este ao suicídio. Foi um período negro, no Chile, com perseguições e mortes de todo aquele que ousasse levantar a mão ou a voz contra o ditador. Esta situação duraria até à Primavera de 1990, data em que Pinochet entregou o poder a Patricio Aylwin que deu início ao período democrático que se vive até hoje.

Não foi fácil a vida de Augusto Pinochet, depois de ter abandonado o poder e ter terminado a ditadura chilena. Acusado de reunir uma grande fortuna em bancos americanos, os seu inimigos políticos perseguiram-no até à morte, em 2006, em Santiago do Chile, depois de regressar de Inglaterra, onde se refugiara para fugir àqueles que o queriam ver morto pelos crimes cometidos enquanto governara o país.


A Caravana da Morte foi uma ação planejada para execução de líderes da resistência contra o regime militar chileno na ditadura Pinochet na década de 1970. Aproximadamente 105 presos políticos foram vítimas desta operação clandestina. Ocorreu em outubro de 1973, logo depois do golpe militar. Muitos dos prisioneiros eram recolhidos de suas prisões e executados sob tortura.

Considerado um dos piores episódios de repressão da ditadura militar chilena foi, segundo a jornalista Patricia Verdugo, autora de livro que retrata a viagem mortal dos fuzileiros, "o ato fundacional da ditadura" naquele país.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Imperdoável!

 

O dia 11 de setembro ficou famoso por dois acontecimentos, qual deles o mais trágico. Em 1973, Pinochet lidera um golpe de estado que leva à morte de Salvador Allende e o Chile a um período de ditadura do pior que houve na América Latina.

Nesse mesmo dia, mas em 2001, os terroristas da Al Qaeda atiram dois aviões a jacto contra as torres gémeas do World Trade Center, em Nova Iorque, provocando um dos maiores desastres que a humanidade já testemunhou.

Esqueci-me disso por completo e só ao longo do dia, conforme fui assistindo às notícias, me apercebi do meu esquecimento. Amanhã, dedicarei a minha publicação a estes dois casos que figuram na História Universal como desastres de grande impacto num mundo que consideramos civilizado.

A minha guerra!

Uma parte importante da minha vida foi a que passei na Marinha. Foram 6 anos e picos, a maior parte passados em Moçambique. Uma parte passada na capital, espécie de férias pagas pelo erário público, e outra, cerca de 17 meses, no distrito do Lago, província do Niassa (na nova nomenclatura moçambicana). Esse foi o tempo em que conheci a guerra e nela participei, tal como muitos dos, hoje denominados, ex-combatentes.

Foi um tempo difícil, com muitas limitações, mas nada que se compare ao que viveram os nossos camaradas do Exército que eram, pura e simplesmente, despejados num qualquer descampado da imensa floresta africana e sujeitos a viver numa tenda de campanha. Nós, na Marinha, tínhamos tudo e mais alguma coisa, a começar por boas instalações e um cozinheiro de serviço para nos cozinhar as refeições.


Por falar em refeições, muitos dos camaradas, a quem "carinhosamente" tratávamos por "feijão verde", devido à cor da sua farda, viveram à base de rações de combate. Conforme puderam lá foram montando umas cozinhas de campanha e eu sei bem como aquilo funcionava. Numa certa altura, fui destacado para uma Companhia do Exército , durante 10 dias, e comi o rancho que eles comiam. Eu, em todo o tempo que passei no Niassa, talvez tenha comida duas dúzias de caixinhas da famosa ração de combate.

A coisa mais espantosa que presenciei foi a transferência de meios navais, do Oceano Índico para a lago Niassa que fica a cerca de mil Kms para o interior, sem qualquer via navegável que pudesse ser utilizada. Assim, usaram o comboio e grandes camiões que fizeram o transporte, ultrapassando incríveis obstáculos, como se pode ver nas imagens. Um feito que ficará na História de Portugal que será ensinda aos nossos descendentes. E eu estava lá!


Visita do presidente ao que foi o nosso estaleiro de lanchas

Vista aérea da península de Metangula, em 1965

O monte Tchifuli e a nossa pista de aviação
feita à pá e pica pela CF6

O caniço, zona de jacarés

A primeira a chegar ao lago

O cais das lanchas

A Marte e a Saturno em cima dos carris

NRP Urano no meio da floresta africana