domingo, 3 de outubro de 2021

O sonho leva-nos onde quer!

 


Esta noite, mal dormida, sonhei (de novo) com o Niassa e a viagem de comboio que fiz, em 1966, para lá chegar. De Nacala até Nampula podia considerar-se terra pacífica e cheia de vida. De Nampula em diante era sempre a subir, rumo ao desconhecido. Tanto era a subir que algumas vezes tivemos que descer do comboio e empurrar para ele subir a ladeira. Um dos fogueiros descia do furgão da lenha com uma lata cheia de areia e ia despejando uns grãos da dita debaixo das rodas de ferro para provocar atrito e ganhar aderência. Uma epopeia a nunca esquecer.

Estação de Nova Freixo, a maior de todas naquele deserto, depois Belém, onde passamos a noite e a meio do dia seguinte já estávamos no Catur, estação terminal daquela linha que só em 1969 (mês de Maio) deixou de o ser com o prolongamento da linha até Vila Cabral. Eu já não vivi essa fase da história, pois nessa data já era civil e trabalhava para um daqueles empresários a quem o Salazar dava comendas por ajudarem a Nação a crescer. Entenda-se por dar emprego e matar a fome aos portugueses, coisa que o governo nunca foi capaz de fazer. 

Pois é, mas agora já estou acordado e não vejo comboio nenhum, o melhor é pôr-me a mexer que isto aqui não é vida. Bom domingo a todos que por aqui passarem!

2 comentários:

  1. No meu tempo com paragens em Nampula, Nova Freixo... foi sempre a seguir. Uma viagem que ficou na memória de muitos. Anos mais viria a fazer uma outra ainda maior Joanesburgo - Victoria Falls.

    ResponderEliminar
  2. Eu cheguei a Nampula 4 anos mais tarde. Em Outubro de 1970.
    Abraço e saúde

    ResponderEliminar