Não é a primeira vez que o chefe de Estado aborda o tema, visto que, em abril, já tinha pedido para serem encontrados meios para criminalizar o enriquecimento injustificado, e esta sexta-feira insistiu nesta necessidade.
"Todos somos poucos para duas tarefas urgentes.
Primeira: ir mais longe nas leis que abram caminho ao reforço da ética e da transparência na vida pública e previnam e punam enriquecimentos não lícitos", assinalou Marcelo, na abertura de uma conferência sobre responsabilização e democratização das instituições e prevenção da fraude, onde a procuradora-geral da República, Lucília Gago, também interveio.
Segunda: ir mais fundo nos meios humanos e outros de aplicação das leis, impedindo que nasça ou se acentue a ideia perigosa e inaceitável de que bem pode haver boas leis e julgadores atentos que os ricos e poderosos sempre escaparão a eles", frisou o Presidente da República, acrescentando que “a gestão dos fundos europeus com lisura legal e ética pode e dever ser um bom barómetro nesse combate”.
Na freguesia onde nasci, havia uma oficina de ferreiro que eu visitava, de vez em quando, e admirava como o dono da oficina malhava no ferro, levado ao rubro na forja, até ele tomar a forma que ele queria. Meia dúzia de boas marteladas e o ferro já estava frio, não obedecendo à sua vontade. Aí voltava para a forja, mergulhado em carvão de pedra incandescente, e daí para cima da bigorna para uma nova sessão de martelo.
Da forja para a bigorna e de volta para o fogo até o ferro tomara a forma pretendida pelo ferreiro. Não pude evitar pensar nisto, quando ouvi o Marcelo pronunciar estas palavras - que reproduzo acima - durante as notícias de ontem à noite. Ele tem muita razão e tem também a obrigação, como mais alto magistrado da nação portuguesa, de chamar os responsáveis à pedra, fazendo-lhes ver que andam, há muitos anos, a falar no assunto, mas nunca deram um passo em frente. Chamar o presidente do Parlamento e os líderes de cada partido e obrigá-los a apresentar a proposta de lei, discuti-la e aprová-la, com a máxima urgência.
Por mais que todos digam que isso de justiça para ricos e pobres não existe, a realidade prova exactamente o contrário. Enquanto houver dinheiro para manter os advogados a "chafurdar" nos processos, apresentando recurso atrás de recurso em todos os tribunais, até que a coisa esqueça ou o crime prescreva, os criminosos continuam a rir-se da Justiça. Os exemplos são aos montes.
De certa maneira, tem sido o PS a opor-se, sistematicamente, à aprovação desta lei. Lembro-me de João Cravinho, então ministro do governo de Guterres, a ter apresentado e, além de a proposta não ter passado, ainda perdeu o seu lugar no governo. Agora é o Costa que vai ao leme do PS, mas apostaria como ele vai fazer tudo por a lei ser recusada de novo. Há muita gente a chafurdar nas offshores e nunca se sabe quem aparecerá nos "papers", como os Panamá ou Pandora!
Assim é como malhar em ferro frio, não estica por mais que o martelem!
É uma questão de pesquizar a trajectória do partido do gamanço (vulgo ps) para verificar que o mesmo não passa de uma Organização Criminosa. Com 3 bancarrotas e um número sem conta de actividades pouco dignas de um partido que chefia 'um Estado de Direito' o partido é o responsavel directo pela situação económica em que nos encontramos. O que sabemos sobre os envolvidos no Panamá Papers & Pandora Papers é apenas uma gota de água num Oceano de Corrupção. É de todo impossivel um país tão pequeno ter recebido milhões de ajuda externa desde a entrada na EC e verificar em 2021 que continuamos no Clube dos Pelintras.
ResponderEliminar