sábado, 26 de agosto de 2017

Sabem que dia é hoje?

Nada mais, nada menos que ... «O Dia do Cão»!
Eu sempre gostei de ter um cão em casa. Apenas durante os 14 anos que vivi num apartamento desisti dessa ideia, porque não achava que houvesse condições para isso. Um cão, desde que não seja uma dessas miniaturas que as senhoras gostam de levar ao colo, precisa de espaço para correr e brincar, mantendo um nível de vida saudável. Desde que me mudei para esta casa, que tem um quintal de tamanho razoável, voltei ao velho hábito de ter um cão. O último foi o Rex, viveu comigo 13 anos e morreu, melhor dizendo, foi abatido por causa de um gigantesco tumor no fígado, no passado mês de Abril.
Embora sem o confessar abertamente à minha mulher (porque ela não é assim tão amiga de cães), eu desejava adoptar outro, o mais depressa possível. Não há como um amor novo para esquecer o antigo, não é assim que se diz? Pois, o meu filho (sem precisar que eu o mandasse) encarregou-se do assunto. Foi até ao canil municipal espreitar os enjeitados que lá havia e optou por trazer o mais feio de todos, preto como um tição, nem os olhos se viam.


Tinha apenas dois meses e dois dias, quando entrou na minha casa. Era pequenino e barrigudo (vinha cheio de lombrigas), mas tinha umas patolas que mais parecia um leão. Hoje, a 6 dias de completar 6 meses, está uma autêntica bisarma, todo esticado da ponta do rabo até às patas dianteiras mede mais de um metro e meio. E as patas? Cada vez mais me parece um leão. Só não a 100% porque sei que não há leões negros.
Gosta muito que lhe façam cócegas na barriga. Quando era mais pequeno, eu chamava por ele e dizia-lhe:
- Nero, deita-te que eu faço-te coceguinhas!
E ele não se fazia rogado, esticava-se ao comprido, de barriga para cima, à espera do prometido. Hoje, com aquele tamanhão todo, continua a fazer a mesma coisa.
Gostava de ir até ao parque da cidade e deixá-lo encontrar-se com outros amigos da sua raça, mas não tenho pernas para isso. E para o levar de carro é um problema, pois ele enjoa e baba-se todo, por vezes até vomita. Não servia para ir para a Marinha!
O desporto predilecto dele é escavar buracos no quintal e correr atrás das galinhas. Por vezes deixo-o entrar no galinheiro, para ver até onde ele vai e até agora não houve problema, o máximo que fez foi pôr uma pata em cima de uma delas que ficou logo quietinha como se estivesse morta. Ele gosta de lhe arreganhar os dentes e elas dão-lhe bicadas no focinho, enquanto ele salta e pincha de um lado para o outro. É uma animação.
Andei a fazer umas pesquisas para ver se conseguia identificar a raça a que pertence. A veterinária que o acompanha diz que é um «típico rafeiro português», mas eu não concordo. Pelo feitio do focinho, alongado, o tamanho das patas, enorme, e o porte atlético, o mais parecido que encontrei nas minhas pesquisas foi o «Pastor de Beauce», um cão do norte de França usado no pastoreio. Ele tem um corpo semelhante ao Doberman, mas mais possante. Só quando atingir um ano de idade será possível definir a raça com mais precisão.
Ah, e a fome? Faltou-me dizer que nunca está saciado, se lhe der de comer a todas as horas ele nunca diz que não e nesse capítulo a minha mulher abusa, gosta de o ver comer, ele pede e ela dá-lhe. E é assim que antes de fazer 6 meses de idade já ultrapassou os 20 kilos. Felizmente, não engorda, só cresce. O tamanho do tal cão francês que me parece ser a raça de origem do Nero, é de cerca de 70 centímetros de altura e 40 kilos de peso. No peso já passou de metade, na altura já ultrapassou o meio metro. Com esse tamanhão todo não sei quem vai segurar nele e espero que nunca se zangue comigo.

2 comentários:

  1. Sendo hoje o dia do cão,
    com mais de metro e meio,
    gosta mais o teu canzarrão
    carne sem pão de centeio?

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  2. Uma homenagem merecida ao Lourenço angolano!

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