sábado, 12 de agosto de 2017

O «Jogo do Pau»!

Quando eu era puto - antes de entrar na Escola Primária - lembro-me de ver os homens sempre agarrados a um pau. Aos mais velhos servia para os ajudar a equilibrarem-se, aos mais novos para atacarem os seus inimigos e se defenderem em caso de ataque. Nas feiras e romarias os homens do Minho apareciam sempre agarrados ao pau, sentiam-se assim mais seguros. O meu pai tinha dois, um todo bonito e envernizado para as festas, a que ele chamava "marmeleiro", e outro mais tosco para andar pelo campo, a que dava o nome de "lodo". Não tenho a certeza, mas juraria que os nomes têm a ver com a árvore ou arbusto que estava na sua origem.
Quando o meu pai começou a trabalhar fora (e longe) de casa, deixou-os lá em casa, atrás de uma porta, e eu ainda pensei em aprender a manejá-los, mas a vida levou-me também para longe de casa e lá ficaram os paus a serem roídos pelo bichinho da madeira, sem um homem que lhe pegasse.


Bons tempos em que se resolviam as coisas à paulada. Como se costumava dizer, duas ripeiradas pela cabeça abaixo e qualquer arruaceiro ganhava logo juízo. Hoje, por dá cá aquela palha, saca-se a fusca e metem-se dois balázios no corpo de qualquer cristão que abala para o outro mundo sem perceber muito bem o que lhe aconteceu.
Vem isto a propósito do jogo de futebol disputado ontem pelo Sporting. Pensei em fazer um comentário, mas não sabia por onde começar. Mas, pensando bem, tinha a solução mesmo na ponta dos dedos. Ao ver o jogo, o facto que mais me chamou a atenção foi a "pancadaria" que os rapazes do Jesus infligiram aos que vinham da terra do carapau. O treinador dos lagartos tem ali 3 ou 4 mânfios que dão bordoada a torto e a direito e ai de quem lhes puser as canelas à frente. E não estava a jogar o Alan Ruiz, senão as coisas pioravam muito.
Vou recomendar aos rapazes do Benfica para usarem caneleiras reforçadas, quando tiverem que jogar contra eles!

2 comentários:

  1. Fui vezes sem conta ameaçado com 'o pau de marmeleiro' pelo meu velhote... mas nunca me dei ao trabalho de saber a origem, chiça!

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  2. Lá no Alentejo onde eu nasci e cresci até de lá abalar para a tropa aos 21 anos de idade. Lidei com o pau de marmeleiro. Cortava-se o pau direito sem curvas do marmeleiro. Para se tirar a casca e o pau ficar amarelo passa-se pelo fogo, sem o deixar queimar. Também se faziam cajados das varas do marmeleiro!
    Mas nunca entrei no jogo do pau. Sempre que podia e posso passo ao lado das zaragatas!

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