Quando eu era puto - antes de entrar na Escola Primária - lembro-me de ver os homens sempre agarrados a um pau. Aos mais velhos servia para os ajudar a equilibrarem-se, aos mais novos para atacarem os seus inimigos e se defenderem em caso de ataque. Nas feiras e romarias os homens do Minho apareciam sempre agarrados ao pau, sentiam-se assim mais seguros. O meu pai tinha dois, um todo bonito e envernizado para as festas, a que ele chamava "marmeleiro", e outro mais tosco para andar pelo campo, a que dava o nome de "lodo". Não tenho a certeza, mas juraria que os nomes têm a ver com a árvore ou arbusto que estava na sua origem.
Quando o meu pai começou a trabalhar fora (e longe) de casa, deixou-os lá em casa, atrás de uma porta, e eu ainda pensei em aprender a manejá-los, mas a vida levou-me também para longe de casa e lá ficaram os paus a serem roídos pelo bichinho da madeira, sem um homem que lhe pegasse.
Bons tempos em que se resolviam as coisas à paulada. Como se costumava dizer, duas ripeiradas pela cabeça abaixo e qualquer arruaceiro ganhava logo juízo. Hoje, por dá cá aquela palha, saca-se a fusca e metem-se dois balázios no corpo de qualquer cristão que abala para o outro mundo sem perceber muito bem o que lhe aconteceu.
Vem isto a propósito do jogo de futebol disputado ontem pelo Sporting. Pensei em fazer um comentário, mas não sabia por onde começar. Mas, pensando bem, tinha a solução mesmo na ponta dos dedos. Ao ver o jogo, o facto que mais me chamou a atenção foi a "pancadaria" que os rapazes do Jesus infligiram aos que vinham da terra do carapau. O treinador dos lagartos tem ali 3 ou 4 mânfios que dão bordoada a torto e a direito e ai de quem lhes puser as canelas à frente. E não estava a jogar o Alan Ruiz, senão as coisas pioravam muito.
Vou recomendar aos rapazes do Benfica para usarem caneleiras reforçadas, quando tiverem que jogar contra eles!
Fui vezes sem conta ameaçado com 'o pau de marmeleiro' pelo meu velhote... mas nunca me dei ao trabalho de saber a origem, chiça!
ResponderEliminarLá no Alentejo onde eu nasci e cresci até de lá abalar para a tropa aos 21 anos de idade. Lidei com o pau de marmeleiro. Cortava-se o pau direito sem curvas do marmeleiro. Para se tirar a casca e o pau ficar amarelo passa-se pelo fogo, sem o deixar queimar. Também se faziam cajados das varas do marmeleiro!
ResponderEliminarMas nunca entrei no jogo do pau. Sempre que podia e posso passo ao lado das zaragatas!