quarta-feira, 9 de julho de 2025

O mais alto!

1) Entre os filhos da minha escola, o mais alto é o Sargento Carvalho, nascido e morador na Lourinhã, que devido à sua altura, bastante acima da média, recebeu a alcunha de Alturas.

2) Entre os moçambicanos mais conhecidos está o presidente da república, antigo governador de Inhambane, de seu nome Daniel Chapo que pela sua altura exagerada recebeu a alcunha de Prédio 33.

3) Almeida Santos, advogado português nascido no concelho de Seia, não ficou conhecido pela sua altura, mas sim pela sua ligação a Moçambique, ao Samora Machel, primeiro presidente da república moçambicana, e ao, acima mencionado, Prédio 33.

Nos alvores de 1974, Almeida Santos era um destacado oposicionista, mas integrava uma facção moderada da oposição. Era, apesar de tudo, um homem da elite branca da capital colonial, onde se tornou advogado de sucesso e fez fortuna em causas repartidas por Lourenço Marques, Lisboa, Joanesburgo ou Londres. Mas o seu entendimento do processo colonial recomendavam-no para estar perto do poder democrático que nasceu no 25 de Abril, até porque as colónias seriam uma das prioridades dos governos provisórios. António de Spínola chamá-lo-á para Lisboa, onde assume a pasta da Coordenação Interterritorial (o velho Ministério das Colónias ou do Ultramar) nos primeiros quatro governos provisórios.

Dizem as más línguas que Almeida Santos jogou com um pau de dois bicos, enquanto viveu em Moçambique. Fez-se amigo de Samora Machel e há quem afirme que foi seu advogado e conselheiro, no período que precedeu a independência. Como todos os advogados de renome ele ganhou rios de dinheiro e nada melhor que a construção civil, ou os negócios imobiliários para investir as suas poupanças.

Diz-se também, mas é coisa que não encontrei nas páginas da internet que consultei, ter sido ele um dos principais investidores no projecto do Prédio 33, cuja construção teve início no ano de 1970. O que se sabe e isso é público, ele regressou a Lisboa, em 1974, antes que essa obra de exagerado tamanho ficasse concluída. Se ele vendeu a sua participação, antes de regressar, ou ficou de mãos a abanar, como a maioria dos retornados, eu não sei. Mas sei que ele não era parvo e, por conseguinte, deve ter dado os passos necessários, talvez com a ajuda do amigo Machel, para vender os seus créditos, antes de rebentar a bronca.

Não tenho uma foto que evidencie a altura do «Alturas», meu camarada fuzileiro, nem isso interessa muito, pois o que me levou a fazer esta publicação foi a recente visita de Daniel Chapo a Portugal. Abaixo mostro algumas fotos de Chapo e do tal prédio, para vos fazer compreender a razão por que puseram os moçambicanos a alcunha de Prédio 33 ao seu presidente.






1 comentário:

  1. Camarade , nao podias ter posto uma legenda em cada foto ?
    O anonimato nao quer dizer nada . quem e quem .

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