sexta-feira, 4 de julho de 2025

O Hugo!

 


O Hugo é meu sobrinho por afinidade e faz, hoje, 36 anos!

Não há nenhum aniversário que eu recorde tão bem como este. Primeiro, por ter nascido no dia da Independência dos Estados Unidos e, segundo, por ter nascido no ano em que caiu o Muro de Berlim. De um evento ao outro decorreram 4 meses e 5 dias que na vida do Hugo não representam nada de nada.

 Isto serviu apenas para vos lembrar que estamos no dia da maior festa americana que o Trump prometeu transformar num evento especial para ficar na História. Hoje, é uma "deadline" que pode significar muito ou, pelo contrário, mostrar a Trump que o mundo é muito mais que ele e o seu ego. Ele deu um ultimato aos governantes que estão para lá dele (Congresso) para aprovarem a Lei do Orçamento de Estado e prometeu publicá-la hoje, como parte da grande festa da independência.

A outra grande questão de Trump é a das tarifas que ele diz que trará biliões para os cofres americanos e que a partir de hoje, ou amanhã, começará a fazer efeito. Quem se apresentou para negociar, muito bem, quem não o fez pagará com língua de palmo. A sua ideia é obrigar os empresários americanos a produzir dentro de portas, em vez de andar a usar mão-de-obra barata, no exterior, e contribuir para o crescimento de outras economias que não a dos Estados Unidos.

Mas quem manda nesse assunto á lei da oferta e da procura e não vai ser fácil reverter a situação que se foi criando, depois da II Grande Guerra. Por todo o mundo foi preciso reconstruir aquilo que a guerra destruiu e reactivar a indústria que durante anos esteve apenas virada para o esforço de guerra. Isso criou enormes migrações por todo o lado, os trabalhadores mexiam-se indo para onde havia trabalho e dinheiro para lhes pagar os salários.

Alguns países, como os Estados Unidos, enriqueceram rapidamente e os empresários viram-se em dificuldades para pagar aos trabalhadores os altos salários que eles exigiam. Assim foram deslocalizando as indústrias para os países com mão de obra excedentária e, por conseguinte, barata. Por exemplo, na Europa, o fluxo migratório foi do Leste para o Oeste, ou seja, dos países mais pobres para os mais ricos. E depois de esgotada essa fonte de mão de obra, foi a África e a Ásia a abastecer a Europa.

Em volta dos Estados Unidos, com excepção do Canadá, só há países pobres. Isso deu aos Estados Unidos a hipótese de usar tanta mão de obra barata quanta precisasse e, por outro lado, instalar nesses países as suas empresas que necessitavam de mão de obra intensiva e, obrigatoriamente, barata. Assim foram decorrendo os últimos 30 anos e, chegados aqui, aparece o Sr. Trump que quer mudar tudo. Eu não acredito que o consiga, mas disso faremos o balanço quando acabar o mandato de Trump.

Por lei e também pela idade que não para de avançar, ele não poderá candidatar-se outra vez e o problema terá que ser resolvido por quem vier a seguir. E, digo eu, será difícil que apareça outro cromo como este que, em vez de procurar soluções de consenso para os graves problemas da actualidade, quer impor a sua vontade e que sejam os outros a pagar o pato.

Um dos grandes problemas é a dívida americana que soma muitos triliões de dólares e cujos títulos da dívida estão, maioritariamente, nas mãos de japoneses e chineses. Olha com quem ele se foi meter! Como medida extrema, pelo lado destes dois países se sentirem atacados pelos Estados Unidos, será inundar o mercado com esses títulos da dívida o que deixaria a América em maus lençóis.

Portanto, amanhã, será um grande dia muita gente. Os que tiverem que vergar-se às tarifas de Trump verão a sua vida a andar para trás, mas serão os consumidores dos bens tarifados a pagar o preço. Se isso vai endireitar as Finanças do país de Trump tenho muitas dúvidas, pois os adversários podem ripostar da mesma forma e estão em melhor situação para sair vencedores.

Seja na produção de automóveis de armas ou outros do mundo das altas tecnologias, a China já não depende da América e pode desenvencilhar-se sozinha com sucesso. Isso é um trunfo que os países mais desenvolvidos perderam para aqueles que têm a mão de obra. Basta olhar para os chinesinhos que, além de serem muitos milhões, são capazes de trabalhar noite e dia e não são muito gastadores, ao contrário dos "ricaços" americanos ou europeus.

Por todas essas razões ... põe-te a pau com eles, oh Trump !!!

1 comentário:

  1. Um pau naquela tola desmiolada e oca é que o Trump precisa.
    Os chineses são cautelosos e previdentes, e há muito que andam a pau com ele...
    Ah, e Parabéns para o Hugo, que merece ser recordado pelo que vale e não pelo que o dia 04 de Julho representa para os Estates.... 😀
    🌻

    ResponderEliminar