quinta-feira, 31 de julho de 2025

Aí está ele e em força!

 Julho chega ao fim e com a entrada em Agosto regressa o futebol à vida de quem dele vive e/ou gosta. E quem fala de futebol fala do Benfica que é a minha doença mais grave, pois me afecta o coração que já não anda em grande forma.

Hoje, ao fim do dia, poderemos apreciar a primeira exibição da nossa equipa, ainda não na sua versão final, mas já próximo disso. Talvez haja ainda uma ou duas entradas e haverá os habituais empréstimos de jogadores, como vem sendo habitual. Eu, como primeiro exemplo, não acredito que o Henrique Araújo, autor do golo do desempate frente à equipa de Mourinho, fique a jogar na equipa. Ele não é um mau avançado, mas está longe do valor da sua concorrência.

Depois virá o jogo com o Nice, eliminatória para apuramento da Liga dos Campeões, e aí já poderemos apreciar a equipa em pleno desenvolvimento. Se passar essa etapa, o moral das tropas ficará no máximo e capaz de enfrentar futuras adversidades.

Temos de ficar a toques com o Porto, pois parece que fez contratações de encher o olho, em especial o loiro vindo da terra dos Vikings que é um verdadeiro carro de assalto. O vizinho de Alvalade já está debaixo de olho e queremos vingança por nos ter levado a Taça de Portugal sem o merecer e com ajudas externas.

Carrega Benfica !!!

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Os cromos!

 


Na minha juventude ainda não havia disso, mas na dos meus filhos toda a gente coleccionava cromos, fosse daquilo que fosse. Os mais populares seriam os de jogadores de futebol, creio eu, mas havia-os de muitas coisas e para todos os gostos. Eu ainda comecei uma caderneta de actrizes de cinema, onde aparecia a Gina Lollobrígida, a Sofia Loren (grande peitaça), a Úrsula Andress, a Claudia Cardinali ou a louraça da moda, a Marilyn, mas depressa desisti, o dinheiro era pouco para ir ao cinema e não podia desperdiçá-lo a comprar cromos.

Se fosse hoje, a colecção que faria mais furor seria a dos líderes mundiais, com os do passado, como Kennedy ou Bresnev, Mussolini, Hitler ou Mao Tse Tung, ou os do presente, como Lula, Xi, Putin, como representantes das esquerdas e o Trump, Macron e Netanyahu do lado contrário. Correndo o mundo de lés-a-lés, há muitos mais que mereceriam um lugar de destaque, mas são os comunas como Guevara ou Castro que nenhum coleccionador desdenharia de ter na sua caderneta.

Mas o mais actual e mais falado do momento é o nosso mui conhecido e famoso por todas as razões e mais uma, o actual presidente do país mais poderoso do mundo (sic), Donald Trump. Escândalos de todo o género, desde políticos a financeiros e até de cariz sexual, nada falta no seu currículo. Mentiroso, fala-barato e basofeiro talvez sejam os últimos adjectivos que começaram a ser usados para completar o seu perfil.

Herdeiro de uma fortuna considerável, continuou a fazer fortuna ao longo dos quase 80 anos que já leva de vida. E o dinheiro dá-lhe poder, assim como o poder lhe dá o direito de fazer o que lhe der na real gana sem conhecer limites. Ele usa e abusa de meio mundo (o outro meio nem sequer existe para ele) e caminha sempre a direito pisando em todos que lhe apareçam pela frente.

A última moda que se meteu na cabeça foi fazer os outros pagarem pelos erros dos seu pares que levaram os Estados Unidos a uma situação de pré-falência com uma dívida monstruosa impossível de ser cobrada. Desatou a falar nisso durante a campanha eleitoral e com habilidades diversas que nem ouso discutir, conseguiu ser eleito para um último mandato. Depois terá que ir à vida, se não morrer antes disso.

A situação ideal para um comércio global seria sem tarifas aduaneiras, mas para isso seria preciso que em todos os países fossem respeitadas as mesmas regras e nós sabemos que não é assim que o mundo gira. Há quem não respeite os direitos humanos ou os das crianças, conseguindo com isso colocar no mercado mundial produtos muito mais baratos que os da concorrência, como sabemos que acontece na China, na Índia e outros países asiáticos.

Para corrigir esse monumental desnível de preços foram inventadas as tarifas que o Mr. Trump usa agora como arma de arremesso para chatear meio mundo. O último exemplo foi aquilo que se passou no último fim de semana com os 15% impostos à União Europeia. Se pensarmos bem, seria a Europa quem deveria aplicar essa tarifa aos Estados Unidos, pois são eles quem não garante a protecção social dos seus cidadãos e usam em grande escala mão de obra estrangeira sem qualquer controlo.

Ao contrário, a União europeia tem um Sistema de Segurança Social que inflaciona sobremaneira os preços daquilo que produz e ainda tem, à luz do novo acordo, de lhe adicionar mais 15% para os exportar para o mercado americano. Está mal, muito mal, é exactamente o oposto daquilo que se pretende com a regulação dos mercados.

O cromo Nº 1 da última caderneta de cromos lançada no mercado   

terça-feira, 29 de julho de 2025

PUTIN EM PÂNICO!


Não sei se dá para acreditar nisto ou se é, tão somente, fake news, mas dá um certo alívio acreditar que o Putin tenha quem lhe provoque dores de cabeça.
Deus ajude os ucranianos que nós não temos poder para isso!

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Lição de História!

No último exame a que compareci, no Liceu Nacional da Póvoa de Varzim, no longínquo ano de 1960, foram a História e Geografia as disciplinas que suportaram a média que me permitiu que acabasse o Ano Lectivo com aproveitamento. Pelo contrário, o Português em que era um dos melhores alunos da turma presenteou-me com uma negativa que nunca esquecerei. E tudo por culpa do Camões e os seus Lusíadas que tinha sido o mote do exame escrito e que eu nunca encornei muito bem. Aí salvaram-me do desastre o Francês e o Inglês em que eu dava cartas.

Achei por bem, na minha publicação de hoje, trazer aqui os primeiros passos da nossa nacionalidade para que todos possam refrescar a memória e recordar o que aprenderam na famosa e velha 4ª Classe que valia tanto como um doutoramento de hoje.

No ano de 1166, no mês de Junho, na festa de São João Batista, o ilustre Infante D. Afonso, filho do Conde D. Henrique e da Rainha D. Teresa, neto do grande Imperador da Hispânia, D. Afonso, com a ajuda do Senhor e pela misericórdia divina, e também graças ao esforço e persistência, mais do que à vontade e auxílio de parentes, tomou posse com punho forte do reino de Portugal.

De fato, porque o seu pai, o Conde D. Henrique, havia morrido quando ele ainda era uma criança de dois ou três anos, certos indivíduos indignos e estrangeiros pretendiam tomar posse do reino de Portugal; a sua mãe, a Rainha D. Teresa, os favorecia, porque também queria, por orgulho, reinar em lugar do marido, e afastar o filho do governo do reino.

Não querendo de modo algum suportar tão vergonhosa ofensa, pois já era maior de idade e de bom carácter, tendo reunido os seus amigos e os mais nobres de Portugal, que preferiam, de longe, ser governados por ele, do que por sua mãe ou por gente indigna e estrangeira. Travou uma batalha no Campo de São Mamede, perto de Guimarães e, tendo-os derrotado a todos, fugiram diante deles. Foi então que se apropriaram do principado e da monarquia do reino de Portugal

O historiador português José Mattoso, no seu livro "D. Afonso Henriques" afirma que, segundo o relato mais conhecido do início do Reino de Portugal, escrito em 1678 pelo monge (Frey) António Brandão, a vitória da Batalha de São Mamede é atribuída aos nobres e não ao príncipe. Que este dependia da nobreza culta e rica do Condado Portucalense, como Soeiro Mendes, Egas Moniz de Riba Douro (o Aio), e que ao auxiliá-lo nas batalhas e emprestando-lhe vassalagem tinham a sua recompensa (terras, poder administrativo etc. E também a igreja, a grande protagonista e o Arcebispo de Braga, Paio Mendes. São Mamede foi o primeiro acto de movimento irreversível que explica, mais do que qualquer outro acontecimento, as razões da independência do Condado Portucalense como identidade política e que precedeu o reino português.

Com a derrota, Teresa de Leão e Fernão Peres abandonaram o governo condal, que ficou então nas mãos do infante e dos seus partidários, o que desagradou ao Bispo de Santiago de Compostela, Diogo Gelmires, que cobiçava o domínio das terras. Teresa de Leão desistia assim da ambição de ser senhora de Portugal.

A crónicas registam que ficou prisioneira do filho, há rumores, não confirmados, de que ela teria sido aprisionada no Castelo de Lanhoso. Há até quem relate as maldições que Teresa rogou ao seu filho Afonso Henriques.

E pronto, retomo a palavra para vos informar que é verão, está muito calor e ninguém merece ficar fechado em casa a debitar teorias para convencer os seus leitores de que é, ou gostaria de ser, um escritor famoso como o Camões que me estragou a nota do 5º Ano.

Vou apanhar ar na tromba, como se diz em bom português !!!

domingo, 27 de julho de 2025

Hesitação!

 Ler o comentário do Valdemar na minha publicação de ontem, quase me decidiu a escrever algo sobre Angola, a começar pela Guerra Colonial, seguida pela guerra civil, a crise dos retornados, a influência dos comunistas portugueses na grande desgraça que foi a descolonização daquela nova república popular, o Otelo, o Mário Soares e até o Fidel Castro que decidiu mandar para lá as suas tropas para defender a instalação do comunismo segundo as normas soviéticas.

Mas a complexidade do assunto e a falta de interesse que a maioria mostrou pela minha publicação de ontem fizeram-me desistir da ideia. Outro assunto teria que tomar o lugar de Angola, embora a tentação fosse grande em falar da família Dos Santos, de como o líder da família se manteve no poder por tantos anos e como a sua filha Isabelinha, também conhecida como a «Princesa Africana», se tornou tão rica e poderosa.

Aliás, sobre a princesa muito haveria que falar, a começar pelo seu casamento, pela riqueza acumulada, por ter comprado algumas grandes empresas em Portugal, a começar pela Finicisa, empresa do ramo têxtil que faz parte das minhas memórias profissionais, passando por bancos, comunicações, alimentação e metalo-mecânica. A parceria com Belmiro de Azevedo levá-la-ia a abrir uma cadeia de hipermercados em Angola, replicando o Continente, e a entrada nas comunicações que gerou igual resultado em Angola com a Unitel.


A filha do ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, tem participações em 22 empresas (com sede ou presença em Portugal), sendo a Efacec uma das quatro maiores (as outras são a Nos, Galp e EuroBic, de onde também está de saída). Entrou no capital da energética em 2015, quando a sua sociedade Winterfell pagou 200 milhões de euros para comprar 66,1% da Efacec aos grupos José de Mello e Têxtil Manuel Gonçalves.

Não falando de Angola, poderia virar-me para o assunto futebol que agrada a uma parte dos meus seguidores, mas não é consensual entre todos. E muito poderia escrever sobre esse tema, pois vimos, finalmente, o final (aziado para os sportinguistas) do folhetim Gyokeres - a máscara. Assim como a rocambolesca viagem de João Félix para Riade, quando era suposto que aterrasse no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

Não puderam contar com este puto-maravilha os benfiquistas, mas mesmo sem ele conseguiram derrotar a equipa turca do super-treinador Mourinho com um dos golos marcado por um filho da casa regressado de empréstimos sucessivos, o Henrique Araújo. Aliás, se não fosse o golo marcado por ele, já nos 10 minutos finais, o jogo teria terminado empatado e o troféu em disputa teria que ser decidido por penaltys, o que não é grande coisa.

E do Mourinho poderia ainda dizer que ele tem nos seus planos treinar a Selecção Nacional, mas também não lhe ficaria mal voltar a treinar o Benfica que foi o primeiro clube da sua já longa carreira, na época 2000/2001. Com a idade que tem e os milhões depositados nas suas contas bancárias (admito que tem pelo menos 3, uma em Inglaterra, outra na Turquia, além da de Setúbal que é a sua terra natal) bem poderia planear o fim da sua carreira no maior clube português!

sábado, 26 de julho de 2025

Angola e Portugal!

 O João Lourenço veio a Lisboa!

A cara dele dá a entender que lhe devemos alguma coisa e não queremos pagar!

O Marcelo (das meiguices) oferece-lhe todos os elogios possíveis e imaginários, como se isso servisse para ajustar as contas do presidente angolano.

O Montenegro ajunta aos 2.500 milhões mais 500 para arredondar a conta daqueles que pensem investir em Angola, mas depois desata a falar nos angolanos que vêm para cá à procura de felicidade. Palavra de honra que fiquei baralhado!

Uma das coisas que o angolano comunista quer é o dinheiro da Isabelinha que continua congelado por ordem dos tribunais. São contas deles que a nós não nos dizem respeito, se o tribunal decidir que o dinheiro é do governo de Angola, transfiram-no para Luanda e esqueçam isso. Há muito mais a voar por sobre os governantes e ex-governantes de Angola e ninguém quer saber disso!

Se eu tivesse idade e saúde ia para Angola criar gado. Parece-me que aquela zona do leste, onde os fuzileiros fizeram a guerra do ultramar, é boa para isso e talvez o tal fundo me financiasse para comprar as primeiras 100 vacas parideiras e um boi de cobertura. Capim para as alimentar não falta lá e só teria que comprar uma caçadeira e umas caixas de balázios para afugentar as feras.

Ao fim de um ano, ou pouco mais, podia estar a vender vitelas! A vida ao ar livre sempre me seduziu!

Terras do fim do mundo

Daí a necessidade dos fuzileiros e seus botes de borracha

Capim e água com fartura é meio caminho andado

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Benfica a ferver!

 O Benfica já comprou 4 jogadores, entre eles o Rios que custou 30 milhões, tem mais 2 ou 3 na calha e ainda não desistiu do João Félix. Em cada época que começa há sempre um folhetim telenovelesco sobre algum jogador que todo o mundo acha inacessível, mas os benfiquistas acreditam no milagre que pode fazer isso acontecer. Não sei quando começou esta mania, talvez tenha sido com o Cavani

As semelhanças são muitas com a história do João Félix. Ambos foram grandes estrelas, muito embora a fama de um tenha acontecido no início da carreira por culpa do Atlético de Madrid que respondeu ao desafio do Vieira e apareceu com os 120 milhões para levar o puto maravilha. Por seu lado o Cavani construiu uma carreira de sucesso subindo a pulso a escadaria que o colocou nos píncaros da fama. Quando se aventou a hipótese de ele ser contratado pelo Benfica, já estava em fim de carreira e nenhum clube de topo estava interessado na sua contratação.

Ao invés de Cavani, o Félix fez uma carreira de sentido descendente, desde o dia em que o treinador do Atlético assumiu que se enganou e nunca deveria ter aprovado a contratação do puto que foram buscar ao Benfica. E sem reconhecer o seu erro limitou-se a ostracizar o rapaz não o deixando entrar na equipa principal tara treinar ou jogar. Começou aí o seu calvário de empréstimos, passando pelas melhores equipas da Europa e está, hoje, nos saldos para tentar que alguém lhe pegue, antes que seja tarde demais.

Considero ser um enorme erro a ideia de o Benfica pegar nele nesta situação. O Lage que foi seu treinador, desde os júniores, acredita que pode voltar a pô-lo no mesmo patamar de há 5 anos atrás, quando ele valia (e valeu) 120 milhões. O Rui Costa, armado em benfeitor, acredita que se o comprar por 25 milhões e o Lage o recuperar, talvez o consiga vender por 50 e ganhar uma boa maquia no negócio.

Pois, deixem-me confessar-vos, eu não acredito que o Lage consiga o seu intento e o Rui Costa ficará chuchar no dedo e talvez a chorar os 25 milhões gastos para nada. O João Félix está numa situação comparável a um filho drogado que está quase a bater no fundo e precisa de um pai que acredite nele e o possa desviar dos maus vícios e começar a sua recuperação que será lenta e muito dolorosa. O vício do Félix é ganhar muito dinheiro sem fazer nada para os merecer, começou assim no Atlético e continua, agora, no Chelsea.

Ficar no Reino Unido seria a melhor solução para ele, pois só lá existe o dinheiro que ele sonha ganhar. Um empréstimo por 2 anos com opção de compra a um clube que tenha um treinador capaz de o recuperar seria a solução ideal. O Rúben Amorim e o Man. United seriam uma boa escolha e se ao fim de 2 anos o atleta não tiver singrado poderá sempre candidatar-se a jogar no Famalicão, ou no Estoril para regressar a casa e ganhar juízo.

Mas, pondo de lado o João Félix que eu espero não venha a fazer parte da equipa para 2025/2026, vamos concentrar-nos naquilo que, realmente, nos interessa. Já entraram 4 jogadores, o Rios, o Dedic, o Enzo (ter um Enzo na equipa sempre deu sorte ao Benfica) e o Obrador. Todos eles, especialmente o Richard Rios vêm conotados como grandes craques, quando a bola começar a rolar logo veremos quem merece figurar nas notícias.

Há ainda mais dois craques, actualmente a jogar na Holanda, que podem vir e com a notícia de que o nosso ala direito vai outra vez para o bloco operatório, talvez não fosse má ideia procurar um jogador para essa posição. Eu não acredito que seja preciso ir para o estrangeiro procurar um jogador destes, pois deve haver um par deles a jogar nos clubes de segunda linha. Lembram-se da contratação do caxineiro Fábio Coentrão? Encontrem outro igual e teremos o problema resolvido.

Por falar nisso, o Boavista foi à falência e encerrou as portas. Não haverá na sua equipa do ano passado algum jogador que nos sirva e venha a custo zero? Por vezes a solução está mesmo à frente dos nossos olhos e só não a vemos por termos os olhos fixos para lá da linha do horizonte.

Acorda, Benfica !!! 

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Hoje, é a véspera de amanhã!



E amanhã é o dia de aniversário do meu único filho, aquele a quem cabe a responsabilidade de garantir a continuidade dos "Silvas" para a posteridade. Mas a coisa está muito mal encaminhada, pois ele apenas tem uma filha e não me parece que esteja com vontade de ter mais filhos.

Vamos juntar a família, à volta da mesa, comer e beber à saúde dele que já teve dias melhores. Com quase 30 anos a menos que eu, ele sofre das mesmas doenças e algumas em estado mais avançado, como é o caso da Diabetes. Já há tempos que usa a bomba de insulina para picar a barriga, enquanto a mim bastam os 2 comprimidos (o terceiro teve que ser suspenso, pois os meus rins e o fígado já não aguentavam) que tomo diariamente.

Ele já vive numa dieta sem álcool e tabaco e com muita comida de grilo para ver se a obesidade não o mata antes da Diabetes. Já sofreu um enfarte do miocárdio e tem o coração em pior estado que o meu, só lhe falta o pacemaker que eu já uso e ele não. Lembro-me de ele dizer, quando acabou os estudos, que não queria trabalhar sentado numa cadeira a olhar para a cara do patrão, de manhã até à noite. Escolheu a profissão de vendedor (antigo caixeiro-viajante) para andar por fora, ao volante do seu carro, a maior parte do tempo.

E isso jogou contra ele, lautos e bem regados almoços seguidos de horas sentado ao volante, fizeram-lhe crescer a barriga a semelhar uma gravidez de 9 meses. Já vai a caminho de 10 que deixou a vida de vendedor, mas da barriguinha ainda não conseguiu libertar-se. Mais dieta, mais exercício, mais natação é o que a sua médica de família lhe receita, mas melhorar ... está quieto, oh mau!

Mas é o filho que tenho e não posso trocá-lo por outro, por conseguinte, resta-me dar-lhe os parabéns e desejar que tenha muita saúde que o dinheiro vai dando para as despesas e não é um problema, de momento. Desejar uma vida longa e sem saúde não quero fazer, pois só de pensar nisso sinto arrepios!

quarta-feira, 23 de julho de 2025

E Deus criou a mulher!

 Para tornar o mundo diferente, mais alegre, mais refinado e mais "apetitoso" Deus criou a mulher e deu-lhe um poder imenso. Em especial o poder de dominar o homem como se fosse um manso cordeirinho. Seja com a sua beleza, os seus dotes físicos, os seus enfeites ou até as suas lágrimas a mulher consegue sempre levar a água ao seu moinho.

Pensando na necessidade de ver o seu desejo realizado que nos deu a conhecer com as palavras pronunciadas quando expulsou do paraíso os nossos mais antigos antepassados, «ide, crescei e multiplicai-vos», ele deu à Eva (e todas as suas descendentes) o poder de manipular o homem, fazer-se desejada, fazê-lo perder a cabeça até conseguir o que quer. E o que ela quer é sexo, engravidar e cumprir o papel que Deus lhe encomendou.

Dito isto, seria de supor que todas as mulheres desejassem o homem mais do que ele as deseja a elas. Mas não é assim, há até aquelas que preferem fornicar com outras mulheres, sabendo que assim fazem gorar o desejo do seu Deus não trazendo filhos ao mundo. Isto é um mundo cão, já eu ouvi dizer, pois Deus é omnisciente e omnipotente e podia muito bem fazer com que as coisas acontecessem doutra maneira.

Pois podia, mas não seria a mesma coisa. Os filósofos vêm sempre com aquela desculpa do "livre arbítrio" que Deus nos concedeu para que sejamos nós a decidir sobre a nossa vida nos momentos chave. No mundo que Deus idealizou - se nos é permitido usar esta alegoria - a mulher tenta o homem, dá-lhe a volta, põe-no em ponto de rebuçado para que ele copule com ela e realize o desejo de Deus.

Ver uma mulher fazer, exactamente, o contrário faz soar o sinal de alarme que temos no nosso cérebro. E os exemplos que conhecemos são mais que muitos e estão bem patentes nos tarados sexuais que só têm uma ideia na cabeça, "não o queres a bem, então vai ser a mal". É Deus a punir quem contraria os seus desígnios, digo eu, e vocês responderão, e paga o justo pelo pecador?

Pois perguntam muito bem, mas eu não vos sei responder, olhem à vossa volta e vejam como funciona o mundo animal criado por Deus ao mesmo tempo que criou o Homem. O homem é um macho como qualquer outro macho de toda e qualquer raça animal e passa a vida à procura de uma fêmea para fazer aquilo que Deus mandou, copular e garantir a manutenção da sua espécie.

E quando vejo uma mulher bonita que se recusa a ser fêmea e prefere fazer de macho, até a mim apetece transformar-me num tarado e obrigá-la a cumprir a ordem de Deus, a bem ou a mal. De repente, lembrei-me de uma canção que uma cançonetista da nossa praça costuma cantar, «aceita que dói menos" e acredito que é o nosso Deus a segredar a essas mulheres, aceita ...!

E tudo isto me passou pela cabeça, hoje, ao lembrar-me que conheço uma mulher que sofre de um trauma danado. Ela não come nada vindo da mão de um homem, pois sabe que ele deita a mão ao seu pénis, umas 6 a 8 vezes por dia para verter águas. E nunca entra num restaurante se souber que quem cozinha é um homem.

E esta, hein!!! 

terça-feira, 22 de julho de 2025

Ricardo (coração de) Leão!

Texto (parte) cortado e copiado do jornal Público.

Sobre a situação actual das pessoas que ficaram desalojadas, em declarações à agência Lusa, Kedy Santos, também activista do movimento Vida Justa, referiu que “ainda há algumas crianças” sem um tecto para dormir desde o dia em que a autarquia de Loures, liderada por Ricardo Leão (PS), coordenou a operação de demolição de 64 barracas, onde viviam 161 pessoas. Na segunda-feira, 51 construções ilegais foram abaixo, a que se somaram mais quatro na terça-feira. Entretanto, a acção foi suspensa, após ser conhecido um despacho do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, que decretou a suspensão provisória das demolições, após uma providência cautelar interposta por moradores.

A minha dúvida começa com a propriedade do terreno, onde foram construídas as barracas. É público, com certeza, pois nenhum privado ficaria quieto a assistir à instalação de tantos imigrantes nos seus terrenos. E sendo público quem é que anda a dormir, enquanto constroem, ilegalmente, nos seus terrenos? Não foi um comunista que liderou essa câmara nos últimos muitos anos? Então, sejam corajosos e chamem o tal comunista a prestar declarações sobre o assunto!

Agora que faltam 90 dias para as eleições autárquicas é que se desenterrou este assunto? A Câmara que era comunista passou a ser socialista e querem fazer a folha ao actual presidente? Ou sou eu que ando a ver filmes a mais? Isto não me cheira nada bem!

O Ricardo que é Leão podia mostrar o seu poder abrindo uma rua com 6 metros de largura a todo o comprimento do Talude e autorizar que cada uma daquelas famílias fizesse a sua barraca, ora à esquerda ora à direita dessa nova rua que, num futuro não muito distante, seria infraestruturada com água, luz e saneamento. Talvez alguém ajudasse com uns cobres para comprar tijolos e depois para umas telhas-sanduíche para os abrigar da chuva. E aí teríamos 161 pessoas felizes e a votar PS!

O mal das nossas autarquias é só pensarem em esmifrar os seus governados, chularem-nos até ao último tostão, em vez de os ajudarem a resolver os seus problemas. Um projecto (complicadíssimo) de construção e a respectiva licença custam muito mais que o valor dos tijolos e telhas que eu referi acima e assim os pobres nunca podem sonhar em ter a sua casinha, por mais pobre que seja.

Disponibilizar terrenos públicos e fornecer, gratuitamente, projectos-tipo seria o caminho para começar a resolver o problema da habitação, em Portugal. E não só em Loures, Amadora ou Odivelas que são os dormitórios de Lisboa, mas em todo o país. Pede-se, com a máxima urgência, uma revisão da Lei dos Solos, com as Câmaras a serem obrigadas a reservar terrenos para este tipo de iniciativas.

Talvez até haja dinheiro disponível no PRR para custear essas iniciativas. Agora que a campanha para as autárquicas vai começar, é a altura certa para trazer o assunto à baila. Vamos a isso, oh políticos de meia tijela e sem visão de futuro!!!


segunda-feira, 21 de julho de 2025

Acorda Benfica!

 

Kerem Akturkoglu

Só com uma mão não dá para escrever muito, mas sempre dá para publicar uma foto e dar algumas notícias do Benfica.

O jogador em epígrafe afirmou que ficará no Benfica para a época 25/26 e usará o Nº 7, o que me leva a supor que o J. Félix já está fora da equação, o que para mim faz todo o sentido. O Benfica não tem disponibilidade financeira para se meter nessa aventura, por isso, o melhor é deixar ficar o craque por conta dos ingleses que têm mais dinheiro que nós. E nós ficamos com o turco que na época passada fez alguns bons jogos.

Os comentadores mostram alguma dificuldade para pronunciar o seu nome, pelo que vou deixar aqui uma sugestão. Partindo o nome dele em 3 bocados fica Ak-turko-glu. Como toda a gente sabe que ele é turco, podemos deixar cair essa parte do nome e ficaremos apenas com os dois restantes, ou seja Ak+glu. E assim teremos um nome facílimo de pronunciar Akglu ou até Akoglu juntando o "O" da parte do meio.

Dentro de momentos saberemos quem é o nosso adversário no primeiro embate para tentarmos entrar na Liga dos Campeões, o sorteio começou, em Nyon, agora mesmo. Vou gastar uns minutos a olhar para a TV de modo a conhecer o nome e deixá-lo aqui como informação. Um dos possíveis é a actual equipa do Mourinho, por razões óbvias espero que não seja ele.

Com a Taça Cândido de Oliveira, no último dia deste mês, e logo a seguir dois jogos para ultrapassar esta eliminatória, o Benfica não vai ter um arranque fácil nesta época. Se passar esta terá ainda mais duas eliminatórias a vencer, esperamos nós todos, aqueles que têm um coração vermelhindo do sangue que corre lá dentro.

Com a vinda do (novo) Enzo e do Rios, cuja compra ao Palmeiras parece estar confirmada, a nossa equipa parece um pouco melhor e mais equilibrada que na época passada. Falta sabermos se o Alexander Bah já recuperou da lesão e está em condições de dar o seu contributo à equipa, ou se vai continuar a ser um peso morto no Benfica.

Entretanto, na Suíça, a sorte deu-nos como adversário o Nice, clube francês da Côte D'Azur, o que dá ao Mourinho a hipótese de jogar contra outro club e assim podermos passar ambos à fase seguinte. Ter equipas, treinadores e jogadores portugueses na Liga dos Campeões, quantos mais melhor para engrandecer Portugal!

Viva o Benfica !!!

domingo, 20 de julho de 2025

Más notícias!

 


Para vós e para mim que sou quem tem que suportar as dores lancinantes que tenho no meu pulso esquerdo. Escrevo estas poucas palavras só usando a mão direita, mas aviso já que não penso repetir a coisa. Ou isto melhora ou paro por algum tempo.

Não sei qual a causa da doença e vejo 3 possibilidades. A primeira que me vem à cabeça é a artrose que me tem afectado todas as articulações. Lembro-me de, há dois ou três anos, ter andado com um braço ao peito, durante quase dois meses. A dor é a mesma e no mesmo pulso.

A segunda e um pouco mais rebuscada é uma inflamação no túnel cárpico que é bastante comum a quem usa muito as mãos, especialmente, se o fizer em tarefas muito repetitivas que exijam movimentos constantes da articulação do pulso. Fazer crochet ou tricot, assim como teclar num computador estão neste caso.

A terceira e última suspeita também tem razão de ser. Trata-se de uma tendinite a afectar os tendões que comandam o movimento dos 5 dedos da mão que eu uso para segurar o Telelé ou o tablet em que passo o dia a seguir as redes sociais, escrever comentários e/ou resolver problemas de Sudoku, entre outros jogos para entreter, quando estou acordado.

Seja qual for é um stress! Não dormi nada esta noite, acordava cada vez que me mexia, era como se me estivessem a cortar a mão!


O comentário do Valdemar deixado na monha publicação anterior, fez-me ir à procura da Agenda 2030 da ONU, pois não me lembro de alguma vez ter ouvido falar disso na nossa comunicação social. E se eu não ouvi, é quase certo que poucos portugueses ouviram e isso não são boas notícias, uma vez que a ideia seria congregar os esforços de todos para se atingir o objectivo proposto 

sábado, 19 de julho de 2025

Os desalinhados!


Há sempre alguém que discorda de tudo que outros fazem. Por vezes sem razão, mas apenas para fazer incidir sobre si os holofotes da fama.

Neste caso refiro-me ao Fico da Eslováquia, assim como ao Orban da Hungria que decidiram remar contra a maré europeia para provar que são gente importante e querem ser ouvidos. Há uma guerra em curso que afecta todos os europeus por igual, mas eles olham mais para os seus umbigos que para o interesse de todos.

Depois, quando encostados à parede, voltam atrás nas suas posições e tudo não passou de uma grande perda de tempo. Vai-se rindo o Putin e também o Trump que no desacordo dos outros vêem a sua força. E um manda um ultimato ao outro avisando que tem que fazer aquilo que ele quer, senão cai o Carmo e a Trindade. E os dois juntos vão esfregando as mãos de contentes, pois a indústria da guerra é o que lhes dá de comer e as coisas correm a seu contento.

Robert Fico

Nós, pobres mortais, vivemos noutra dimensão e tanto podemos levar com um drone teleguiado a entrar-nos pela janela adentro ou um míssil carregado com uma ogiva nuclear que ditará o nosso destino sem que tenhamos oportunidade de abrir a boca e emitir uma opinião sobre o que se passa no mundo. É preciso é que haja muito petróleo ou gás para comprar a um ou ao outro, directamente ou por interpostas pessoas, que vem aí o inverno e ao frio ninguém quer morrer.

Petróleo, gás, armas e dinheiro são a mola real deste mundo que Deus criou e entregou ao Adão de quem o herdámos. Mas desde o Adão até mim já houve muitos intermediários e ninguém se preocupou em melhorar a herança até ma entregarem. Pelo contrário, temo que a tenham estragado de tal maneira que esperam que eu me recuse a recebê-la.

Ontem, ouvi o Lula da Silva dizer que o Trump não foi eleito como imperador do mundo. E falando do que está a passar-se com o Bolsonaro afirmar que o Trump seria julgado da mesma maneira, se fosse brasileiro, pelo que fez no Capitólio. A isto chamo eu uma anedota que vê um cisco no olho do outro, quando tem um barrote dentro do seu. Em que país se tira um condenado da prisão para se candidatar a presidente? Só mesmo na Brasil!

O Brasil é um país enorme, cabe lá toda a europa e ainda sobra espaço. A Rússia é um país ainda maior, cobre meio mundo e a China não é assim tão grande em superfície, mas é-o em população. Os Estados Unidos não são assim tão grandes, em área ou população, mas são-no em economia, armamento e influência, o que vem a dar no mesmo.

E então, os grandes podem abrir a boca e dizer o que lhes apetece que todo o resto do mundo tem que gramar sem abrir a boca? Se calhar foi por chegar a essa conclusão que o Fico e o Orban resolveram abrir a boca e gritar: - alto lá que eu também sou gente e não podem passar por cima de mim. Mas a Úrsula von der Leyen que chefia o bloco europeu, também um grande deste mundo, dá-lhes um rebuçadito e pede-lhes que se calem para bem de todos.

E lá vamos nós, felizes e contentes, a caminho do dia 31 de Agosto que é a data para o fim da guerra estabelecida pelo Sr. Trump. Já vi o Putin rir-se à sucapa, depois de ouvir isto, pois ele também quer ter uma palavra a dizer e a guerra só acabará quando lhe der jeito. Entretanto o "rei dos judeus" já se meteu noutra guerra, desta vez na Síria, para manter a fábrica de munições a trabalhar e ajudar o amigo Trump a melhorar as contas da sua economia.

Quer a gente vá por um lado ou pelo outro, vai dar sempre ao mesmo sítio, ou seja, ao dinheiro que é a mola real da nossa vida. Sem ele ninguém consegue nada, tanto americanos, como judeus ou russos, brasileiros ou até mesmo os negros de S. Tomé e Príncipe que viviam naquelas barracas no bairro do Talude, em Loures!

Pensem nisso, sem dinheiro não há nada e o Montenegro que não é nenhum parvo também sabe disso e já vai prometendo uns cobres aos mais desgraçados dos lusitanos para os levar a votar no seu partido, nas próximas eleições de Outubro. Votem em mim e no meu partido, pois eu sou o único que vos compreende e respeita as vossas necessidades!

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Os pobres velhinhos!

 A respeito do Ricardo Salgado, uma especialista em Neurologia afirmou (e eu concordo com ela) que o velho banqueiro tem, de facto, Alzheimer, mas que exagera um pouco (ou muito) para levar a brasa à sua sardinha. Ou seja, para não cumprir os muitos anos de Xelindró a que já foi condenado e os muitos mais que lhe seriam acrescentados pelos processos que ainda correm na Justiça.

Se fosse um pobre desgraçado sem nada onde cair morto, seria com toda a certeza um fingidor e já estaria atrás das grades. É que isto de ter muito dinheiro, seja em nome próprio, dos filhos, das mulheres ou das amantes muda tudo. Muda a opinião dos médicos que são chamados a dar opinião, dos advogados que os defendem e até dos juízes que os têm que julgar.

Nas notícias de hoje, apareceu um novo pobre, o madeirense Joe Berardo que é acusado de ter enganado os nossos melhores banqueiros e ficado a dever-lhes cerca de mil milhões de euros. Só ao banco público foram perto de 440 milhões. Quando o chamaram à pedra para se responsabilizar pelas dívidas, ele disse que não tem dívidas nenhumas nem posses para as pagar. Segundo ele, tudo o que tem é uma pequena garagem no Funchal.

Parece que o "caso" vai voltar novamente aos tribunais e os nossos craques das finanças vão ter que arranjar uma maneira de o desarmar. Ele diz que não tem nada, mas manda em tudo. Descobriu o segredo ao transferir todos os seus bens para uma "fundação" e ao abrigo das leis que gerem esse tipo de instituições ninguém lhe pode tocar.

Este homem é um caso sério! Ninguém sabe de onde lhe veio a fortuna, mas sabe-se que foi com a ajuda dos banqueiros portugueses (pouco sérios e oportunistas) que a conseguiu multiplicar e garantir para si um estilo de vida ao alcance de poucos. Como ele viveu muitos anos na África do Sul e foi lá que aprendeu a fazer dinheiro, ainda deve ter por lá alguma conta bancária, ou algum amigo do peito, que lhe guarda uns cobres para os dias de aflição.

Ao ver a notícia veiculada pelas nossas televisões fiquei a pensar que ele pode seguir o exemplo do Salgado, um dos seus compinchas dos tempos das vacas gordas, e alegar que sofre de demência senil e não tem as mínimas condições para se defender em tribunal. Ele já tem, habitualmente, um comportamento meio parvo, basta-lhe apenas esticar a corda mais um poucochinho e pronto, está safo de mais esta enrascada!

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Vou à feira!


 Quero dizer, talvez vá, o que quero é sair de casa e ir dar uma volta. Faz, hoje, 15 dias que deixei o meu carro estacionado numa rua aqui perto e tenho que ir ver se ainda lá está. Isto de não ter garagem e morar num bairro histórico, onde não se pode estacionar em lado nenhum, é uma limitação grave para este rapaz que gosta de viver isolado, mas nem tanto!

Barcelos é uma cidade antiga, mas não tem muito que ver. Um pequeno e mal tratado centro histórico e um lindo jardim ao lado da Torre de Menagem e pouco mais mais. Mas cada um gosta de dizer bem da sua terra e eu não tenho mais que copiar os outros fazendo, exactamente, a mesma coisa. A feira que talvez seja a mais concorrida de todo o Minho, em especial quando estão por lá muitos emigrantes de férias, é um ponto de atracção.

Muitas pessoas gostam de ir à feira por razão nenhuma em especial. Aproveitam para espairecer e encontrar pessoas que é raro verem com quem podem trocar umas palavras tanto mais agradáveis quanto maior for a amizade que as liga. E há sempre alguma coisinha que se pode comprar na feira. Eu sempre que lá vou compro pão e chouriço diferentes daqueles que tenho aqui nos supermercados da minha zona. Dizem-me que é chouriço caseiro e eu faço de conta que acredito, quando lhe meter o dente logo faço a minha apreciação.

Para quem nasceu e morou numa aldeia até fazer o exame da 4ª Classe, ir à feira na sede do concelho é uma espécie de festa que se pode repetir a cada semana, é como ir à missa ao domingo. Nesse tempo, ia-se à cidade poucas vezes, o que não é o meu caso, pois a minha mãe foi feirante, durante algum tempo, e eu acompanhei-a várias vezes.

Para fazer o exame da 4ª Classe era preciso ter o Bilhete de Identidade e eu tive que lá ir duas vezes para o conseguir. Na primeira viagem dirigi-me à Foto Robim para tirar o retrato e uma semana depois voltei lá para levantar as fotos e ir entregá-las no Registo Civil para poder fazer o pedido do dito bilhete. Foi aí que me mediram a altura, pela primeira vez (não me lembro de ter sido pesado também) e tiraram a impressão digital.

E cerca de um mês mais tarde foi o grande dia de comparecer numa escola que já não me lembro onde era para mostrar o que tínhamos aprendido nos 4 anos passados na escola. Se calhar, foi a primeira vez que a minha mãe me molhou o cabelo e tentou fazer uma risca ao lado para combinar com a roupa nova que me vestira. Até esse dia o cabelo ia para onde queria e o penteado mais corrente da rapaziada da minha idade era com repas na testa.

Na minha aldeia havia um carro de aluguer de 7 lugares que foi fretado na ocasião e a respectiva despesa dividida em 6 partes iguais, cada uma delas paga pelos pais de cada aluno que o "chauffeur" levou à cidade. Foi a primeira viagem "de cu tremido" para mim e, talvez, para todos os outros meus colegas. Aquilo só poderia ser comparado a uma viagem à Lua, nos dias de hoje, tal era a novidade para cada um de nós!

A cada quinta-feira voa a minha lembrança até esses dias que foram vividos de um modo tão diferente daquilo que vemos hoje. Já passaram mais de 70 anos e nesse espaço de tempo o mundo mudou de tal maneira que há quem acredite que eu só invento patranhas para entreter o meu público. Mas não é verdade, aconteceu assim mesmo como acabei de relatar!

Nesse tempo ainda se usava levar à feira umas tourinhas para vender e fazer uns cobres. Os lavradores lavavam-nas o melhor que podiam, escovavam-lhe o pelo e penduravam umas fitinhas coloridas no pescoço, ou nos corninhos se já tivessem despontado, para convencer os compradores a desembolsar mais umas coroas. E nesse negócio o dinheiro contava-se em centos, não a deixo ir por menos de 7 centos, dizia o dono da toura, com receio que nem 5 lhe oferecessem!

quarta-feira, 16 de julho de 2025

As redes sociais!

 Prefiro os blogs, onde posso escrever o que quero e me dá na veneta de mostrar aos colegas que me acompanham, mas também ando pelo Facebook, pelo Instagram, pelo Threads e ainda pelo X (ex-twitter) do Elon Musk (devem ler Ilón Mask). E garanto que cada um é pior que o outro.

O Face põe-nos de castigo, quando a conversa não lhe agrada. O Insta elimina aquilo que no ver dos controladores é contra as suas (estúpidas) regras. O Threads é um penduricalho do Insta e pedem que tudo o que publicamos num seja replicado no outro. O X não me entusiasma por aí além, devo ter escolhido seguir as pessoas erradas, pois só me aparecem mensagens anti-Trump e pró-Zelensky. E não estou para publicar slogans contra isto ou a favor daquilo.

E ninguém é capaz de encontrar aquilo que escreveu, há poucos dias, ao contrário dos blogs, em que a Google e o Blogger guardam tudo e de forma muito organizada, como eu gosto. A única coisa que talvez falhe e eu ainda não descobri a razão para isso, é o desaparecimento das fotos ou videos em publicações muito antigas. No meu primeiro blog, iniciado em 2008, faltam montes de imagens que lá publiquei. 

Estabeleci um horário para tudo, como fui ensinado na tropa, e tenho horas para dormir, para comer, para dedicar ao blog - duas horas seguidinhas, depois de tomar o pequeno almoço - para dormir uma pequena sesta, enquanto dura a digestão, deixando o resto tarde para passar em revista as redes sociais, onde administro alguns grupos, quer familiares, quer ligados à Marinha, aos fuzileiros e a Moçambique ou à família.

Ultimamente, é o Whatsapp que reúne o consenso dos meus amigos e familiares, pois é um meio gratuito e rápido de enviar fotos ou videos, para além de permitir chamadas, quer de voz quer de video, sem se pagar um chavo e de muito boa qualidade. Ainda pensei em criar um grupo para os seguidores do meu blog principal (este mesmo que estão a ler agora), mas não me serviria de muito, a não ser para me queixar que são poucos ou que muitos lêem, mas viram as costas sem dar um pio. Pelas razões expostas decidi abandonar a ideia e só o farei se os pedidos foram às dúzias!

E, quer esteja a escrever, a ler ou a dormir, tenho sempre a TV ligada nos canais de notícias, quando me canso dos portugueses vou para a Euro News ou para os outros que, na maior parte, são piores que os nossos. Eles devem ter uma programação melhor para consumo interno, mas aquilo que lançam no internacional é um desastre. Talvez a France 24 seja uma excepção, pois paro lá algum tempo, quando me canso dos outros canais em Língua Inglesa.

O excesso de informação é mau, como tudo aquilo que temos em demasia, metade do tempo de antena á dedicado à guerra ou aos líderes mundiais mais badalados, com o Trump, o Putin e o Netanyahu a ocuparem o pódio. Há quem se queixe da falta de cultura nas televisões, mas quem quer saber disso se a cama, a mesa e a saúde vêm em primeiro lugar e andam pelas ruas da amargura?

E, por hoje, está feito. Se ainda não são utilizadores da Whatsapp, pensem nisso, pois não há nada que se compare para ligações internacionais, quer de voz ou de video. Muito bom e completamente gratuito!!!

terça-feira, 15 de julho de 2025

Os Sousas!

 


Desde o Século XIX, quando o meu trisavô Joaquim foi a Balazar engatar uma miúda com quem viria a casar, que o apelido Sousa entrou na minha família e foi passando de geração em geração até chegar à minha mãe. Sempre transportado pela linha feminina da família até a minha mãe se casar com um Silva que passou a imperar na família, daí em diante.

Só os filhos varões transportam o apelido do pai para a geração seguinte. O meu pai teve 7 filhos e desses filhos nasceram 14 netos. Alguns dos netos têm já alguns herdeiros do sexo masculino, portanto o meu actual apelido parece capaz de enfrentar a concorrência por muito tempo. É preciso é que eles se vão casando e multiplicando, coisa que, ultimamente, vem acontecendo cada vez menos.

Mas deixemos os Silvas sossegados que eu, hoje, vim aqui falar dos Sousas. Há dias, descobri no Facebook um Sousa que me despertou algumas suspeitas, por no seu perfil constar algo que me era familiar. Enviei-lhe uma mensagem e tive a confirmação de que se tratava de um familiar, primo afastado. O seu avô era primo direito, ou primo-irmão, como alguém gosta de dizer, da minha avó Eusébia de Sousa.

Este Sousa teve uma série de filhos e filhas, entre eles um frade e uma freira, e depois do nascimento do mais novo "amandou-se" para o Brasil e mais ninguém lhe pôs a vista em cima. Esse mais novo tinha o nome de Armando e tinha uma meia dúzia de anos a mais que eu. Ele estudava num seminário, quando eu andava na 4ª Classe e nas férias juntávamo-nos com frequência. Este rapaz que agora encontrei no Facebook é o mais novo de dois filhos que o Armando teve.

Um certo dia, devia ele andar pelos 15 anos de idade, a mãe dele ordenou-lhe que apusesse as vacas ao carro (apôr significa, em linguagem minhota, aparelhar e engatar ao carro de bois) e se preparasse para ir a Pedra Furada, a casa de um irmão mais velho que casara e ficara a viver nessa freguesia, buscar umas tralhas quaisquer que lhe estavam a fazer falta.

Com o abandono do marido a mãe do Armando vivia uma vida de privações e tanto quanto me consigo lembrar só morava com ela a filha mais velha, além do Armando quando vinha de férias no verão. E vacas nunca me lembro de ela ter, mas o facto é que o carro foi aparelhado e eu convidado para o acompanhar na aventura.

Era uma viagem de cerca de 3 quilómetros para cada lado e o Armando nunca tinha tirado carta de condução daquele veículo. Nos caminhos com menos trânsito, de veículos semelhantes que automóveis eram coisa rara naquele tempo, íamos os dois em cima do carro e o Armando ia tocando as vacas com uma vara comprida munida de um aguilhão para as manter no sítio e velocidade certa.

Automóveis havia dois na freguesia, mas era muito raro vê-los na estrada e a camioneta da carreira para Barcelos ainda não existia, nessa altura. Isto para dizer que não era necessária uma formação detalhada para levar um carro de bois pela estrada fora num percurso de 3.000 metros. Para as vacas mexerem as perninhas bastava uma aguilhoada nos quartos traseiros e era uma beleza vê-las a trotar. Se não se mantinham à direita, um leve toque com a vara na vaca que puxava do lado esquerdo e logo a direcção era corrigida.

Tanto quanto consigo perceber pela leitura dos documentos antigos e das ligações da família, aquela quinta, onde fui com o Armando, situada na freguesia de Pedra Furada, era terra da minha família ancestral. A minha bisavó foi mãe solteira e foi lá que se refugiou para ter o filho, só de lá saindo 10 anos depois, quando aceitou uma proposta de casamento de um velho viúvo e foi morar para a Lagoa Negra. Talvez um dia me decida a escrever a história desse casamento, além da «Lenda da Lagoa Negra».

Já anoitecia, quando nos fizemos ao caminho de regresso. Não sei se sabem, mas as vacas, quando vão a caminho de casa, trotam com mais ligeireza e não faz falta a vara para as tocar. Elas conhecem o caminho, ou adivinham-no, e sabem que chegando a casa podem descansar e comer a sua ração de erva e palha que o seu dono tem preparada para as compensar do esforço. Além de que o lugar de onde partimos ficava num nível mais elevado e, a caminho de casa, era sempre a descer.

Dessa viagem ainda recordo uma outra coisa que o Armando me ensinou. Queres apanhar um melro, perguntou-me ele? Eu conhecia bem os melros e sabia que era quase impossível apanhá-los, de tão lestos que eles eram a escapulir-se. Mas ele fez-me sinal para não fazer qualquer ruído e ir atrás dele. Dirigiu-se para debaixo de uma ramada de videiras, parou e pegou na minha mão apontando para cima, para o meio das folhas de videira. Olhei na direcção que ele me indicava e vi um melro a dormitar com a cabeça debaixo da asa.

É assim que eles descansam e sempre no mesmo sítio, posso vir aqui todas as noites que ele está sempre ali. Mas se ele acordar e vir que foi descoberto o seu refúgio, desanda dali para fora e nunca mais volta, disse o Armando. E 70 anos passados, parece que ainda o estou a ver, com o indicador levantado e apoiado sobre o nariz a recomendar-me que não fizesse o mínimo ruído.

Para terminar esta curta história trazida da minha infância, só me falta dizer que, depois de eu ter mudado de residência e, posteriormente, alistado na Marinha, aos 18 anos, nunca mais vi este meu primo e só depois de o encontrar, aqui na Póvoa ao balcão de um banco, soube de toda a sua história. Saiu do seminário após o exame do 7º Ano e fez-se bancário. Começou em Famalicão e depois mudou-se para a Póvoa, onde ficou a viver até ao dia da sua morte, vítima de cancro, já lá vão perto de 20 anos.

E este mundo é uma bola que rebola sem nunca parar!!!

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Quem sabe, sabe!

 

O Valdemar foi o único a comentar a minha publicação de ontem. E provou que, como homem viajado que é, conhece os segredos do negócio. Eu nem imaginava que se pudesse viajar de barco desde o Oceano Atlântico até ao Mar Negro. E afinal é possível, basta mudar de rio duas ou três vezes e se houver algum desnível uma eclusa (espécie de elevador aquático) resolve o problema.

Iniciando o cruzeiro no Mar Negro sobe-se o Danúbio até Bamberg, aí muda-se para o Meno que nos despeja no Reno que é como uma autoestrada até à Holanda. Como não desisto de visitar Praga, talvez apanhe um avião até essa cidade, capital da Chéquia, e num pulinho chego a Bamberg, cidade alemã que também merece uma visitinha de um ou dois dias.

E depois é só embarcar num cruzeiro que me leve até Amsterdão, onde o Red District espera por mim. Como vive na Holanda (?) um dos meus irmãos, talvez aproveite para o visitar e rever as minhas sobrinhas que não vejo, há anos.

Quando crianças e o casamento do meu irmão com a mãe delas ainda durava, elas vinham a Portugal todos os verões e eu levava-as a jantar a uma pizzaria de que elas gostavam muito. Eu deixava-as escolher o que quisessem e elas abusavam nas sobremesas. Agora são umas senhoras com mais 20 anos e vivem sozinhas, como manda a tradição por aquelas bandas, e governam a sua vida com o produto do seu trabalho.

Fiquei curioso e com vontade de experimentar esta ideia do Valdemar. Quem sabe ainda acontece!!!

domingo, 13 de julho de 2025

A minha tournée pela europa clássica!

 


Durante anos, eu mantive o sonho de visitar Berlim, Praga, Budapeste e Viena. Talvez por serem cidades que viveram a II Guerra Mundial de muito perto, ou por conterem dentro de si uma parte importante da História da Idade Média e da Cultura que todos ambicionamos conhecer.

O meu sonho era voar para Berlim, passar por lá uns dias e depois alugar um carro e seguir viagem através das outras capitais, onde eu nunca tinha estado, até Viena de Áustria e de lá regressar de avião. Outra hipótese era apanhar um cruzeiro no Danúbio e descer o rio até Viena, mas de carro sempre teria a liberdade para fazer uns desvios e conhecer outras coisas, o que fechado num barco de cruzeiro nunca teria.

Os anos foram passando e o sonho ficando cada vez mais distante. Hoje, poderia aventurar-me a fazer uma coisa dessas, do ponto de vista financeiro poderia suportá-lo, mas teria que pagar a companhia de alguém para não ir sozinho. Dois compinchas com carta de condução para se irem revezando ao volante seria o ideal. No caso do cruzeiro pelo Danúbio poderia ir sozinho, mas seria uma seca, a menos que encontrasse uma companheira engraçada que me servisse de cicerone.

Mas prefiro o automóvel, gosto de liberdade e de parar onde e quando me apetecer. E talvez ir até Budapeste, deixar lá o carro e voar para Itália, de onde haverá mais facilidade de arranjar um voo para o Porto. Mas comecemos pelo princípio, em Berlim eu gostaria de visitar a Porta de Brandenburgo, lugar que foi partilhado pelas duas Alemanhas, de 1945 até 1989.

Outro lugar que teria que visitar seria a estação central, onde se passou toda a história de um livro que li, há muito tempo, de que já esqueci o título. Tinha a ver com droga e com uma jovem que ali viveu os piores anos da sua vida, imersa em drogas e prostituindo-se para as pagar.

Depois seria uma aventura no escuro, pois nada conheço de Praga, nem de Budapeste, ou até de Bratislava se decidisse passar por lá. Haveria de estudar um pouco a história de cada cidade para conhecer os pontos a visitar. Em Viena já passei um fim de semana, mas era Fevereiro e estava tudo coberto de neve. Até os barcos turísticos estavam encostados, pois tornara-se impossível navegar.

Se quiser ainda realizar o meu sonho tenho que apressar-me, pois sinto o terreno a faltar-me debaixo dos pés. A única companhia que vejo disponível seria a minha filha, pois a minha cara metade diz que agora só vai aonde as pernas a levarem e tem um raio de acção de pouco mais de 500 metros. E se regressasse por Itália ainda poderia servir de cicerone à minha filha para conhecer Milão e Florença.

Isto para conversa de um domingo de manhã não está nada mal, mas duvido que tenha coragem de ir seja onde for, pois as minhas pernas recusam-se a colaborar comigo e concretizar os sonhos que habitam no cocuruto da minha cabeça de octogenário.

Divirtam-se, gozem a vida, enquanto têm pernas para isso. Bom domingo de Julho que é tempo de férias, embora para o distrito de Braga esteja prevista a visita de uns pingos de chuva para fazer baixar a poeira!

sábado, 12 de julho de 2025

Uma namorada de verão!

 


Corria o ano de 1965. Eu tinha acabado de completar 21 anos e era, por conseguinte, maior e vacinado. Estava na Escola de Fuzileiros e frequentava o Curso de 1º Grau para ficar apto à promoção a Marinheiro (posto) e ingressar no quadro da minha classe.

Já tinha dado umas voltas por Palhais, Santo António da Charneca e até pelo Barreiro tentando "catrapiscar" uma miúda que quisesse namorar comigo. O namoro é o estado que antecede o noivado, a que se seguirá o casamento se a relação se tornar séria e prometer um bom futuro, mas não era bem isso que eu tinha na ideia, quando dei essas voltas. O que eu procurava era uma companhia para o tempo morto que eu não sabia se duraria muito ou pouco.

O país estava em guerra e a Escola de Fuzileiros era uma fábrica de combatentes que, nessa altura, formava cerca de 2.000 por ano que seguiam para África, repartidos pelos 3 teatros de guerra, logo que terminavam a formação. Havia ainda os que já lá tinham estado e regressaram para continuar e aperfeiçoar a sua formação, como era o meu caso.

Nessa situação, um jovem de 21 anos não fazia a mínima ideia de qual seria o seu futuro e não podia, por essa razão, assumir grandes compromissos naquilo que a namoros respeita. Mas, não dando muita atenção a isso, eu continuei as minhas "pesquisas" e um certo dia conheci a Filomena. Ela era uma miúda engraçada, tinha uma voz rouca e apenas 17 anos de idade.

Ela trabalhava no Barreiro e um dia fui esperá-la, à paragem da camioneta da carreira que a trazia até Palhais. Acompanhei-a a casa e conheci a família (pai, mãe, irmão e duas irmãs) e não fiquei muito entusiasmado pelo que vi. Mas como um cabeça no ar com apenas 21 anos de idade, eu não dei muito valor a isso e "siga para bingo".

Num dos encontros seguintes, começava a ser tempo de trocarmos uns beijos, achei por bem perguntar-lhe se queria namorar comigo. Ela olhou para mim com cara de assustada e desatou a chorar. Muitos anos depois, eu aprendi que as lágrimas de uma mulher são um meio para quem as derrama obter o que quer, mas nessa altura eu ainda vivia no mundo da inocência e nem fazia ideia que isso pudesse acontecer no mundo real.

E ainda hoje, ao pensar nisso, acredito que a Filomena pensava que depois da confissão que estava prestes a fazer-me, eu viraria as costas e nunca mais lhe apareceria pela frente. Então, porque choras, perguntei eu enxugando-lhe as lágrimas? Porque eu estou desonrada e tu não vais querer namorar comigo, assim!

Porque não, disse eu armado em forte. Queres contar-me o que aconteceu, tens algum compromisso com o homem que te fez isso? Quando aconteceu isso, tu és ainda uma criança? Ela continuava a chorar e levei aquilo à conta do desapontamento que sentira ao ver que o responsável pelo acto não se interessara mais por ela. E se ainda pensava nele, o nosso namoro não prometia grande futuro.

Mas não, não era nada disso, ela nem conhecia o "cara" de lado nenhum. E então contou-me uma história que envolvia a irmã dela, mais velha 3 ou 4 anos, que andava de namorico com um camarada fuzileiro. Aquilo era muito mais que namorico, cada vez que se encontravam havia sexo a sério. E ela precisava da irmã para a encobrir aos olhos do pai e da mãe.

Antigamente era assim mesmo, não deixando a pecadora sozinha, havia menos hipóteses de ela cair em tentação. Vou passear com a mana, dizia ela à mãe, e lá partiam as duas para ela se encontrar com o seu fuzileiro. Suponho que já combinado com a namorada, ele, um certo dia, apareceu com um camarada que deveria emparelhar com a Filomena que nunca tinha namorado com ninguém.

Já não recordo se foi no primeiro encontro ou num dos seguintes, a irmã aconselhou-a a avançar para coisas mais sérias (???) que era para prender o namorado. Estavam elas de visita a uma irmã mais velha (só pelo lado da mãe) que vivia em frente da Escola de Fuzileiros, à entrada da Mata da Machada que era uma espécie de campo de treinos dos fuzileiros. A irmã andava na lide dela e os quatro namorados foram-se afastando, lá para o fundo do quintal.

E foi nesse dia que tudo aconteceu, o fuzileiro avançava e a irmã piscava-lhe o olho, como que a dizer que lhe abrisse as portas, ao mesmo tempo que ela com o seu namorado já iam a meio do assunto que ali os levara. Faz como eu, parecia ela dizer à irmã, vês como meu namorado gosta de mim e nunca me larga?

Coitada da Filomena, no meio de um mar de lágrimas e beijos foi desonrada para gáudio da irmã que depois lhe segredou, "isto é um segredo só nosso, não contes a ninguém que eu também faço o mesmo". E depois daquele episódio, muitas vezes a ameaçou de contar tudo à mãe, quando tinham uma qualquer desavença. A irmã andava à rédea solta, ia aos bailes ou ao cinema, à noite, ao Barreiro e por aí fora. A Filomena garantiu-me que nunca mais se encontrou com o vilão que a tinha desonrado, mas eu fiquei sempre na dúvida se isso seria verdade.

Confesso que não tinha a mínima ideia de regressar a Moçambique, mas acabado o curso começou a falar-se do nosso futuro e alguns amigos vieram ter comigo e dizer-me que nós seríamos incorporados numa nova Companhia que estava a formar-se para ir para Moçambique, ou numa outra que seria formada a seguir e iria para a Guiné. Haveria sempre alguém que não iria para lado nenhum e muitos camaradas meus da CF2 meteram o requerimento para passar à disponibilidade e conseguiram que fosse aprovado.

Eu, no entanto, pensava seguir na Marinha e não queria ir bater com os ossos na Guiné, portanto segui o conselho do Valter que era o mais interessado em regressar para os braços d namorada que deixara em Lourenço Marques, e ofereci-me como voluntário para a Companhia 8. Comigo e com o Valter seguiram cerca de 20 elementos da antiga CF2 e, no fim de Outubro, já estávamos, de novo, na mesma caserna do Aquartelamento da Machava de onde saíramos em Março.

 E a Filomena, perguntarão vocês? Foi bom enquanto durou, respondo eu, e não durou muito. Quando chegou a hora da partida, preferi não lhe contar nada nem ficar preso a um namoro por correspondência. Achei que ela me esqueceria depressa e teria ainda tempo de encontrar um homem bom que a fizesse feliz. Quando eu regressasse de Moçambique, se regressasse, logo veria se havia uma hipótese de reatar com ela.

Mas isso não aconteceu, pois ela, entretanto, casara com um camarada fuzileiro. Nunca cheguei a descobrir se era o tal ou outro qualquer. Soube que ela teve um filho, logo no primeiro ano do casamento, e ainda houve quem afirmasse que o pai era eu! Talvez devesse, mas nunca quis tirar isso a limpo!

sexta-feira, 11 de julho de 2025

A estupidez deveria pagar imposto!


 Um senhor advogado, falando sobre a Operação Marquês, disse que o julgamento, iniciado na passada semana, durará ainda uns 4 ou 5 anos. Com tantos arguidos e centenas de testemunhas para serem ouvidas não poderá ser de outra maneira.

Eu devo ser muito estúpido, pois não compreendo como isso possa ser. As testemunhas já foram todas ouvidas e há registos das suas declarações e, a menos que o juiz duvide da autenticidade dessas declarações, deviam ser base suficiente para o juiz decidir qual a sentença a aplicar aos culpados. Ou seja, tudo o que foi feito no recato da Procuradoria deverá ser repetido na presença de público, como uma peça de teatro representada para gáudio da populaça!

O que eu acho que este tribunal devia fazer era separar o megaprocesso com 22 arguidos fosse partido em 22 processos autónomos, transferindo para cada um parte das centenas de caixas de documentos que têm mostrado na TV como sendo uma aberração digna de um povo terceiro-mundista como nós. Alguns desses processos poderiam e deveriam ser julgados num dia só e ponto final.

A grande questão da corrupção atribuida a Sócrates e Ricardo Salgado devia obrigar apenas à apresentação de prova dos movimentos dos milhões envolvidos. Ou a Procuradoria consegue demonstrar que o dinheiro saiu do BES e foi parar às mãos do Zé, ou nada feito e terão que o mandar embora em paz. O caso de Vale do Lobo e o Grupo Lena seriam processos à parte e em resultado poderia acrescentar-se algo ao processo principal.

Se a Justiça não tem poder para fazer isso e vai andar mais 5 anos a gastar o dinheiro dos contribuintes em sessões e mais sessões de tribunal que ora acontecem ora não, conforma a saúde e a habilidade de advogados e testemunhas, sem esquecer os médicos que a troco de uns miseráveis euros aceitam passar atestados para provar ao juiz que as ditas testemunhas estavam de cama e não puderam comparecer, então não é Justiça nem é nada, é uma paródia.

E reafirmo que cada vez gosto menos dos advogados. Em vez de descobrirem o que está mal na Justiça e lutar para que seja corrigido o erro, usam isso em benefício próprio, atrapalhando o bom andamento da Justiça e tornando os processos mais longos de modo a irem cobrando mais e mais honorários aos seus clientes.

Outro grande problema é o truque do recurso. Não há, hoje, processo algum em que não seja interposto um recurso da decisão do juiz. Ora, isso, na minha humilde opinião, é um insulto ao juiz, assim como quem afirma que o juiz é um palerma que errou na sentença aplicada. Além de pôr em causa a habilidade de um profissional a quem não não se espera que erre, significa uma enorme perda de tempo para as mil e uma pessoas envolvidas no processo. E tempo é dinheiro, não esqueçamos!

O advogado que apresenta um recurso devia preencher um questionário, onde constassem as razões do recurso, e pagar uma grossa maquia para que este fosse analisado por um juiz do tribunal superior. E com a proibição expressa de passar esse custo ao seu cliente, está claro. Assim talvez se conseguisse travar mais de 50% dos recursos que não levam a nada, servem apenas como "manobras dilatórias".

Outra medida seria, logo que comece um julgamento, cessa a contagem do tempo de prescrição dos crimes em julgamento. Assim, as manobras dilatórias usadas pelos advogados para prolongarem no tempo a duração do processo, não teria qualquer efeito. E quereriam ver as coisas resolvidas o mais rapidamente possível para se dedicarem a outra matéria.

A Justiça Portuguesa está refém dos advogados que estão presentes na feitura das leis (em gabinetes de bem sucedidos advogados), na sua aprovação (no Parlamento), bem assim como nos lugares onde elas se aplicam (nos tribunais). E assim não vamos lá, nunca sairemos da cepa torta! E é muito triste sabermos onde está o mal e não sermos capazes de o erradicar!

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Dos que partem ...!

... fica a saudade! 


Passava os olhos pelas fotografias que tenho no meu álbum da CF2 e dei com esta que se refere a uma manhã de domingo na praia de Miramar, em Lourenço Marques, nos idos de 1963/1964.

Ao reparar, em pormenor, nas caras de quem me acompanhava fiquei triste. Além de mim (segundo a contar da esquerda) não há nenhum que tenha chegado aos dias de hoje. Há um que tem a cabeça baixa e o braço do Matos a carregar-lhe nas costas e, por isso, não consigo identificá-lo, mas juraria que é o Mateus, algarvio de Santa Bárbara de Nexe.

Esse foi o primeiro de todos a embarcar, levado por um ataque cardíaco. Seguiu-se o Matos, já lá vão uns bons 15 anos. Depois o David (Gato) e mais recentemente o Valter e o Floriano. O Manuel Marciano compareceu ao nosso primeiro convívio e nunca mais lhe pus a vista em cima. Morava perto das «Portas de Ródão» e constou-me que também já faleceu, mas não tenho a confirmação.

Não sei se me devo alegrar ou ficar triste por ter sido eu a ficar para trás e escrever estas palavras que nenhum deles, ou qualquer familiar seu, algum dia virá a ler!