Cada guerra recebe um nome que é uma referência aos factos mais relevantes, entenda-se mortíferos, que tiveram lugar durante os anos em que decorreu. A I Grande Guerra ficou conhecida como «A Guerra do Gás» por causa do gás usado para matar milhares de soldados das trincheiras que combatiam contra a Alemanha. Sem falar nos civis que viviam nas redondezas e caíam como moscas ao respirar o gás letal que os ventos fortes do noroeste da Europa espalhavam na região.
A II Grande Guerra, não tão grande como a primeira nem envolvendo tantos países na luta, ficaria conhecida como «A Guerra Atómica» pelo modo como terminou, riscando do mapa duas cidades japonesas, Hiroshima e Nagasaki, pelo uso de bombas atómicas.
A Guerra da Ucrânia que alguns já apelidam de III Guerra Mundial, devido ao elevado número de países que apoiam um e o outro lado, vai ficar conhecida como «A Guerra dos Drones». Nada de grandes porta-aviões, poderosíssimos submarinos com capacidade nuclear, ou frotas de caças-bombardeiros a voar a velocidades Mach 4, mas uns simples drones fabricados em qualquer garagem e com um custo inferior a 500 dólares por unidade.
Uma simples geringonça voadora para carregar um quilo de explosivo, suficiente para mandar pelos ares qualquer edifício, e um simples sistema de GPS que guia o singelo artefacto até ao destino escolhido. Escolher alvos vitais para as forças do inimigo e fazê-los voar em pedaços com uma arma tão simples e barata foi uma espécie de ovo de Colombo que a Ucrânia descobriu para pôr em sentido a poderosa nação russa.
Ninguém sabe ainda como irá acabar esta guerra que junta a Rússia aos mais poderosos países emergentes da Ásia, numa guerra sem quartel que visa travar o alargamento da União Europeia e da Nato, a leste, com a ajuda dos Estados Unidos e seus clássicos apoiantes, como o Canadá e a Austrália. Está em jogo muito mais que o domínio territorial no Baixo Don e na Crimeia, interesses mais altos se levantam, com a China e a Índia a marcar presença entre os futuros líderes do comércio mundial.
Um ponto de partida para os Estados Unidos, União Europeia e Rússia é forçar uma corrida ao armamento, o que lhes trará dividendos e recursos para continuar a luta pelo domínio dos mercados mundiais. Nos últimos 50 anos tem sido a energia e o seu comércio a criar riqueza para os intervenientes. Nos próximos 50 ainda não se sabe o que será, mas tanto pode ser a água, cada vez mais rara, como a exploração do espaço.
Uso, de novo, as palavras de Darwin, quem viver verá !!!
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