Versos do M. Torga, quem os não sabe fazer usa os que outrem escreveu!
Poesia não é uma ciência, como alguns querem fazer crer, é um sentimento que só os poetas sentem e conseguem traduzir em palavras. Há gente que é um pouquinho poeta, muito poeta há poucos e a armar em poetas há muitos. E este é um dos mais rimados que conheço.
Acertar rimas e respeitar a métrica dos versos, eu sou capaz de fazer, ensinaram-me isso nas aulas de Português, mas isso não é ser poeta, é mais um certo tipo de Inteligência Artificial que agora está na moda. Eu até tenho um neto que é professor dessa matéria e também tenho uma conta no Insta, onde as mulheres são feitas à medida de cada membro do grupo.
O Miguel Torga, transmontano duro da região de Vila Real, de quem sou fã confesso, escrevia versos sem métrica nenhuma e com pouca rima. Se calhar era por ele ser do contra, isto é, tentar provar que aquilo que muitos dizem não passa de um conceito e só o aplica quem quiser. Eu trouxe aqui o poema que podeis ler, acima, para ilustrar aquilo que digo.
E falando de poetas de ocasião, eu tenho alguns amigos alentejanos que fazem poemas de uma maneira habilidosa usando os verbos no Infinitivo ou Gerúndio que oferecem rimas rápidas e fáceis. E há os poetas populares, como o A. Aleixo, que diz com habilidade as coisas mais simples desta vida.