The clock is ticking!

"Passamos-vos o testemunho e fazemo-lo com os melhores votos de sucesso para as tarefas que têm pela frente", afirmou a chanceler alemã, através de uma mensagem partilhadas nas redes sociais, dirigindo-se a António Costa e aos "caros amigos portugueses". "Desejo-vos muito sucesso para a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. A Alemanha fará tudo o que estiver ao seu alcance para apoiar Portugal", concluiu.

A partir de amanhã, Portugal estará ao leme da União Europeia com todas as dificuldades e desafios que isso acarreta. Não sei o que António Costa poderá fazer para tornar a presidência portuguesa num sucesso, há quem afirme que ele quer apenas preparar o terreno para um "tacho bem servido", na Europa dos 27, logo que acabe as suas funções no governo. Eu não quero ser má-língua mas não me custa acreditar que isso lhe passe pela cabeça. Basta ver a reforma dourada que coube em sorte a Durão Barroso para perceber essa ambição. Em Portugal, nunca poderá aspirar a uma reforma mais alta que o salário de Primeiro Ministro que aufere hoje, enquanto que se for reformado por Bruxelas terá entre 2 a 3 vezes esse valor.

Que vai ser uma presidência complicada é ponto assente. A começar pela pandemia e os problemas que acarreta e acabar no Reino Unido que acabou de se separar da UE e tudo vai fazer para puxar a brasa à sua sardinha, deixando crua a sardinha dos ex-parceiros. Falando em sardinhas, o primeiro problema é mesmo esse, o das pescas. Para permitir a aprovação do acordo de saída foi necessário aceitar uma redução de 25% nas capturas na ZEE (Zona Económica Exclusiva) do Reino Unido. A grande frota pesqueira francesa ia até à costa inglesa pescar tudo o que podia e depois vendia-lhes o peixe. A partir de 1 de Julho vigorará um novo acordo e vai ser preciso negociá-lo. Cabe ao Costa e à Ursula von der Leyen descobrir o caminho certo para uma boa solução para os europeus do continente. Quanto aos do outro lado do Canal da Mancha, será o louco do Boris Johnson a tratar (doa a quem doer).

Um bom exemplo das dificuldades que podem complicar a vida de quem governa é a nova vacina da Oxford-Astra Zeneca que foi esta semana aprovada na Inglaterra e cuja aprovação foi recusada pela União Europeia. Eles procuram o benefício da sua comercialização, enquanto nós preferimos proteger aquilo que nós próprios produzimos, a vacina da Pfizer. Como é fácil perceber, tudo é um negócio e é urgente começar a facturar para recuperar o grande investimento feito. E como, até agora, são os governos dos diversos países que estão a pagar as vacinas, é dinheiro fácil controlado apenas por políticos. Muitos milhões vão mudar de um bolso para o outro por conta da pandemia.

Esperamos todos que o Costa não se deixe enredar numa teia de interesses que, mais uma vez, beneficiará os tubarões da Indústria Farmacêutica, esquecendo os pobres pagadores de impostos que são os fornecedores desses fundos, de onde se tira o dinheiro para pagar essas contas. A Angela Merkel desejou o maior sucesso a António Costa e eu faço o mesmo, esperando que esse sucesso reverta para o interesse nacional do nosso país. O primeiro pensamento é, o que for melhor para a Europa será também o melhor para Portugal, mas pode não ser bem assim, há que manter os olhos bem abertos e os ouvidos bem atentos a qualquer ruído lateral.

Força Portugal, mostra do que és capaz!!!