quarta-feira, 5 de junho de 2019

Gota a gota!

A CGD comunicou à Segurança Social que não pretende continuar a renovar o contrato em que desde 2014 garantia os serviços de carta-cheque de prestações sociais, para beneficiários nacionais e internacionais. O banco liderado por Paulo Macedo pretende no entanto não acabar com o contrato para pagamentos fora do país, com um valor de 1,74 euros por transação.


E aí está mais um imbróglio criado pelas muitas privatizações das empresas públicas portuguesas. Ao vender os CTT, o governo usou a CGD para garantir o pagamento das reformas aos mais "pobrezinhos" que não têm uma conta bancária para onde possa ser transferido o pequeno montante que a Segurança Social lhes paga mensalmente.
Ambas as empresas eram do Estado e podiam ser chamadas a fazer um serviço público, mas as coisas alteraram-se profundamente. Os CTT foram passados a pataco (para mal dos nossos pecados) e a CGD, debaixo da orientação de Paulo Macedo, é como se tivesse sido privatizada também. Tudo o que não dá lucro é eliminado de imediato. E o pagamento dos cheques-reforma é uma das coisas que dá mais prejuízo que lucro. Coitados dos pobres que nem o Governo de Portugal arranja maneira de proteger!
Que tal começar a descentralização dos serviços pelo pagamento dessas reformas? Quem não tiver conta bancária vai receber à Junta de Freguesia. O dinheiro seria remetido para a Câmara do Concelho e daí para as Juntas de Freguesia de residência dos beneficiários. Não me parece uma má ideia e não há ninguém mais próximo dos "pobres" que a sua Junta de Freguesia. Pensem nisso a sério, gente!
P.S. - Usei uma imagem do Aqueduto de Santa Clara, em Vila do Conde, que foi começado a construir durante os últimos anos da Dinastia Filipina, depois interrompida a sua construção por falta de verbas, depois da Restauração (1640) retomada a sua construção e só em 1714 começou a fornecer água ao Convento. Este aqueduto recebia a água de uma mina no Monte de Terroso e despejava-a numa cisterna do convento, onde ela fazia falta. Tal e qual como o dinheiro da Segurança Social que tem que sair de Lisboa e pingar onde faz falta, ou seja, no bolso dos reformados com menor poder de compra de toda a Europa Comunitária.

3 comentários:

  1. A imagem é bem bonita. e a sugestão ótima. Uma pena se os tipos que mandam não vierem ao seu blogue.
    Abraço

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  2. Fazem parte da seita que pratica o mal,
    os que enchem a barriga à canto do povo
    a peste política, que paira em Portugal
    cada vez aos pobres causam mais estorvo!

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  3. Apesar de não me sentir directamente lesado com a matéria em apreço, não sou indiferente a problemas ocasionados aos que foram atingidos e que vão sofrendo em consequência de ganância e pulhice de uns quantos que, em vez de andarem por aí à solta e a viver no bem-bom, deviam estar noutro lugar ... Para iluminados e de pensamento retrógrado/tendencialmente dominante e anti-democrática, que vão surgindo por todo o lado, defendendo e batendo palmas a tal canalha, bem como a outros semelhantes ou piores e a reclamar o seu regresso, mereciam sofrer na pele o quanto custa a muitos dos afectados e, já agora, terem de viver com algo idêntico ao que usufrui grande parte dos que vivem/deixados à sua sorte, especialmente, em localidades isoladas e muito distante do indispensável e que, assim, têm de lutar " orgulhosamente sós " pela sua sobrevivência ! Logo, a privatização dos CTT e o encerramento de outros serviços públicos de vital importância, para não falar do que tinham em mente e que só não concretizaram porque não tiveram tempo, deu os seus frutos e demonstra total insensibilidade para com fracos/carentes por via do seu ultra-liberalismo/desmedido e conquista/reconquista de privilégios à custa de terceiros ! Tudo isto não acontece por mero acaso, veja-se a recente/triste campanha eleitoral para o Parlamento Europeu ; cuja linguagem, sem esquecer marialvas e trauliteiros, não passou de demagógica/ofensiva e sem que, em concreto, esclarecesse o que era devido/desejado/esperado, o que é bem demonstrativo do valor do que temos, mas que vive bem - à grande e à francesa - e à custa deste pobre país que, merecia não ter esta gente . Um abraço .

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