Cheguei aqui atrasado!

Fui até Metangula ver o que publicaram os amigos daquele grupo e perdi-me por lá. No regresso, passei por Nampula e voltei a atrasar-me mais um pouco. Aconteceu de me ter esbarrado com a amiga Elvira que também andava por aqueles lados. Não admira, nós (e mais alguns amigos) somos meio-moçambicanos.

Há dias, manifestei o desejo de ir até Metangula e aconselharam-me a ir via Malawi. Disseram-me que é fácil arranjar um voo para Lilongwe, a capital, e depois apanhar um barco para a outra margem do lago. Metangula fica mesmo ali em frente, talvez até a remar numa piroga lá chegasse sem grande dificuldade. Não há nada como tentar!

Depois passou-me debaixo dos olhos esta imagem, cujo epicentro é Nacala, outra cidade moçambicana onde também fui feliz. Desterraram-me para lá, em meados de 66 e mandaram-me esperar por um avião que me levasse para Vila Cabral. O facto é que o avião nunca mais apareceu - havia muito poucos disponíveis - e eu fui gozando as férias inesperadas.

Mas, como diz o ditado, tudo o que é bom acaba depressa e o Estado Maior mandou ordens para apanhar o comboio e me deixar de frescuras. E assim fiquei a conhecer aquela linha férrea que ia do porto de Nacala até ao Catur (passando por Nampula e Cuamba) e à qual chamam, agora, pomposamente, o Corredor de Nacala.

Com o porto de mar, a linha férrea e outras estruturas que podem ser melhoradas, não há a menor dúvida que Nacala se pode tornar o centro nevrálgico do norte de Moçambique. E, por arrasto, até do Malawi e da Zâmbia. Houvesse dinheiro para investir e vocês veriam o progresso a submergir toda aquela zona. Moçambique é terra boa, só lá falta dinheiro.