terça-feira, 21 de março de 2017

Sou dono do meu banco!


Pois sou!
Mas também está falido!
E agora?
Pagar aos credores ou fugir?
Homem honrado paga sempre o que deve!
E se não tiver com quê?
Se bem me lembro, era costume os homens honrados que não conseguiam cumprir as suas obrigações suicidarem-se. Um tiro na cabeça, uma corda no pescoço, ou quaisquer outras soluções que o engenho de cada um punha ao seu dispor para pôr um ponto final no problema.
Mas eu não alinho nessa, embora me sinta um tanto culpado por perceber que os administradores que elegemos para cuidar dos nossos interesses são uma cambada de interesseiros desonestos. Só me alegro por, desta vez, não ter votado na actual administração. A coisa já cheirava a esturro, quando aconteceram as últimas eleições, e votei no contra. Mas de pouco adiantou, como eu já sabia, porque o esquema montado dá sempre a vitória à lista A, a dos que já estão lá instalados.
Como se pode ver agora, pelo caso que está a ser investigado pela Justiça, eles fazem o que querem e sobra-lhes tempo. Atribuem a si próprios salários de fazer envergonhar um pobre, fazem favores aos amigos à espera de serem recompensados mais tarde, brincam com o dinheiro dos accionistas (incluindo o meu) e dos depositantes (como eu próprio) e não temos maneira legal de correr com eles.
O Dr. Silva Lopes (que já cá não está para prestar contas) foi, no meu entender, quem deu o tiro de partida para esta corrida para a morte. Antes dele o Montepio pouco mais era do que uma Caixa Mutualista e foi ele que apostou tudo num banco de retalho igualzinho aos outros da nossa praça. E qual era o grande negócio? Crédito à habitação, está claro.
E foi o crédito à habitação que rebentou com isto tudo, lembram-se? A crise do Sub-Prime vinda da América e a bolha imobiliária criada pelo crédito fácil concedido a construtores e compradores de casas foi uma espécie de muro contra o qual esborrachámos o nariz. Os bancos e nós todos, pois teremos que ser nós a pagar as vacas ao dono, uma vez que mais ninguém tem dinheiro para o fazer.
Só espero que os meus clientes (sou banqueiro, esqueceram-se?) não corram aos balcões para levantar as suas economias, senão é falência pela certa. O caso não é tão grave como o BES e se deixarem o negócio continuar a funcionar, creio que poderá honrar as suas dívidas. Eu assim espero!

3 comentários:

  1. Quando se vieram instalar aqui a 50 metros da minha porta, o gerente e um subgerente meu vizinho todas as semanas vinham ter comigo a azucrinar-me o juízo para ser cliente por uma questão de bairrismo,(diziam eles), fiz-lhes a vontade, transferi para cá as contas da Querido & Gonçalves L.da, em 2008 continuei como cliente, mas não me assusta porque neste momento a conta é baixa, temo pela minha sogra, que já não pode vir a correr, nem protestar de bandeirinha na mão, ainda acredito que o BdP, cumpra o que promete.

    ResponderEliminar
  2. já estamos habituados, depois da Tróika, cá ter entrado. É o prado
    especial, de todos os dias mais servido em Portugal.

    Desenrolou-se o novelo,
    perderam o fio à meada
    ladram os cães na malhada
    não perturbam o sossego
    os ladrões actuam pela calada!

    Eu, cidadão português,
    comprei a minha casa
    com empréstimo da caixa
    só tenho uma, paguei três
    está paga, não lhes devo nada!

    ResponderEliminar
  3. Ainda bem que não vejo muita gente preocupada com a situação do Montepio!

    ResponderEliminar