... mas tenho que falar de futebol, embora saiba que alguns dos meus leitores não dão um pataco por esse assunto. Quando entra em campo a nossa selecção temos que soltar o nosso grito de apoio. Não imagino que possa ser de outra maneira. Nessa altura cada português transforma-se num Afonso Henriques pronto a correr com os mouros daqui para fora.
O jogo de ontem à noite frente à Hungria, disputado na linda capital Budapeste, fez-me lembrar a luta de David contra Golias, o gigante filisteu que pisava o povo das tribos de Israel como se fossem formigas. O David era um simples rapazote formado na arte de guardar cabras e, como o tempo lhe sobrava para isso, um perito em atirar pedras com a sua funda. Onde punha o olho punha a pedra, era tiro e queda, como se costuma dizer. E essa sua habilidade que apurou com alguns anos de treino intensivo, serviu-lhe para "afinfar" uma pedrada certeira na testa do Golias e atirá-lo de cangalhas.
Os nossos futebolistas são assim para o baixinho - basta olhar para o Bernardo, o Moutinho ou o André - mas muito habilidosos. Eles furam por entre as pernas dos adversários como se eles nem estivessem lá. Mas essa habilidade vale de muito pouco se a equipa contrária desatar ao pontapé às canelas dos adversários esquecendo-se por completo da bola. Vendo a forma como jogaram os húngaros (que já estavam eliminados da prova antes de entrar em campo) percebe-se que o treinador os deve ter ensinado como travar a nossa equipa. Estou aqui mesmo a ver como foi o seu discurso antes do jogo começar:
- Rapaziada, vocês não têm a mínima hipótese contra os portugueses. Eles têm uma habilidade a toda a prova e só há uma maneira de os parar, rebentar-lhes com as canelas. Vocês são muito mais corpulentos que eles, por isso vão para cima deles, partam-lhe as pernas, rachem-lhes a cabeça, ou o que for preciso para eles largarem a bola. Conto convosco para os pôr fora da prova e garantir a passagem dos nossos vizinhos suíços. Vamos lá cambada!
No decurso deste jogo assassino um deles foi expulso, mas se o árbitro fosse mais cumpridor das recomendações da UEFA seriam pelo menos três. Eles davam pau e ainda iam refilar com o árbitro. Confesso que nunca vi disto. A páginas tantas o Ronaldo enervou-se e deu um pontapé nas canetas de um adversário que o tinha atingido. Por sorte, o árbitro deixou passar isso em claro, mas poderia ter mostrado o cartão vermelho ao nosso capitão de equipa e lá teríamos que defrontar a Suíça sem ele, como aconteceu na primeira mão. E não me esqueço que perdemos 2 a 0, essa é que é essa! Se queremos estar na Rússia, no próximo ano, temos que ganhar esse jogo custe o que custar. Esse e o outro que vamos disputar um dia destes no alto dos Pirinéus.
O jogo de ontem foi mais má de roer. Mas, valeu a habilidade dos nossos artistas. Os quais não precisaram de fazer uso da força para os vencer. Bastou um golito para ensacarem mais três pontos, e assim vão enchendo o saco, para com ele cheio chegarem à final. Dando continuidade ao título de campeões da Europa. Protejam as canetas e o resto do corpo, e continuem fazendo uso da vossa habilidade. Força rapaziada, para a frente é que é o caminho!
ResponderEliminarLamento. Mas há hora do jogo estava com 22 pessoas em casa. Demasiado atarefada para pensar em futebóis.
ResponderEliminarAbraço
Aquilo foi mais um jogo de karaté, de futebol só vi uns toques certeiros mas dos nossos campeões! O árbitro só não expulsou mais três ou quatro porque teve medo dum tiro na cabeça.
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