segunda-feira, 12 de junho de 2017

Navegar, navegar!

Para um marinheiro, nem que seja de água doce, como eu, nada mais natural do que falar em barcos. E os barcos do Tejo, por me serem especialmente familiares, tomam a primazia e, por isso, decidi ocupar o meu tempo a fazer uma pequena pesquisa para me situar nesta matéria.
De Lisboa a Vila Franca, passando pelo Barreiro e Seixal, no tempo em que os meios de transporte não conheciam os modernismos de hoje, não havia camiões e os comboios eram poucos, eram os barcos do Tejo que asseguravam a movimentação de carga de todo o tipo. Tendo passado algum tempo da minha vida na zona do estuário do Coina, em meados do Século XX, e conhecendo bem o Barreiro e o Seixal, tornaram-se-me familiares as imagens destes barcos no seu vaivém constante.


Em toda a região do estuário do Tejo surgiram e evoluíram, desde a Idade Média, embarcações que procuraram responder às necessidades de transporte de pessoas e mercadorias dos quais se destacaram entre outras: o barco dos moios (transporte de sal), o bote de pinho (transporte de lenha),  a muleta (pesca); a fragata, o batel, a falua e a canoa.


A partir da segunda metade do séc. XIX surge o varino, embarcação essencial de carga. Enverga um pano triangular latino num só mastro, e à proa uma pequena vela. Assegurava a circulação de bens (carvão, areia, cortiça, madeira, cereais, etc.) em toda a zona do estuário. Semelhante à fragata, distingue-se desta pela roda da proa bastante pronunciada, o fundo liso e sem quilha, o que lhe possibilitava navegar em águas pouco profundas.


E por hoje é tudo. Isto não estava planeado para ser assim, mas surgiu um imprevisto e tenho que me pôr a andar. As escritas são só para os tempos livres.

4 comentários:

  1. Sabe que a muleta era um barco que só existiu no Barreiro e Seixal?
    E que ainda existe um varino que faz 2 ou 3 vezes no verão passeios pelo Tejo, patrocinados pela Câmara do Barreiro? E que no século XV e XVI se realizava uma procissão de Nossa Senhora desde Lisboa até ao Barreiro, até à Moita? E que diz-se um dia, houve uma terrível tempestade, capaz de afundar grandes navios, que trouxe os barcos sãos e salvos até à avenida da praia, junto à atual igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde na altura havia a Capela de S. Roque que era o Padroeiro do Barreiro? E que por se achar ter sido um verdadeiro milagre os barcos terem chegado ali sãos e salvos se construiu no local da capela a atual igreja, dedicada a Nª. Sª. do Rosário que ficou até hoje como Padroeira do Barreiro. E que devido a isso até final do séc. XVIII, era aquela igreja local de grande peregrinação?
    Um abraço

    Estou perdida no outro blogue. Não quer ajudar-me?

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  2. Barcos no Rio Tejo a navegar,
    entre Lisboa e Vila Franca de Xira
    carregados de areia os vi descarregar
    no Poço do Bispo, não é nenhuma mentira!

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