domingo, 25 de junho de 2017

Crónica de um domingo cinzento!

#1:
Os poveiros passam o ano inteiro a sonhar com a festa de S. Pedro e a pior coisa que lhe podem fazer é mandar chuva nesse dia. Este santo que, segundo dizem, é o responsável pela meteorologia não deve gostar muito de ver o povo na folia e, vai daí, manda-lhes água para cima para lhe arrefecer os ânimos. Isto porque se prevê que chova no dia da festa, mas também na véspera e antevéspera. A ira do S. Pedro remete-me para o Monte Sinai, quando o Moisés foi lá acima e recebeu das mãos de Deus as «Tábuas da Lei» - que eram na verdade dois pesados calhaus, onde tinham sido gravados a fogo os «Dez Mandamentos» - e ao chegar cá abaixo as escaqueirou contra os ídolos, à volta dos quais os judeus dançavam e cantavam em grande festa.
Ora o Pedro pescador do Mar de Tiberíades, antes chamava-se Simão, foi nomeado por Jesus o seu representante na Terra e, por conseguinte, herdou um pouco o papel que Moisés tinha desempenhado no princípio da história da religião guiando o «Povo de Deus» do Egipto até à Terra Prometida. E pelos vistos herdou o génio do seu antecessor e não está para festas. Ai é! O povinho quer festa? Então tomem lá chuvinha da grossa pela cabeça abaixo.
#2:
A «Selecção Silva» entrou em campo ligeiramente desfalcada, pois o Adrien ficou de fora. O Cristiano é o grande chefe, o que marca os golos, o que resolve tudo, o capitão da equipa, o homem dos recordes, o que vai ter uma filha (notícia confirmada pela comunicação social) em Outubro e tudo o mais que quiserem, mas são os rapazes »Da Silva», o Bernardo, o André e o Adrien, que lhe forram as costas.
Ontem, eles ganharam o jogo por 4 a 0 e fartei-me de ouvir reclamações da parte dos comentadores que enchem os canais televisivos. É impressionante como nunca nos sentimos satisfeitos, nem somos capazes de estar de acordo sobre assunto algum. Querem fazer-nos crer que os jogadores neo-zelandeses são umas autênticas abéculas e que nós somos tão bons que lhes devíamos ter espetado uma dúzia de golos sem resposta. Por mim, fiquei satisfeito com o jogo e com o resultado.
#3:
A Polícia Judiciária não descobriu o que aconteceu à Maddie, nem àquela outra menina do Algarve de quem acusam a mãe e o tio de terem sido os assassinos. Também não descobriram para onde o Sócrates e Ricardo Salgado levaram os nossos milhões. E muito menos foram capazes de apanhar o Manel Palito, nem o Pedro Piloto que andaram um mês inteiro a passear-se nas suas barbas e a fazer deles uns idiotas.
Mas chegaram ao Pedrógão Grande e em três tempos descobriram o pinheiro que foi cortado ao meio por um raio e dado início àquele desastre que todos conhecemos muito bem. Pois o grande chefe da "bombeirada" cá do burgo acha que isso é uma mentira pegada. E, segundo parece, tem boas razões para acreditar nisso, pois uma das suas brigadas foi chamada para acudir a esse incêndio que começou em Escalos Fundeiros, três horas antes da trovoada (seca, dizem eles) rebentar. E há um habitante desse lugar que foi de motoreta atrás dos bombeiros e comprova essa informação.
A ser isto verdade, coisa que me parece do mais simples de confirmar, pois basta juntar esta testemunha e a equipa de bombeiros que foi acudir ao incêndio e ouvir o que têm a dizer, tem razão o Marta Soares quando diz desconfiar que há marosca nessa história. E com o negócio do «apaga-fogos» cada vez mais rentável também a mim não me custa nada acreditar nisso. E lá fica a "Judite", de novo, em maus lençóis por ter falhado o alvo "outra vez".

3 comentários:

  1. Uns estão contentes outros não, sempre assim tem sido e continuará a ser.
    Dizem que Deus está com todos, mas nem todos estarão com Deus?
    A Selecção ganhou, por 4 golos a zero. Para que eram precisos uma dúzia?

    Quanto à desgraça que aconteceu,
    não sei se foi ou não fenómeno da natureza
    mas, de uma coisa eu tenho a certeza
    quem não atiçou fogo àquela mata fui eu!

    ResponderEliminar
  2. Pois é, provavelmente, os poveiros serão contrariados com eventual chuva, uma vez não ser compatível com os seus festejos . Por outras bandas pede-se água caída do céu como pão para a boca . É assim a vida, o mal de uns a sorte de outros ; portanto, não é possível agradar a todos . Depois, o castigo do SIMÃO/PEDRO, face ao que os judeus fizeram a MOISÉS, pecou por benévolo ! Pena é que não tenha andado atento aos judeus e outros patifes que andam por cá, provocando-lhes chuva da grossa e passaporte para o Inferno, evitando todas as tragédias que se conhecem .

    Acerca do futebol, não tive ocasião de ver o jogo mas, atendendo ao resultado, creio que a nossa selecção jogou o suficiente para alcançar vitória vantajosa e, por isso mesmo, pouco importam as teorias dos que já conhecemos e que pouco consideramos .

    Sobre a actuação da Judiciária, de acordo com o noticiado, não me parece suficiente a conclusão a que chegou tão rapidamente, perante a dimensão da tragédia em questão . Naturalmente, para levar a cabo uma investigação da envergadura que se impõem, apetece mesmo solucionar e arrumar o caso o mais rápido possível ... ! Seja como for, não acredito que a PJ ponha de parte eventuais possibilidades, independentemente das que são atribuídas à trovoada que se fez sentir e que, sem dúvida, são susceptíveis de provocar incêndios, nem que deixe de ouvir e de ter em atenção versões diversas . Um abraço .




    ResponderEliminar
  3. Por aqui hoje o rei da festa não é o S. Pedro, mas o seu irmão André padroeiro da vila, cuja procissão se realiza hoje às 18 horas.
    Gostei de ver a seleção de Portugal, embora tenha saído de casa quando o resultado estava em 3-0
    Quanto aos fogos, espero que se apurem responsabilidades, muito embora tenha as minhas dúvidas. Todos os anos o país arde, haja ou não trovoadas. Aliás com a temperatura que estava, bastava um pedaço de vidro ao sol, para deflagrar o incêndio. Mas talvez ele fosse muito mais fácil de controlar, não fora as especiais condições climatéricas que se seguiram.
    Um abraço e bom doomingo

    ResponderEliminar