Se eu fosse jornalista!

 Nunca falaria ou escreveria sobre desastres, cataclismos e coisas tristes. Sei que a CMTV não me daria emprego, mas consigo viver com isso. Eu passaria o meu tempo à procura de notícias boas, daquelas que alegram a alma das gentes e fazem esquecer os maus bocados que o nosso Criador nos obriga a viver. Só falaria de guerras para dizer que feliz e finalmente tinham terminado.

Hoje, acordei com o António Costa a prometer ao Zelensky que a UE vai fazer todos os possíveis por ajudar a Ucrânia a sair por cima no confronto com o Putin que é um grande filho da mãe e devia morrer de repente com um "heart stroke" daqueles que matam boa gente que nunca fez mal a ninguém. Que poderá o nosso ex-PM fazer, na prática, para ajudar aquela gente sofredora?

Mas deixem-me dizer-vos que não é fácil encontrar notícias boas. Se uma pessoa se distrair na autoestrada e fizer capotar o carro não faltarão mirones a focar o seu telemóvel na cena e filmar tudo. Com todas as novas tecnologias ao seu serviço, não é de admirar que uns minutos depois toda a gente possa estar a assistir a tudo e a exagerar nos detalhes se houver mortos e feridos.

No entanto, se eu atravessar toda a cidade do Porto e sair do outro lado sem um arranhão na pintura ou um insulto vociferado através de uma janela aberta, ninguém achará demais ou parará a sua vida por um minuto para me dar os parabéns. Contra umas dezenas de condutores que chegam a casa infelizes com o que lhes aconteceu, polícia, radares, multas, gasolina cara, etc., há milhares que vivem felizes da vida e não há tristeza que lhe chegue.

É desses que eu escolho falar, daqueles que vivem a vida pela positiva e nunca se entristecem com algo que corra mal. Nunca compram uma raspadinha com a certeza de ganhar, mas fazem-no convencidos que a sua vez há-de chegar. E continuam de bom humor depois de rasparem e o prémio for igual a zero. Limitam-se a ligar à última namorada que conquistaram e perguntar: - logo à noite vamos sair? Ou ao melhor amigo e combinar uma saída para os copos, depois do horário de trabalho.

Se eu falasse a meu respeito poderia dizer que tenho 5 médicos à procura de uma razão para me dar uma má notícia, mas, para minha felicidade, nenhum ainda a conseguiu encontrar. E se virássemos para o campo do desporto-rei, porque é que acham que eu não tenho falado no Benfica? Com Mourinho ou sem Mourinho só sabe perder e dessas notícias eu não falo!

E pronto despeço-me hoje com outra boa notícia, embora muita gente afirme que chover é mau tempo. Esses falam assim porque não sabem a falta que a água faz na natureza. Vão ao supermercado e compram umas garrafas de litro e meio e para eles está tudo bem, mesmo que meio mundo esteja a morrer de sede. Tem chovido, embora menos do que seria desejável, pois é a chuva do Outono que começa a normalizar os níveis das nossas barragens, mas há a esperança de que caia mais e eu possa afirmar que o "bom tempo" continua.

Eu já comprei as favas de semente e logo que parar de chover vou botá-las na terra, como se diz na aldeia onde eu nasci, e lá para o Natal deverão estar nascidas e crescidinhas. Ainda tenho favas na arca, da colheita de 2025, mas tenho que preocupar-me com a de 2026, pois se não semear também não colherei. E umas "favas com chouriço" é receita muito própria do Outono, quando o tempo começa a esfriar.

Daqui a umas poucas horas vai a enterrar o Pinto Balsemão, morreu na vez dele, é o epitáfio que me digno escrever. E, se Deus quiser, as televisões (todas ao mesmo tempo) mudarão de assunto e deixarei de ouvir tanto elogio com que metralharam os meus ouvidos nos últimos 3 dias. E, sorte minha, ele morreu bem tarde e a primeira rajada de notícias veio já perto da meia-noite do dia em que morreu. Paz à sua alma e aos meus ouvidos também !!!