Aviso amarelo!

 Choveu muito, durante a noite, espero que não chova tanto assim, durante o dia, pois programei uma saída e não quero mudar de planos. Água civil não molha militar, dizíamos nós, nos velhos tempos, mas agora não há essa protecção, a da farda, e cada pinga que cai na careca pode significar uma constipação.

A mulher, hoje, só pensa em flores e arranjos para o cemitério, até parece que vai entrar num concurso para ver quem enfeita melhor. Disse-lhe logo para não perder a concentração, que ia almoçar fora e não precisava de preocupar-se comigo. Olha que está a chover muito, diz ela, e eu encolho os ombros, assim como quem diz, quero lá saber disso, afogado não devo morrer!

As enchentes do costume, nos mesmos lugares de sempre, isso dá que pensar, fico a pensar porque continua as pessoas a viver em lugares assim. Eu já teria mudado de casa, há muito, se estivesse nessa situação. Não acredito que não haja solução para esse tipo de problemas, não há é vontade de os resolver!

E olhar para a televisão já me começa a saturar. Um dia destes desligo-a e só voltará a ser ligada quando der futebol. São uns chatos, repetitivos e os comentadores comentam tanto que já não sabem o que dizer. Eles até se mudam de um canal para outro para parecer novidade, mas a conversa é sempre ... de chacha!

Mais vale andar na rua, mesmo com o risco de levar uma chuveirada pela cabeça abaixo, vou espreitar nos hipermercados, a ver se há alguma promoção que me traga vantagens, ouvir o zumbido de mil vozes sem identificar nenhuma e acelerar o passo se passar perto de alguma televisão a fazer-me lembrar porque saí de casa.

Até era para sair de casa sem ligar o computador, mas lembrei-me que há quem venha aqui espreitar todos os dias e ficar desiludido por eu ter deixado de cumprir a minha rotina matinal. Acabou de bater as 10.00 horas no sino da igreja e esse som lembrou-me que já devia estar a sair porta fora, por conseguinte ... até amanhã, dia primeiro de Novembro!