Ici c'est Paris!

 Não sei do que falar, hoje!

Em Israel, as coisas não vão bem. Em Kiev também não. Em Paris vai tudo mal para não variar. O Macron perdeu o controlo da coisa, os sindicatos são do piorio e as greves são como a selva, cheias de feras que destroem tudo onde metem o dente. Para mal dos meus pecados, tenho na Bolsa de Paris cerca de 80% da minha carteira de acções.

Em Portugal, a coisa está melhor, num certo sentido, mas muito mal no que concerne à política. O nosso PM é um espertalhaço que tem sabido alinhavar a sua vidinha, mas esqueceu-se que, como político de topo e governante, tem que prestar contas ao país. Daí ter todos os cães à perna e não aposto que se livre deles. O Procurador da República tem tentado desviar as atenções do caso, mas há quem o queira ver como arguido num processo crime por causa da Spinumviva.

Aquilo que o PM francês conseguir, na luta em que está envolvido, pode render-me ou custar-me alguns milhares de euros. O que o PM português fizer e os seus ministros deixarem, pois em caso de fraude terão que o abandonar à sua sorte, também pode afectar a minha vida. O custo de vida, a protecção aos reformados e o OE a cada ano que passa, podem vir em meu auxílio ou, em alternativa, empurrar-me para um buraco. Espero que ele, enquanto se mantiver no cargo, não se esqueça de mim.

A minha saúde é a minha primeira preocupação. Estou a chegar a um ponto em que desejaria ter uma cadeira de rodas e alguém para a empurrar nas deslocações a que me veja obrigado. A minha cara-metade já me foi avisando que não conte com ela para isso. Quando chega a hora de ir às compras, ela não quer ir e eu não gosto de compras feitas por terceiros, há sempre um produto ou um preço que outros não vêem pelo mesmo ângulo que eu vejo.

Assim sendo, tenho que reservar um dia por mês para desempenhar essa tarefa. Ontem, foi dia disso mesmo, mas se um dia me havia de sentir incapaz, esse dia foi ontem. Há duas ou três noites seguidas que não dormia mais de duas horas, por causa das dores nas articulações. A pensar que não me aguentaria em pé o tempo suficiente para comprar tudo aquilo que tinha na lista e teria que percorrer 3 estabelecimentos comerciais diferentes para o conseguir, fui ao armário dos medicamentos desenterrar o milagroso anti-inflamatório que me proibiram de engolir.

Proibiram, porque dizem eles que me destrói o estômago, os rins e o fígado. Mas isso é o mais comum na nossa vida, cada medicamento que engolimos faz mal a um órgão para proteger ou fazer funcionar um outro. E, no meu caso, é isso, engolir o comprimido e aguentar as consequências, ou encomendar a cadeira de rodas. Ficar parado não é opção, portanto ... bota p'ra lá e cara alegre.

Uma das coisas primordiais que tinha planeado comprar eram as armadilhas para a mosca da fruta que estão a começar a picar-me as laranjas. Vinha, alegremente, a caminho de casa com as compras na bagageira do carro, quando dei uma palmada na testa e disse: - esqueci-me das benditas armadilhas! Dei meia-volta ao cavalo e voltei à Coop Agrícola, cá do meu burgo, à procura das milagrosas armadilhas que, supostamente, apanham todas as moscas, antes de elas picarem e depositarem os seus ovos nas minhas laranjinhas de que tanto gosto.

Felizmente, levava comigo um irmão que tem melhores e mais novas pernas que eu e se ofereceu para me ajudar na tarefa. Se não fosse a ajuda dele nem sei como haveria de tirar do carro e transportar para dentro das minhas instalações aquela catrapililada de de sacos e saquinhos, garrafas e garrafões disto e daquilo que nos ajuda a viver e alegra a vida. Sem esquecer os animaizinhos, cães, gatos, galinhas que vivem à minha custa e daquilo que compro ou semeio e colho!

Afinal, sempre arranjei assunto para a publicação de hoje, embora seja um rol de queixinhas que a vocês todos não deva preocupar, cada um com os seus problemas e respectivas soluções. E continuemos a olhar para o mundo com olhos mais optimistas e menos egoístas que os de Trump, Putin ou Netanyahu!