terça-feira, 7 de outubro de 2025

Uma raridade!

 


Visto ser uma raridade devia ser comemorado em 29 de Fevereiro e não em 28 que é um dia como os outros! Mas quem estabelece essas coisas não sou eu e portanto devo vergar-me à vontade de quem manda.

Vem isto a propósito de ontem ter passado uma hora em longuíssima entrevista com duas médicas (muito jovens) no Hospital da minha zona. Tive que lhes contar a minha vida toda e falar das doenças, minhas e dos familiares, que me afligem ou afligiram nos tempos mais próximos. Desde a diabetes que matou todos os primos de um ramo da família, aos cancros e outras maleitas, inclusivé a doença de Ahlzheimer que fez da minha bisavó materna uma celebridade, lá na freguesia em que nasci.

Faço análises ao sangue duas vezes ao ano. Não faço a mínima ideia de isso é necessário ou é apenas para fazer andar o sistema, justificar a existência dos médicos de família e dar dinheiro a ganhar aos amigos da mesma profissão. Nestas coisas eu sou muito desconfiado e vejo o mal em cada canto. Na última análise feita a minha médica descobriu indícios de anemia. Falta de ferro e eu que me sinto totalmente enferrujado!

Para se livrar de responsabilidades, assim como quem chuta a bola para canto, de modo a evitar um golo, mandou-me à consulta de Hematologia no hospital central da minha zona de residência. Lá repeti todas as análises e mais alguma e a Sr.ª Doutora que me atendeu, disse-me para não me preocupar muito com a anemia ou com a contagem das plaquetas, mas que tinha encontrado qualquer coisa que justificava posterior análise, suspeita da existência de uma doença rara.

E lá fui eu, ontem, ter com essas duas meninas que foram encarregadas de me investigar para ver se descobrem o fio da meada. Apalparam-me todo, analisaram todas as mazelas que o meu esqueleto denuncia, viram-me os pés e os joelhos e quiseram saber mais da minha dificuldade em andar. Estive quase para lhes citar aquele velho ditado que diz: - "quem andou já não tem para andar", mas encolhi-me a tempo não fossem elas ficar desagradadas e correr comigo pela porta fora.

Como resultado, lá vou ter que voltar, um dia destes, em jejum para repetir as análises ao sangue e ver se é desta que localizam o inimigo que se esconde nas minhas veias. Mas há uma análise específica que vou ter que ir fazer ao Hospital de Santo António e isso é mais uma contrariedade, pois vou ter que arranjar um condutor que me leve e traga de volta, pois não vejo como chegar lá usando os transportes públicos, metro, autocarros e isso tudo. Às tantas seria hora de almoço e eu ainda sem lá ter chegado!

Por vezes tenho vontade de dizer à minha médica, também ela uma jovem em princípio de carreira, para não se dar a tanto trabalho, em busca de doenças raras, e me deixe envelhecer e morrer naturalmente como qualquer outro ser vivo na natureza. A vida, um dia, terá que chegar ao fim e não vale a pena andar a fintá-la para ver se leva outro na nossa vez. A fila continua a andar e é proibido sair do lugar para beneficiar ou prejudicar alguém! 

1 comentário:

  1. Coitado de ti e a minha médica de família não é nada dada a pesquisas conversa imenso olhos nos olhos o que me agrada muito e já marcou as anãlises para 2026 porque as que mostrei há dias estava tudo OK incluindo os exames ao coração.
    Antes mostrei à minha filha que é pneumologista viu tudo ao pormenor e a resposta foi ó mãe estás melhor do que eu:))))) mas vai à consulta!
    As tuas melhoras amigo e que não encontrem algo de grave
    Beijos e um bom dia!

    ResponderEliminar