quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Deixai-os poisar!

 As palavras que usei no título são ditas quando há uma situação dúbia que ainda ninguém pode garantir como acabará. Poderia dizer também que é uma "figura de estilo" para ilustrar uma situação duvidosa como aquela que se vive, hoje, em Israel (Gaza). Isto refere-se a um bando de patos que se aproximam em voo de um grupo de caçadores que estão de caçadeira ao ombro prontos a disparar.

Em Israel, poucos acreditam que o assunto se vai resolver como está a ser transmitido pela comunicação social lá do sítio. O Trump quer uma coisa, o Netanyahu quer outra, os familiares dos reféns querem uma terceira e os terroristas do Hamas querem o fim, puro e simples, de Israel. Qualquer acordo assinado, agora, servirá apenas para manter o problema em lume brando à espera do próximo passo.

Esse próximo passo poderá ser dado por um novo governo de Israel que suceda ao de Netanyahu, se as eleições assim o ditarem, ou pelo Hamas que poderá passar à clandestinidade e esconder as armas, neste momento, para acalmar as hostes, mas reaparecerá logo que sintam que os seus interesses não estão a ser respeitados.

Como eu sou um dos muitos que não acreditam na solução dos dois estados e não vejo ninguém a propor e discutir outra possibilidade, dou isto como tempo perdido que vai acontecer apenas para satisfazer ao presidente americano, seja lá por que razão for. Transferir os que vivem em Gaza para uma zona junto às fronteiras da Cisjordânia, a norte ou a sul, e discutir um estatuto de autodeterminação é o que devia estar a ser feito.

Manter a Faixa como parte da Cisjordânia com alguns milhões de palestinos lá refugiados é outro erro que não beneficia ninguém. O plano de Trump para transformar aquilo numa zona nobre do Médio Oriente reservada ao Turismo de quem tem muitos petro-dólares para ali gastar parece-me um bom, além de futurista, plano que poderia oferecer bons empregos e rendimento a muitos palestinos.

Continuar a luta para manter o gueto em que Gaza se tornou seria um erro sem perdão e só poderá acontecer por interesse de alguém ou algum país que pretenda prejudicar Israel. Para um Israel mais rico e próspero que beneficie todos que lá habitam, quer sejam judeus, palestinos, árabes ou outra coisa qualquer, é aplaudir e levar à prática o plano de Trump. Ele pode ganhar com isso, mas se todos os outros ganharem também, qual é o mal?

Vou acompanhando as notícias, vendo as manifestações de alegria dos familiares dos reféns que esperam ter de volta, no próximo fim de semana, mas alguma coisa me diz que isto não se vai ficar por aqui. Um qualquer guerrilheiro, em desacordo com o que foi decidido, dispara um rocket em direcção a Telavive ou Jerusalém e voltaremos ao princípio da história! 


2 comentários:

  1. Completamente de acordo 'Qualquer acordo assinado, agora, servirá apenas para manter o problema em lume brando... ' Nunca é demais lembrar que sem Israel o Ocidente como está, decadente e sem direçcào, morre e nem sabe como. O inimigo já encontra cá instalado!

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  2. Uma visão fria, lúcida e verdadeira, da actual situação; Israel x Palestina, melhor, Hamas x Trump!

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