Eu não queria entrar por aí, mas vou ter que falar sobre a burrice dos portugueses que pagam pelas casas o preço que não devem e ajudam os bancos a encher-se de dinheiro. Para eles o preço alto das casas é a coisa melhor que podia ter acontecido. Se eles ganham 10% nos empréstimos é fácil perceber que 10% de muito dinheiro é muito mesmo e é isso que os faz esfregar as mãos de contentes. Burro é quem alinha nesse jogo.
É sabido que quem marca os preços é quem compra, quem vende está sujeito a nunca ver realizado o seu sonho. O preço certo das coisas é bem conhecido de todos e quem pagar mais que isso está a jogar o jogo dos banqueiros e acaba por sair a perder.
Os banqueiros emprestam dinheiro aos construtores para eles construírem sem parar e depois emprestam dinheiro aos clientes para eles fazerem girar a roda. Se um dos dois, construtor ou cliente, não alinhar neste jogo o banqueiro fica a perder. E se acabar o ano com prejuízo, vai chorar para o governo para que lhe dêem uma ajudunha. E quando vem a ajudinha, é com o nosso dinheiro, somos nós a arcar com o prejuízo. Abram os olhos, seus ceguetas!
Aqui na minha zona, a Remax é a agência imobiliária mais agressiva. Na semana passada, vieram oferecer-me um apartamento que, segundo eles, era o supra-sumo da beleza e modernidade. Era um T2 com 100 metros quadrados e na minha avaliação valeria no máximo 120 mil euros. A minha resposta foi: - se for barato eu compro! Não se pode fazer por menos de 370 mil, disse-me o "artista". Claro que o mandei bugiar e dirigi um pedido ao Menino Jesus: - Menino Jesus, faz com que ele nem por 120 mil o consiga vender!
Outra coisa que me põe a bulir os macaquinhos no sótão e a questão da diminuição da população, em Portugal. Vejam a coisa por este prisma: - Quantas casas novas, em todo o país, se construíram desde que o António de Santa Comba bateu as botas? Milhares e milhares delas, em redor de todas as cidades e vilas do nosso país, respondo eu. E se vivem, hoje, em Portugal, menos 2 milhões de pessoas, para quem são as casas? Onde moravam 12 milhões, antigamente, não cabem, agora, 10 milhões? Muito estranho isso! E ainda considerando o número de gente sem abrigo que vive debaixo da ponte, mais admirado fico.
Na terra onde vocês moram, deve acontecer o mesmo que acontece aqui, na minha. Há uma dúzia de agências imobiliárias e, em cada uma delas, a lista de prédios que se vendem ultrapassa em duas vezes o número de dedos que tenho nas minhas mãos. Dos preços nem quero falar, nenhuma abaixo dos 250 mil, parece que vivemos num país de milionários. Enquanto a lista do vende-se for superior à do compra-se, estamos feitos ao bife, estão eles no comando e nós a alimentá-los com o nosso "pouco" dinheiro.
Analisando estes pressupostos, significa isso que há milhares de casas no mercado (não habitadas) e que nos querem impingir pelo dobro do preço que elas valem. A desculpa de serem os estrangeiros que compram tudo e que para eles ainda é barato, é publicidade enganosa. Os estrangeiros não são assim tantos, ainda agora li na TV que são 80 mil os italianos e ingleses que cá moram e, se calhar, já todos têm a sua casinha, por isso não contam para as estatísticas.
Um aluguer de casa não deveria ultrapassar 30% do orçamento familiar de um casal que, raramente, ultrapassa os 1600 Euros, ou seja, 480 Euros. Sempre que a prestação mensal a pagar ao banco seja superior a este valor, o erro está no valor do imóvel, quer dizer, o preço é especulativo. Só alinha quem quiser, sabendo que está a dar comida aos tubarões que, em breve, o irão engolir. E eles seguem em frente. à procura de mais um papalvo que caia no logro.
Falei, está falado, se não concordam comigo ... exponham as vossas razões!
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