E, como não havia dinheiro para grandes farras, passava-se a maior parte do tempo a romper as solas dos sapatos passeando por Lisboa. Assim conheci grande parte da nossa capital, subindo a Almirante Reis até ao Arieiro, a Avenida da Liberdade até ao Parque Eduardo VII, ou indo mais longe até ao Jardim do Campo Grande. Da Rua do Arsenal até Santos, passando pelo Cais do Sodré, ou subindo a Rua do Alecrim até ao Bairro Alto. Do Marquês até ao Palácio de S. Bento e daí descer atá ao Jardim da Estrela e daí até ao Camões era passeio para uma tarde inteira que fiz mais que uma vez.
O Bairro Alto, o Martin Moniz, o Castelo ou a Feira da Ladra e os miradouros que existem em cada uma dessas colinas, assim como a Feira Popular que funcionava em pleno nessa altura foram outros pontos de interesse que não descurei. Quando havia uns tostões no bolso, os cinemas da Baixa ou do Parque Mayer eram também uma escolha a considerar. Belém e os Jerónimos ficava um pouco mais afastado, mas o bilhete do eléctrico não era caro (1$50) e também fez parte dos roteiros escolhidos.
De vez em quando lembro-me disto e sinto saudades, em especial da juventude que nos dava "força nas canetas" para dar essas voltas sem sentir o cansaço. E os elevadores, de Santa Justa, da Glória, da Bica ou da Graça davam uma ajuda para subir mais alto sem cansar tanto as pernas. Quantas vezes desci as Escadinhas do Duque, do Bairro Alto ao Rossio!
Oh, tempo, volta para trás!!!
A minha Lisboa é 'Uma Lisboa de Outras Eras'. As varinas e os alcaches, os pregões e os nativos sumiram de vez. Entre corrupção e rendas congeladas - tudo serviu para a debandada geral... Lisboa está irreconhecível e não fora o custo de vida barato para os entrangeiros e seria já 'um pueblo'. Dois exemplos/duas machadadas em Olissipo: o Bairro da Mouraria voltou ao original antes do Martin Moniz ficado entalado na porta do Castelo, faltando apenas a Mesquista para completar o visual. A Rua dos Remédios outrora uma via onde se podia ouvir - entre uma sardinhada e um copo de três - o castiço português é agora uma ruela infestada de pilaretes e B&B. Os nativos e a cultura foram substituidos por turistas tesos com cheiro a erva-dôce... Rezo para que a Marine Le Pen vença as Eleições e ponha termo a este maldito socialismo que destrói a alma e o coração dos europeus.
ResponderEliminarDe LIsboa do ano 1962, me lembro de montar escada ,entrar numa sala repleta de "gajada" e ouvir uma voz nao muito jovem gritar : marinheiros nao façam sala , ou quarto ou rua !
ResponderEliminarVelhos tempos em que nos estava-mos longe de pensar que uma maioria de 22,5% nos iam enrabar ! Vivemos de mao estendida a Europa graças aos dirigentes corruptos e incompetentes !
Ao Indignado... Pela descrição tem que ser o antigo 'Arroz Dôce' no Bairro Alto frequentado por Grumetes e pessoal da Estiva. Um antro de mulheres da má-vida fechado a 7 chaves por imoralidade aos bons costumes do regime do Salazar.
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