Zita Seabra foi, em tempos, uma das figuras mais proeminentes do comunismo em Portugal. Hoje em dia, anuncia a morte do PCP, mas também do PSD, do CDS e do BE. Só sobram o PS, o Iniciativa Liberal - da qual foi mandatária em 2019 - e o Chega. Com um pé em Portugal e um no mundo, olha com atenção para a política internacional, acusa o declínio na Europa e lamenta a forma como o país lidou - e lida - com os seus idosos, nomeadamente na altura de discutir a eutanásia, proposta à qual se mostra completamente contra, tal como a regionalização.
Tinha decidido escrever algo sobre o PCP e o seu líder actual e esta notícia sobre a Zita Seabra veio dar gás ao meu plano. Tal como ele, também eu acredito na morte do PCP se este não inverter rapidamente a sua linha de rumo. O Jerónimo de Sousa está a fazer ao PCP o que o Pinto da Costa está a fazer ao Porto, ou seja, fazer o mundo esquecer o que fizeram de bom, no passado, ao acumular erros, no presente.
Assim como o Chicão deu cabo do CDS, pela sua juventude, o Jerónimo dará cabo do PCP, pela sua velhice e incapacidade de ver o mundo com os olhos do Século XXI. A regra que obriga os líderes comunistas a retirarem-se após os 70 foi quebrada e isso não tem desculpa. Estas eleições deram ao Jerónimo a oportunidade de retirar-se e dar o seu lugar aos mais novos, mas preferiu deixar-se reconduzir até 2024. Porquê e para quê?
A existência do Bloco de Esquerda já é uma dissidência entre velhos e novos comunistas e para bem de Portugal deveriam unir-se formando um novo partido que poderia chamar-se PJC - Partido dos jovens comunistas e agregar a juventude de esquerda que há na nossa sociedade. Faz falta um partido forte, à esquerda, para combater os excessos da direita e esse nunca poderá ser o partido do Jerónimo que vive preso à memória do forte de Peniche, da fuga de Alvaro Cunhal e do seu grande inimigo, Salazar. Mais de 5 milhões de portugueses já nasceram depois de Salazar morrer e as histórias que se contam a seu respeito dizem-lhes tanto como a de D. Afonso Henriques ou do Prior do Crato, são apenas frases gravadas nos livros de História que continuam a ser impingidas aos alunos nas nossas escolas, quer sejam uma grande verdade ou uma maior mentira.
O resultado das últimas eleições reflete bem aquilo que vos tento transmitir nesta mensagem, conforme vão morrendo os velhos que eram anti-salazaristas (e não comunistas) os novos encostam à direita e votam no CHEGA. Ora nem uma coisa era boa, nem esta nova realidade é, o movimento dos jovens trabalhadores, sejam da indústria, do comércio ou agricultura precisam de quem os represente e defenda das manobras das entidades patronais que pensam apenas em aumentar os seus lucros e, de modo nenhum, querem reparti-los por quem trabalha. Eu continuo a defender uma política de repartição dos lucros muito simples, um terço para remunerar o capital investido no negócio, um terço para melhorias e renovação das tecnologias de produção e um terço para distribuir pelos trabalhadores.
Força P.J.C. !!!
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