sexta-feira, 7 de maio de 2021

O Cabrita e a Cereja!

 


Agora não tenho tempo, tenho que apressar-me a caminho do centro de Saúde, onde tenho uma consulta marcada para daqui a meia hora, mas prometo contar-vos esta história da minha infância que o nome do ministro veio acordar na minha memória.
 
Era eu um puto que frequentava a Escola Primária, já lá vão muitos anos! Na minha aldeia havia muitas vacas (e alguns bois), todo o trabalho agrícola era feito por elas, ainda não havia tratores. E também havia algumas ovelhas, mas cabras só conheci uma, chamava-se Cereja. Pertencia a uma velhota solteirona que morava mesmo em frente à minha casa. De manhã, soltava a "cabrita" - até aí eu nunca tinha ouvido falar de cabras, apenas cabritas - e punha-se a caminho  da sua propriedade agrícola, onde passava a maior parte do tempo cuidando da terra, semeando, tratando ou colhendo qualquer coisa que a ajudasse a sobreviver no meio de tanta pobreza. A Cereja seguia-a para todo o lado. Mé,mé.mé, mé, ia ela dizendo pelo caminho se a cabrita se atrasava um pouco. E ela dava uma corridinha e punha-se de novo a par da sua dona. No campo tinha que a prender com um baraço para ela não lhe comer as couves ou o milho. Era assim uma amizade entre duas solteironas que se entendiam bem. De quando em quando, a Cereja presentava a sua dona com um par de belos cabritos, mas era sol de pouca dura, o dinheiro fazia falta e logo que estavam desmamados tinham comprador certo.

Um dia a Cereja morreu. A velhota (que ainda era prima afastada da minha avó) apareceu lá em casa toda chorosa a contar o triste acontecimento. Que não sabia o que havia de fazer, se se poderia aproveitar a carne, ou se teria que enterrar tudo no fundo do quintal e limitar-se a chorar a perda da sua companheira de muitos anos. Vai falar com o David (um irmão da velhota que morava ali perto), disse-lhe a minha avó, ele saberá melhor do que eu o que fazer. E lá foi a Tia Rosa (tinha-me esquecido de mencionar o nome da senhora) a caminho da casa do irmão para pedir conselho.

Uns dias depois, ouvi contar que ele tinha acompanhado a irmã até casa desta, juntos esfolaram a pobre Cereja e guardaram a pele para curtir mais tarde. E ao ver tanta carne (com a fome que havia naquele tempo) tiveram pena de a ir enterrar e aproveitaram os melhores bocados. A Tia Rosa era solteira, mas o David era casado e tinha um rancho de filhos, acredito que fizeram uma bela festa com o rancho melhorado, durante uma série de dias.

E ficou conhecida (e famosa) uma afirmação do Tio David que rezava assim: - aquela porra da minha irmã frita era booooooa!

Mesmo morta, aquela cabrita ainda fez a felicidade de muita gente, o que não é o caso do nosso ministro que é a vergonha da nossa cara. Desde que roubou o microfone ao seu colega do lado, no Parlamento, que o trago debaixo de olho!

3 comentários:

  1. Cada vez que olho para cara deste palhaço lembro-me como foi possível chegarmos a este estado.

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  2. Ministro das canoagens,
    sem garra nem presunção
    rumo às ilhas selvagens
    numa péssima embarcação!

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  3. Gosto da história da cabrita não gosto do ministro Cabrita.
    Abraço, saúde e boa semana.

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