O blasfemo e o ladrão!

"Quereis que vos solte o rei dos judeus?” Perguntou Pilatos à multidão. Os sumos sacerdotes, porém, instigaram a multidão a pedir que lhes soltasse, de preferência, Barrabás. Então Pilatos disse-lhes: “Que quereis que faça daquele a quem chamais rei dos judeus?” Eles gritaram novamente: “Crucifica-O!” "

Esta multidão era a mesma que, alguns dias antes, aclamara Jesus que entrava em Jerusalém montado num jumentinho. Como é fácil e cómodo escolher Barrabás! Porque dizer que somos cristãos quando o nosso “líder” é aclamado e louvado por todos, é uma coisa; mas dizer que somos cristãos quando Ele é chacoteado e condenado a levar uma cruz às costas, é outra.

Temos no Benfica uma situação parecida com esta cena bíblica relatada no Evangelho segundo S. Mateus. Um ladrão que "roubou" aos bancos muitos milhões de euros e o outro disse as maiores blasfémias, quando chegou do Brasil, tais como, vamos jogar o triplo, vamos arrasar e por aí fora.

Agora, os dois réus estão confrontados com o julgamento dos sócios e adeptos e a pergunta é a mesma, absolvemos Vieira, o ladrão, ou Jesus, o blasfemo?

Se o povo benfiquista decidir como os judeus da palestina será o Vieira libertado e o Jesus condenado. E só não vai para a cruz, porque ainda há alguma justiça, em Portugal, e ninguém quer ir parar ao xilindró. Eu, para falar verdade, estou no grupo que prefere o ladrão ao blasfemo. Este abre muito a boca e não diz nada que se aproveite, o outro será apanhado na ratoeira, mais dia menos dia e será responsabilizado pelo que fez. Uma coisa temos que reconhecer, ele usou o Benfica em proveito próprio, mas tirou-o dum buraco enorme e guindou-o aos píncaros da fama e glória, quando esteve quase a conseguir o "Penta" e vendeu o João Félix por 120 milhões.

Como o Povo Judeu, os benfiquistas também têm memória curta e depressa esquecem o que de bom ele fez. Aí, eu penso diferente a absolvo-o, mas avisando-o que deve emendar a mão, ou será escorraçado nas próximas eleições, se não for antes. Ao blasfemo não posso perdoar. Ele teve tudo para ganhar os seis campeonatos nos seis anos em que esteve no Benfica, os melhores jogadores que eu já vi e as melhores condições de trabalho que qualquer clube português pode proporcionar, mas só conseguiu ganhar três. Quase me matava do coração nas três vezes que perdeu para o inimigo da Cidade Invicta.

Depois desertou para o rival verde e branco, dizendo que era lagarto desde pequenino e ia ganhar tudo em honra do seu pai que ainda era mais sportinguista que ele. Não ganhou nada e saiu com o rabinho entre as pernas. A sua passagem pelas Arábias durou pouco e rumou ao Brasil, onde teve o maior sucesso da sua vida num puro golpe de sorte, encontrando um clube e uma equipa já preparada para ganhar tudo.

E vai o ladrão, a correr, a Terras de Vera Cruz implorar a Jesus que volte e salve o Benfica da bancarrota eminente. Não há problema, disse este, desde que tenhas muitos milhões para gastar comigo e com novos jogadores que - tenho a certeza - serão necessários. E veio e comprou os jogadores que quis - uns lesionados, outros uns verdadeiros mancos - e prometeu jogar o triplo, conquistar todos os troféus e ir à Liga dos Campeões. E conquistou zero troféus, foi-se a Liga dos Campeões e depois a Liga Europa, seguindo-se a Taça da Liga, o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal.

À morte, à morte, cruxificai-o !!!