Hoje é o primeiro dia do mês de Agosto. Há 47 anos era domingo e a minha cabeça fervilhava com a ansiedade de começar a trabalhar, no dia seguinte, no meu novo emprego, depois de ter regressado da minha curta experiência como emigrante, na Alemanha.
A Maconde, quando lá entrei no dia 2 de Agosto, era uma pequena empresa com pouco mais de 200 pessoas. Quando de lá saí, em 2003, tinha uma área construída 5 vezes maior e cerca de 1.100 pessoas, lá dentro, a dar o corpo ao manifesto. E ainda uma fábrica, em Braga, com 600 pessoas, outra na Maia, com 150 pessoas, outra na Póvoa, com cerca de 100 pessoas, para além da Macmoda e da Tribo que funcionavam de modo independente. No seu ponto mais alto, por alturas da viragem do século, o pessoal da Maconde - comigo incluído - atingiu as 2.750 pessoas.
Assisti e participei no seu crescimento, passo a passo, durante os 25 anos seguintes. Depois disso, começou a descida da ladeira até ao colapso total. Lembro-me ainda das palavras do meu primeiro director que dizia:
- Silva, isto das confecções, em Portugal, vai durar mais 10 anos. Vamos ganhar o máximo possível e depois quem cá estiver verá.
Ele já lá não estava. Um ano depois desta conversa foi posto na rua para dar lugar ao filho do patrão, acabadinho de sair da universidade. Mas com os sucessivos adiamentos do fim anunciado do Acordo Multifibras que proibia a importação de têxteis de países terceiros, conseguimos esticar e manter o negócio por outros 10 anos. Depois disso tivemos que nos vergar à força da globalização e foi o princípio do fim.
No vídeo que acompanha estas palavras podem ver o estado lastimável a que chegaram os edifícios. Os amigos do alheio desmontaram portas e janelas e levaram tudo aquilo que podia ser trocado por meia dúzia de patacos. No fim chegaram-lhe o fogo.
Porque, tudo tem fim,
ResponderEliminaro que teve principio
vandalismo existe sim
nem tudo está perdido!
Estás cá para contar,
como foi que aconteceu
já nada se pode salvar
tudo o que estava ardeu?
Se transformou em cinza,
valeu a pena ter existido
boas recordações tens ainda
por muito gente ter vestido!
Bom dia
ResponderEliminarcheguei a ter um cartão da Maconde para fazer compras em lojas e ter um desconto em compras com o mesmo .
JAFR
A Maconde faz-me falta aqui na Figueira, porque agora ou tenho as lojas dos ricos, ou tenho que gramar com a etiqueta made in china!
ResponderEliminarE a minha loja que fica ao lado dos chinocas continua por arrendar, já lá vão 5 anos, a pagar impostos sem qualquer lucro!
Puta que pariu os chineses, destruidores do nosso comércio.
Se este blogue fosse meu,o dono deste "querido" comentário,ia pregar para outra freguesia...!
ResponderEliminar-NÃO havia necessidade de recorrer a léxico de caserna !!!
Tive um amigo, chamado Vitor, que foi gerente de lojas da Maconde / Macmoda na rua da Prata e no centro comercial das Amoreiras.
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